maio 16, 2008
DEPOIS DOS CINQUENTA
DEPOIS DOS CINQUENTA
Depois dos cinquenta anos
Já se percorreu todas as estradas
Esquinas e encruzilhadas
Com pouco, ou muito
Amor pela vida
Que todo esse tempo
Nos ofertou em várias direcções
Durante meio século passado
Tanto aconteceu, tanto se viveu
E tanto para trás ficou...
Já se errou nas atitudes
Noutras até se acertou
Talvez nestas menos!
Já nos perdemos de amor
Naquelas noites e dias
Que são só nossas
Já nos perdemos na vaidade
Talvez por egoísmo
Já caminhamos por tanta
Turbulência, e alguma Bonança
Já tivemos o brilhozinho nos olhos
Nos momentos intensos de paixão
E até nos pequenos detalhes
Sentimos os mesmos doces
Momentos da primeira vez
A nossa primeira vez
Nunca foram demais esses
Nossos tempos
Antes dos cinquenta
Como nunca irão ser demais
Os pedaços amargurados ou não
Que nos falta viver
E de mansinho os iremos
Contemplar, como quem
Olha o sol pela manhã
E nós sorriremos sempre
Mas sempre à saudade
Que nos presenteia
Agora depois dos cinquenta anos
Mais suavemente
Sentimos o esplendor da vida
Em toda a sua plenitude
Mais tranquila, mais doce
E aqui e ali, talvez uma rebeldia
Que ainda teimosamente vem
de antes dos cinquenta
De: Fernando Ramos
860
Depois dos cinquenta anos
Já se percorreu todas as estradas
Esquinas e encruzilhadas
Com pouco, ou muito
Amor pela vida
Que todo esse tempo
Nos ofertou em várias direcções
Durante meio século passado
Tanto aconteceu, tanto se viveu
E tanto para trás ficou...
Já se errou nas atitudes
Noutras até se acertou
Talvez nestas menos!
Já nos perdemos de amor
Naquelas noites e dias
Que são só nossas
Já nos perdemos na vaidade
Talvez por egoísmo
Já caminhamos por tanta
Turbulência, e alguma Bonança
Já tivemos o brilhozinho nos olhos
Nos momentos intensos de paixão
E até nos pequenos detalhes
Sentimos os mesmos doces
Momentos da primeira vez
A nossa primeira vez
Nunca foram demais esses
Nossos tempos
Antes dos cinquenta
Como nunca irão ser demais
Os pedaços amargurados ou não
Que nos falta viver
E de mansinho os iremos
Contemplar, como quem
Olha o sol pela manhã
E nós sorriremos sempre
Mas sempre à saudade
Que nos presenteia
Agora depois dos cinquenta anos
Mais suavemente
Sentimos o esplendor da vida
Em toda a sua plenitude
Mais tranquila, mais doce
E aqui e ali, talvez uma rebeldia
Que ainda teimosamente vem
de antes dos cinquenta
De: Fernando Ramos
860
maio 15, 2008
ESTE É O NOSSO MUNDO
ESTE É O NOSSO MUNDO
O mundo é uma bola de cristal
Lá dentro gira as peripécias da vida
De forma insegura tão natural
Como uma lei à muito consentida
Este mundo, é o nosso mundo
Feito de actos, sorrisos e dor
Tornando-se tanto imundo
Quando nele se grita o horror
É um mundo de hipocrisia
Também de bom senso, e intolerância
E do egoísmo que vidas silencia
Quando prevalece a ganância
Este é um mundo do homem e mulher
Alguns mascarados de verdades
Que numa má oportunidade qualquer
Terminam com seu futuro nas grades
Em prisões nojentas e repletas, de se ver
Seres que nunca deveriam ter nascido
Destroem e assassinam com prazer
Neste mundo que não lhes é merecido
Mas este é o mundo onde vivemos
Cá também existe um céu de amor
E gostosamente o merecemos
Quando se ama os outros com esplendor
De: Fernando Ramos
859
O mundo é uma bola de cristal
Lá dentro gira as peripécias da vida
De forma insegura tão natural
Como uma lei à muito consentida
Este mundo, é o nosso mundo
Feito de actos, sorrisos e dor
Tornando-se tanto imundo
Quando nele se grita o horror
É um mundo de hipocrisia
Também de bom senso, e intolerância
E do egoísmo que vidas silencia
Quando prevalece a ganância
Este é um mundo do homem e mulher
Alguns mascarados de verdades
Que numa má oportunidade qualquer
Terminam com seu futuro nas grades
Em prisões nojentas e repletas, de se ver
Seres que nunca deveriam ter nascido
Destroem e assassinam com prazer
Neste mundo que não lhes é merecido
Mas este é o mundo onde vivemos
Cá também existe um céu de amor
E gostosamente o merecemos
Quando se ama os outros com esplendor
De: Fernando Ramos
859
maio 14, 2008
AMOR ENGANADO
Na simples fresca sala de fado
Sentados em velhas cadeiras
Ouve-se o fadista ousado
Em poemas que são fogueiras
Arde o artista na emoção
Evocando a vida descuidada
Oferecendo-lhe golpes ao coração
Vindos de sua mulher amada
Ao cantor corre-lhe em pranto
Correntes lagrimas da vida
Todos comovem-se com seu canto
Desse fado de dor vencida
Ao lado do homem sofrido
Há quem o ouve com paixão
Sentem-lhe um amor traído
Deixando-os em consternação
Seu amor está tão longe
Nos lados onde sol vem
Já pensou em ser monge
Mas sua vocação não tem
Nesse fado de fogo infinito
Dum amor não correspondido
O artista solta seu grito
Num soluço bem fugido
O povo na sala se agita
P’la frieza da traição
Ninguém ali mais acredita
Que esta vida conceda perdão
Ela traiu um grande amor
Numa atitude grosseira
Deu ao coração a dor
E um olhar que se incendeia
O fadista cala sua voz
Não mais vai cantar o fado
Vive em sofrimento atroz
Por um amor o ter enganado
E bem antes do sol nascer
A sala ficou triste e vazia
Escravo do amor vai ser
O fadista da nostalgia
De: Fernando Ramos
858
Na simples fresca sala de fado
Sentados em velhas cadeiras
Ouve-se o fadista ousado
Em poemas que são fogueiras
Arde o artista na emoção
Evocando a vida descuidada
Oferecendo-lhe golpes ao coração
Vindos de sua mulher amada
Ao cantor corre-lhe em pranto
Correntes lagrimas da vida
Todos comovem-se com seu canto
Desse fado de dor vencida
Ao lado do homem sofrido
Há quem o ouve com paixão
Sentem-lhe um amor traído
Deixando-os em consternação
Seu amor está tão longe
Nos lados onde sol vem
Já pensou em ser monge
Mas sua vocação não tem
Nesse fado de fogo infinito
Dum amor não correspondido
O artista solta seu grito
Num soluço bem fugido
O povo na sala se agita
P’la frieza da traição
Ninguém ali mais acredita
Que esta vida conceda perdão
Ela traiu um grande amor
Numa atitude grosseira
Deu ao coração a dor
E um olhar que se incendeia
O fadista cala sua voz
Não mais vai cantar o fado
Vive em sofrimento atroz
Por um amor o ter enganado
E bem antes do sol nascer
A sala ficou triste e vazia
Escravo do amor vai ser
O fadista da nostalgia
De: Fernando Ramos
858
maio 09, 2008
CHORO CONSUMIDO
CHORO CONSUMIDO
Dos valentes regista a história
A sua heróica postura
Da guerra de triste memória
Resta apenas raiva e loucura
E com mágoas se relembra
A Guerra que nunca é nula
Porquê, porquê tal contenda
Rica de ambição, desprezo e gula
O louco na história apareceu
Na Europa que se julgava de bem
Matou esperanças mas não venceu
O mundo apelou à razão, sua mãe
Agora longe desse tempo
Ainda se aguarda melhoras
E neste passar tão lento
Vai na memória más horas
Mil lágrimas caídas
Dessa máscara tão nocturna
Muitas vidas foram sumidas
Por negra repelente figura
Dessa guerra sem sentido
Uma geração foi perdida
No seu choro consumido
Gritava-se paz, então conseguida
Do homem fica o pesadelo
Do seu acto vil e feroz
Pacifista, precisa saber sê-lo
P'ra não voltar à ferida tão atroz
De: Fernando Ramos
852
Dos valentes regista a história
A sua heróica postura
Da guerra de triste memória
Resta apenas raiva e loucura
E com mágoas se relembra
A Guerra que nunca é nula
Porquê, porquê tal contenda
Rica de ambição, desprezo e gula
O louco na história apareceu
Na Europa que se julgava de bem
Matou esperanças mas não venceu
O mundo apelou à razão, sua mãe
Agora longe desse tempo
Ainda se aguarda melhoras
E neste passar tão lento
Vai na memória más horas
Mil lágrimas caídas
Dessa máscara tão nocturna
Muitas vidas foram sumidas
Por negra repelente figura
Dessa guerra sem sentido
Uma geração foi perdida
No seu choro consumido
Gritava-se paz, então conseguida
Do homem fica o pesadelo
Do seu acto vil e feroz
Pacifista, precisa saber sê-lo
P'ra não voltar à ferida tão atroz
De: Fernando Ramos
852
maio 07, 2008
AQUELE TEMPO
AQUELE TEMPO
Nasci num tempo, onde a vida
Não era feita nesta correria infernal
Nasci no tempo onde se podia
Brincar na rua, saltando à corda
Jogar à bola, ao berlinde, e até lançar o peão
Sou do tempo de ler o cavaleiro Andante
O mundo de Aventuras
Os heróis Bill the Kid, e o Bufalo Bill
No tempo onde se passeava pelos campos
E se conversava rodeado de doces cheiros
De tranquilidade, e dos lindos pavões
Que em liberdade passeavam pelo
Jardim do Campo Grande
Nasci num tempo onde a natureza
Em cada pequeno pedaço nos oferecia
O prazer de olhar as lindas flores
E onde pares de namorados nos bancos
Do jardim confessavam seu eterno amor
Na braseira da paixão, sem incomodo
Sou do tempo...
Onde não havia comida enlatada
Congelada, e sem sabor
E tenho quase a certeza
Que não havia crianças tão gordas
E de falsa abastança
Nasci antes da informática,
Tantos tinham trabalho
Nem que fosse a cultivar
Aqueles figos, e aquelas ameixas tão gulosas
Que nós miúdos tanto gostávamos
Que bom ser do tempo onde os pêssegos
Cheiravam tão bem
Que bom ser do tempo da fruta saborosa
Ser do tempo onde tudo era descoberta
E nós gostávamos tanto, tanto
Do tempo do nascimento dos Beatles
Do aparecimento das calças de ganga
Sei que nasci num tempo de fome
Mas será que hoje esse tempo não existe?
Será que hoje não haverá mais fome
A nova miséria não andará encoberta?
Nesse tempo estava tudo à vista
Tudo era claro, tudo era honesto
Onde a palavra dada valia ouro
Nasci naquele tempo...
Agora a lágrima cai só de nele pensar
Que aconteceu meu Deus!
Estarei tão velho que agora pergunto
Que é feito desse tempo
Que tempos são os de hoje?
De: Fernando Ramos
851
Nasci num tempo, onde a vida
Não era feita nesta correria infernal
Nasci no tempo onde se podia
Brincar na rua, saltando à corda
Jogar à bola, ao berlinde, e até lançar o peão
Sou do tempo de ler o cavaleiro Andante
O mundo de Aventuras
Os heróis Bill the Kid, e o Bufalo Bill
No tempo onde se passeava pelos campos
E se conversava rodeado de doces cheiros
De tranquilidade, e dos lindos pavões
Que em liberdade passeavam pelo
Jardim do Campo Grande
Nasci num tempo onde a natureza
Em cada pequeno pedaço nos oferecia
O prazer de olhar as lindas flores
E onde pares de namorados nos bancos
Do jardim confessavam seu eterno amor
Na braseira da paixão, sem incomodo
Sou do tempo...
Onde não havia comida enlatada
Congelada, e sem sabor
E tenho quase a certeza
Que não havia crianças tão gordas
E de falsa abastança
Nasci antes da informática,
Tantos tinham trabalho
Nem que fosse a cultivar
Aqueles figos, e aquelas ameixas tão gulosas
Que nós miúdos tanto gostávamos
Que bom ser do tempo onde os pêssegos
Cheiravam tão bem
Que bom ser do tempo da fruta saborosa
Ser do tempo onde tudo era descoberta
E nós gostávamos tanto, tanto
Do tempo do nascimento dos Beatles
Do aparecimento das calças de ganga
Sei que nasci num tempo de fome
Mas será que hoje esse tempo não existe?
Será que hoje não haverá mais fome
A nova miséria não andará encoberta?
Nesse tempo estava tudo à vista
Tudo era claro, tudo era honesto
Onde a palavra dada valia ouro
Nasci naquele tempo...
Agora a lágrima cai só de nele pensar
Que aconteceu meu Deus!
Estarei tão velho que agora pergunto
Que é feito desse tempo
Que tempos são os de hoje?
De: Fernando Ramos
851
maio 03, 2008
CHICA MORENA
CHICA MORENA
Na Adega da Chica morena
Passo horas de ricos momentos
Ali ambiciono por paz serena
Mergulhado em cálidos pensamentos
Agarrado a uma velha viola
Canto, canto até o dia raiar
Na noite meu espirito se consola
Nas quadras que a morena vai amar
Chica não chores das minhas baladas
Elas são dores da alma e meu receio
P’ra ti, as canto p’las velhas calçadas
Entre o povo que é o meu meio
De meus lábios brotam poemas
Em frases embriagadas e desvairadas
Eles são para ti Chica... E apenas
Os seguras p’las mãos ágeis e delgadas
Poemas são os beijos e doces gemidos
Que trocamos quando sós na velha adega
Deles melosamente ficamos unidos
Tornando-se poesia que a vida carrega
E nessa adega de nosso canto
Ouves as baladas sem dor
São a minha vida num pranto
P’ra teu coração feliz de amor
De: Fernando Ramos
850
Na Adega da Chica morena
Passo horas de ricos momentos
Ali ambiciono por paz serena
Mergulhado em cálidos pensamentos
Agarrado a uma velha viola
Canto, canto até o dia raiar
Na noite meu espirito se consola
Nas quadras que a morena vai amar
Chica não chores das minhas baladas
Elas são dores da alma e meu receio
P’ra ti, as canto p’las velhas calçadas
Entre o povo que é o meu meio
De meus lábios brotam poemas
Em frases embriagadas e desvairadas
Eles são para ti Chica... E apenas
Os seguras p’las mãos ágeis e delgadas
Poemas são os beijos e doces gemidos
Que trocamos quando sós na velha adega
Deles melosamente ficamos unidos
Tornando-se poesia que a vida carrega
E nessa adega de nosso canto
Ouves as baladas sem dor
São a minha vida num pranto
P’ra teu coração feliz de amor
De: Fernando Ramos
850
maio 01, 2008
DEUSA
DEUSA
Vejo a deusa dum templo Grego
Banhando-se nos raios da lua
É a mais linda, da noite nua
P’ra estrelas em desassossego
Em meu coração vai um suplicio
Por olhar tal quadro cativante
Dessa linda Deusa deslumbrante
Que me leva de amor ao precipício
Vão ânsias dentro de mim
Pela sublime Deusa desejada
E numa noite desesperada
Um estrela e a lua para mim sorri
Neste meu aconchego solitário
Não esqueço a graça e simplicidade
Que na Deusa não é pura casualidade
Mas para mim a eterna felicidade
De Fernando Ramos
849
Vejo a deusa dum templo Grego
Banhando-se nos raios da lua
É a mais linda, da noite nua
P’ra estrelas em desassossego
Em meu coração vai um suplicio
Por olhar tal quadro cativante
Dessa linda Deusa deslumbrante
Que me leva de amor ao precipício
Vão ânsias dentro de mim
Pela sublime Deusa desejada
E numa noite desesperada
Um estrela e a lua para mim sorri
Neste meu aconchego solitário
Não esqueço a graça e simplicidade
Que na Deusa não é pura casualidade
Mas para mim a eterna felicidade
De Fernando Ramos
849
abril 28, 2008
NOITE DE PRIMAVERA
NOITE DE PRIMAVERA
Numa noite de primavera
Andei por Lisboa
Percorrendo as velhas vielas
E nesse mês de florescerem
As sementes na terra
Ouvi na tasca bem velhinha
Desta linda cidade
O som da guitarra
Chorar teimosos trinados
As gentes ouviam
E se emocionava
Num fado triste e negro
Tão negro como um céu sem luar
E no final da noite de primavera
P’la manhãzinha
Quando o sol desponta
As primeiras flores sorriam
Sorriam de felicidade
Da vida da guitarra, e da fadista
Da tão castiça Lisboa
E o povo aquela hora
Ainda mal desperto
Vai num vaivém
No seu destino intimista
Fazendo contas, e murmurando
Como dando os bons dias
À doce manhã que chega
Pelo final da noite de primavera
De Fernando Ramos
848
Numa noite de primavera
Andei por Lisboa
Percorrendo as velhas vielas
E nesse mês de florescerem
As sementes na terra
Ouvi na tasca bem velhinha
Desta linda cidade
O som da guitarra
Chorar teimosos trinados
As gentes ouviam
E se emocionava
Num fado triste e negro
Tão negro como um céu sem luar
E no final da noite de primavera
P’la manhãzinha
Quando o sol desponta
As primeiras flores sorriam
Sorriam de felicidade
Da vida da guitarra, e da fadista
Da tão castiça Lisboa
E o povo aquela hora
Ainda mal desperto
Vai num vaivém
No seu destino intimista
Fazendo contas, e murmurando
Como dando os bons dias
À doce manhã que chega
Pelo final da noite de primavera
De Fernando Ramos
848
abril 24, 2008
UM BOCADINHO ASSIM
UM BOCADINHO ASSIM
À loucura falta um bocadinho assim
Para se encontrar na alegria e no amor
E de braço dado na vida vai por aí
Com a timidez a insegurança e dor
Também leva euforia e o medo
Neste manicómio que é a vida
Traz tantos dissabores e enredo
Até à morte que vem ligeira e decidida
A timidez, timidamente aparece
Nesta encruzilhada de sentimentos
É envergonhada e por vezes lhe apetece
Esconder-se dos tristes maus momentos
A loucura lá segue bem acompanhada
Surgindo percalços aqui, acolá e ali
Leva esperança que é companheira e fada
E lhe mostra o amor, no tal bocadinho assim
De: Fernando Ramos
847
À loucura falta um bocadinho assim
Para se encontrar na alegria e no amor
E de braço dado na vida vai por aí
Com a timidez a insegurança e dor
Também leva euforia e o medo
Neste manicómio que é a vida
Traz tantos dissabores e enredo
Até à morte que vem ligeira e decidida
A timidez, timidamente aparece
Nesta encruzilhada de sentimentos
É envergonhada e por vezes lhe apetece
Esconder-se dos tristes maus momentos
A loucura lá segue bem acompanhada
Surgindo percalços aqui, acolá e ali
Leva esperança que é companheira e fada
E lhe mostra o amor, no tal bocadinho assim
De: Fernando Ramos
847
abril 23, 2008
POESIA PARA TI
POESIA PARA TI
Cada poema que escrevo
Leva um pedaço de amor, p’ra ti
Ele se envaidece sem medo
Porque ao escreve-lo
Sabe que faz bem a mim
Ao o leres, não sei se te encantas
Talvez nem seja isso que ensejo
Nele não vão promessas tantas
Nem também é esse meu desejo
Minha poesia sai como um rio
Em marés de fios de pura água
Minha inspiração jamais alguém sentiu
Com isso vivem na eterna mágoa
Cada palavra que escrevo
Minha alma tanto engrandece
É um acto de amor soberbo
P’ra meu coração Que do teu padece
Teu amor é como um abrigo
Onde guardas meus poemas
Fazes da minha poesia um amigo
Pintada em telas de airosas cenas
De: Fernando Ramos
842
Cada poema que escrevo
Leva um pedaço de amor, p’ra ti
Ele se envaidece sem medo
Porque ao escreve-lo
Sabe que faz bem a mim
Ao o leres, não sei se te encantas
Talvez nem seja isso que ensejo
Nele não vão promessas tantas
Nem também é esse meu desejo
Minha poesia sai como um rio
Em marés de fios de pura água
Minha inspiração jamais alguém sentiu
Com isso vivem na eterna mágoa
Cada palavra que escrevo
Minha alma tanto engrandece
É um acto de amor soberbo
P’ra meu coração Que do teu padece
Teu amor é como um abrigo
Onde guardas meus poemas
Fazes da minha poesia um amigo
Pintada em telas de airosas cenas
De: Fernando Ramos
842
abril 18, 2008
MEU MUNDO
MEU MUNDO
Este meu mundo não tem segredo
Nem é pertença de outro lugar
O mar lá vai correndo sem medo
Em veias de amizade sabendo perdoar
Percorro sua estrada desde nascença
Onde o sol se põem ao anoitecer
E no fim da noite a aurora não pensa
O que o mundo nesse dia vai oferecer
E ele desperta p’la alvorada sorrindo
Não escondendo a sua teia feia
À minha vida, nunca foi mentindo
Mostrou sempre a miséria em cadeia
Nele nunca terei medo de amar
Mesmo que vá p’la estrada sinuosa
Quero que me leve para um lugar
Junto de paz e beleza virtuosa
Dizem que o mundo, já é do passado
Mas é de agora e será do futuro
Nem que seja rebelde e envergonhado
Jamais viro as costas a este meu mundo
De: Fernando Ramos
841
Este meu mundo não tem segredo
Nem é pertença de outro lugar
O mar lá vai correndo sem medo
Em veias de amizade sabendo perdoar
Percorro sua estrada desde nascença
Onde o sol se põem ao anoitecer
E no fim da noite a aurora não pensa
O que o mundo nesse dia vai oferecer
E ele desperta p’la alvorada sorrindo
Não escondendo a sua teia feia
À minha vida, nunca foi mentindo
Mostrou sempre a miséria em cadeia
Nele nunca terei medo de amar
Mesmo que vá p’la estrada sinuosa
Quero que me leve para um lugar
Junto de paz e beleza virtuosa
Dizem que o mundo, já é do passado
Mas é de agora e será do futuro
Nem que seja rebelde e envergonhado
Jamais viro as costas a este meu mundo
De: Fernando Ramos
841
abril 17, 2008
NOSSO CÉU AZUL
NOSSO CÉU AZUL
Esta noite fomos ás nuvens azuis
E lá estava o luar cor de marfim
Acariciei teus peitos de truz
Por debaixo do pijama de cetim
E bem agarradinhos no nosso leito
Imaginámo-nos pombas a esvoaçar
Desapertei teu cetim, com tanto jeito
E nos tivemos como aves acasalar
E nesse magnifico poético esplendor
Cânticos se ouviram melosamente
Consagrando o ninho do nosso amor
Nas nuvens azuis, de tons resplandecente
Pró céu azul, embevecidos olhámos
De olhos felizes, e flamejantes
E p’lo colorido divino, suspirámos
Felizes por tais momentos cativantes
de: Fernando Ramos
837
Esta noite fomos ás nuvens azuis
E lá estava o luar cor de marfim
Acariciei teus peitos de truz
Por debaixo do pijama de cetim
E bem agarradinhos no nosso leito
Imaginámo-nos pombas a esvoaçar
Desapertei teu cetim, com tanto jeito
E nos tivemos como aves acasalar
E nesse magnifico poético esplendor
Cânticos se ouviram melosamente
Consagrando o ninho do nosso amor
Nas nuvens azuis, de tons resplandecente
Pró céu azul, embevecidos olhámos
De olhos felizes, e flamejantes
E p’lo colorido divino, suspirámos
Felizes por tais momentos cativantes
de: Fernando Ramos
837
abril 15, 2008
836 - LUGAR NENHUM
LUGAR NENHUM
Hoje recordo quando te ouvia a fala
E tanto me beijavas sem demora
Como belo é o silencio que exala
Estas minhas lembranças agora
Nem a folha que lá fora se agita
Me faz esquecer esses doces tempos
Mesmo que o vento traga a saudade aflita
E nem que meu peito grite seus lamentos
Este é um desejo consumido
Nos subúrbios da minha paixão
Mas nunca é um momento perdido
Que navega em águas de minha desilusão
Agora vejo como um magnifico clarão
O que passa por minha memória
Desses tempos em que te roubei o coração
Que juntinho ao meu era a melosa glória
Hoje todas estas recordações
São como notas de música estranha
Composta na pauta de lamentações
Que p’la minha alma se entranha
Sofro por tua longa ausência
Que a lugar nenhum me conduz
Fica ao abandono toda a vivência
Que nem se resguarda na minha cruz
De: Fernando Ramos
836
Hoje recordo quando te ouvia a fala
E tanto me beijavas sem demora
Como belo é o silencio que exala
Estas minhas lembranças agora
Nem a folha que lá fora se agita
Me faz esquecer esses doces tempos
Mesmo que o vento traga a saudade aflita
E nem que meu peito grite seus lamentos
Este é um desejo consumido
Nos subúrbios da minha paixão
Mas nunca é um momento perdido
Que navega em águas de minha desilusão
Agora vejo como um magnifico clarão
O que passa por minha memória
Desses tempos em que te roubei o coração
Que juntinho ao meu era a melosa glória
Hoje todas estas recordações
São como notas de música estranha
Composta na pauta de lamentações
Que p’la minha alma se entranha
Sofro por tua longa ausência
Que a lugar nenhum me conduz
Fica ao abandono toda a vivência
Que nem se resguarda na minha cruz
De: Fernando Ramos
836
abril 14, 2008
SE EU PUDESSE
SE EU PUDESSE
Se eu tivesse o dom do vento
Soprava amor a todo momento
Fazia voar a injustiça
Tirava a dor ao pensamento
E acabaria com a má preguiça
Mas se eu tivesse todos os dons
Terminaria com as guerras
Pintava a paz de lindos tons
E a todos oferecia férteis terras
Ai se eu pudesse... Deitava fora
O orgulho, a mentira e a miséria
Decretava leis, sem demora
P’ra política do homem ser coisa séria
De: Fernando Ramos
834
Se eu tivesse o dom do vento
Soprava amor a todo momento
Fazia voar a injustiça
Tirava a dor ao pensamento
E acabaria com a má preguiça
Mas se eu tivesse todos os dons
Terminaria com as guerras
Pintava a paz de lindos tons
E a todos oferecia férteis terras
Ai se eu pudesse... Deitava fora
O orgulho, a mentira e a miséria
Decretava leis, sem demora
P’ra política do homem ser coisa séria
De: Fernando Ramos
834
abril 10, 2008
FUTURO CANALHA
FUTURO CANALHA
Os excluídos calcorreiam as ruas costumeiras
Bem pertinhas de suas casas
Eles são os filhos da inconsciência
De quem Governa seu ganha pão
Estas são as virtudes de um governo sábio
Tão sábio que deixa homens e mulheres
Perto dos cinquenta anos de idade
Entregue ás mãos de um patrão esperto
Afinal mais esperto que os governos sábios
Metidos em redomas de vidro onde se fecham
Eles se aproveitam de todos os pequenos
Pormenores, até os mais escondidos
Nas leis elaboradas p’los tais sábios governos
Que dizem aprovar estas ditas leis
Em defesa da estabilidade e da liberdade
Mas qual Liberdade?
Quando pessoas vivem à mingua e à sorte
E outros se aproveitam da sua fragilidade!
Sabe-se lá com que interesses...
Não são certamente o destes excluídos
Que sussurram pelas esquinas das cidades
A seu pobre coração sobre a falta de afectos
Dos misteriosos governos sábios
Que maquiavelicamente
Em determinadas alturas da vida
Tem sido fieis causadores
Dos maus momentos de tristes destinos
Os dias dos excluídos se confundem
Uns com os outros
Como se fossem um relógio
Sem ponteiros que nunca se adianta
Nem nunca se atrasa
E eles mergulhados nesta verdade feia
Pensam que são demasiados novos
Para receber a sua reforma conquistada
Em longos anos de labor
E demasiado velhos para trabalharem
Como um direito que vem escrito
Em todos os manuais da vida humana
E afinal não passa de uma farsa bem ferida
Este não é aquele favo de mel tão doce
Como doce era o sabor de se sentirem úteis
Para a sua meia idade como sempre aspiraram
Este é um pesadelo dos mais sinistros
Que agora vive em todos os excluídos
E que amanhã, infelizmente
Continuará a viver com outros sem sorte
Que terão as mesmas ruas
As mesmas esquinas
Para olharem para um horizonte
Onde certamente e calmamente
Passeará o dinheiro dos espertos
E o puder dos sábios
Num futuro canalha
De: Fernando Ramos
833
Os excluídos calcorreiam as ruas costumeiras
Bem pertinhas de suas casas
Eles são os filhos da inconsciência
De quem Governa seu ganha pão
Estas são as virtudes de um governo sábio
Tão sábio que deixa homens e mulheres
Perto dos cinquenta anos de idade
Entregue ás mãos de um patrão esperto
Afinal mais esperto que os governos sábios
Metidos em redomas de vidro onde se fecham
Eles se aproveitam de todos os pequenos
Pormenores, até os mais escondidos
Nas leis elaboradas p’los tais sábios governos
Que dizem aprovar estas ditas leis
Em defesa da estabilidade e da liberdade
Mas qual Liberdade?
Quando pessoas vivem à mingua e à sorte
E outros se aproveitam da sua fragilidade!
Sabe-se lá com que interesses...
Não são certamente o destes excluídos
Que sussurram pelas esquinas das cidades
A seu pobre coração sobre a falta de afectos
Dos misteriosos governos sábios
Que maquiavelicamente
Em determinadas alturas da vida
Tem sido fieis causadores
Dos maus momentos de tristes destinos
Os dias dos excluídos se confundem
Uns com os outros
Como se fossem um relógio
Sem ponteiros que nunca se adianta
Nem nunca se atrasa
E eles mergulhados nesta verdade feia
Pensam que são demasiados novos
Para receber a sua reforma conquistada
Em longos anos de labor
E demasiado velhos para trabalharem
Como um direito que vem escrito
Em todos os manuais da vida humana
E afinal não passa de uma farsa bem ferida
Este não é aquele favo de mel tão doce
Como doce era o sabor de se sentirem úteis
Para a sua meia idade como sempre aspiraram
Este é um pesadelo dos mais sinistros
Que agora vive em todos os excluídos
E que amanhã, infelizmente
Continuará a viver com outros sem sorte
Que terão as mesmas ruas
As mesmas esquinas
Para olharem para um horizonte
Onde certamente e calmamente
Passeará o dinheiro dos espertos
E o puder dos sábios
Num futuro canalha
De: Fernando Ramos
833
abril 09, 2008
PULOS DE FELICIDADE
PULOS DE FELICIDADE
Pobre mundo que nos rodeia
Vivendo ao sabor do vento
Triste futuro desencadeia
Faz-nos sofrer no seu tempo
Será preciso... Outro encontrar
Mais amante, solidário e seguro
Tanta ajuda se irá precisar
Nesse trilho longo e escuro
Serão relâmpagos de desilusão
Que na caminhada irão aparecer
Encontra-se pedras de alucinação
Dum duro chão, a percorrer
Mas anseia-se por um sonho lindo
Como mares de preciosos corais
Para trás ficará um mundo findo
Outro nascerá... De novos rituais
Ouvir-se-ão corações a sussurrar
Não por falta de novos afectos
Mas sim p’lo fim do triste caminhar
E na vida não surgirá mais desertos
O amor, o amor de novo voltará
Sorrindo no aconchego da liberdade
A paz outro caminho percorrerá
Onde se pulará, de imensa felicidade
Este é um gracioso desejo
Se acontecer... Esse futuro eu beijo!
De: Fernando Ramos
832
Pobre mundo que nos rodeia
Vivendo ao sabor do vento
Triste futuro desencadeia
Faz-nos sofrer no seu tempo
Será preciso... Outro encontrar
Mais amante, solidário e seguro
Tanta ajuda se irá precisar
Nesse trilho longo e escuro
Serão relâmpagos de desilusão
Que na caminhada irão aparecer
Encontra-se pedras de alucinação
Dum duro chão, a percorrer
Mas anseia-se por um sonho lindo
Como mares de preciosos corais
Para trás ficará um mundo findo
Outro nascerá... De novos rituais
Ouvir-se-ão corações a sussurrar
Não por falta de novos afectos
Mas sim p’lo fim do triste caminhar
E na vida não surgirá mais desertos
O amor, o amor de novo voltará
Sorrindo no aconchego da liberdade
A paz outro caminho percorrerá
Onde se pulará, de imensa felicidade
Este é um gracioso desejo
Se acontecer... Esse futuro eu beijo!
De: Fernando Ramos
832
abril 08, 2008
AMOR SEM JUIZO
AMOR SEM JUÍZO
Eu preciso de te falar
De beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
Tive um erro imperdoável
Cometi a traição num impulso
Dei-te a dor insuportável
Sofres deste meu abuso
Não ando nesta vida
Sem primeiro a razão escutar
Não a ouvi, agora germina a ferida
Da verdade difícil de aceitar
Eu preciso de te falar
E beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
Tanto te abracei p’ra proteger
De alguma insensatez voraz
Mas acabei por te perder
Não sei, como fui capaz
Vivemos um belo amor
E te fiz juras sem ilusão
Trai-te... Agora sobra a dor
Jamais concedes teu perdão
Eu preciso de te falar
E beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
De: Fernando Ramos
831
Eu preciso de te falar
De beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
Tive um erro imperdoável
Cometi a traição num impulso
Dei-te a dor insuportável
Sofres deste meu abuso
Não ando nesta vida
Sem primeiro a razão escutar
Não a ouvi, agora germina a ferida
Da verdade difícil de aceitar
Eu preciso de te falar
E beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
Tanto te abracei p’ra proteger
De alguma insensatez voraz
Mas acabei por te perder
Não sei, como fui capaz
Vivemos um belo amor
E te fiz juras sem ilusão
Trai-te... Agora sobra a dor
Jamais concedes teu perdão
Eu preciso de te falar
E beber teu sorriso
Já não sei como calar
Meu amor sem juízo
De: Fernando Ramos
831
abril 07, 2008
DOCE MÃE
DOCE MÃE
Na beira do rio sob a escuridão infinda
A doce mãe seu filho adormece
Naquele silencio a flor mais linda
Fragrâncias de sonho à noite tece
Na noite negra tão escura como preta
A Senhora a seu menino sorri
No horizonte opaco se abre uma greta
Mostrando à mãe um mundo ruim
Pensando ela... É mais bonito a beira do rio!
Ali reside o amor a viver em bonança
Apesar de ser bem pequeno e esguio
Lá mora p’ra seu filho a fiel segurança
A doce mãe daquela beira jamais quer partir
Ali, onde escuta o conversar das flores
Que por vezes muito a fazem sorrir
Voando ao vento, maravilhosos odores
Naquele berço coberto pelo céu
A mãe sussurra ás estrelas que a cativa
Pede a elas amor quente dum seio seu
P’ra que seu menino, em pureza viva
Ao entardecer quando o sol já ia
Um poema se escreveu p’ra seu espanto
À beira do rio o declamou na orvalhada fria
Empregando ao momento, tanto, tanto encanto
E na noite de cativante azul comovente
No infinito das profundezas do luar
A doce mãe, ao menino oferece seu seio quente
Murmurando-lhe no rosto canções de embalar
De: Fernando Ramos
830
Na beira do rio sob a escuridão infinda
A doce mãe seu filho adormece
Naquele silencio a flor mais linda
Fragrâncias de sonho à noite tece
Na noite negra tão escura como preta
A Senhora a seu menino sorri
No horizonte opaco se abre uma greta
Mostrando à mãe um mundo ruim
Pensando ela... É mais bonito a beira do rio!
Ali reside o amor a viver em bonança
Apesar de ser bem pequeno e esguio
Lá mora p’ra seu filho a fiel segurança
A doce mãe daquela beira jamais quer partir
Ali, onde escuta o conversar das flores
Que por vezes muito a fazem sorrir
Voando ao vento, maravilhosos odores
Naquele berço coberto pelo céu
A mãe sussurra ás estrelas que a cativa
Pede a elas amor quente dum seio seu
P’ra que seu menino, em pureza viva
Ao entardecer quando o sol já ia
Um poema se escreveu p’ra seu espanto
À beira do rio o declamou na orvalhada fria
Empregando ao momento, tanto, tanto encanto
E na noite de cativante azul comovente
No infinito das profundezas do luar
A doce mãe, ao menino oferece seu seio quente
Murmurando-lhe no rosto canções de embalar
De: Fernando Ramos
830
abril 05, 2008
DEIXEM-NO RIR
DEIXEM-NO RIR
Ao final da tarde
Quando o sol vai de abalada
Dá um prazer danado
Escutar algumas pérolas
De Jorge Palma
E nesse doce entardecer
A melodia entra sem bater
Sem precisar de se anunciar
Numa rádio qualquer
O artista deambula seu gozo
E vai dizendo a alma poeta
Só como ele a espreita
É assim a velha estrada
De sua musica aromática
Que ao piano, ou à guitarra
Mostra a raça e o coração
Em teimosos poemas
Ao amor, e á vida
Vai suplicando pelos dedos
Num teclado de piano
Para o deixarem rir
Na voz que engrandece os génios
Tocando e escrevendo
O que nós ouvimos como
Uma perpétua sinfonia
Que passa por toda a existência
A nossa existência
E ao som de pura liberdade
De compor
Vai soluçando magia
No melhor que pode oferecer
Como se fosse um fetiche
De emoções dentro de sonhos
Que se vão ouvir e ler
Através dos tempos
E ele num espirito de saudade
Vai suplicando arduamente
Para o deixarem rir
De: Fernando Ramos
826
Ao final da tarde
Quando o sol vai de abalada
Dá um prazer danado
Escutar algumas pérolas
De Jorge Palma
E nesse doce entardecer
A melodia entra sem bater
Sem precisar de se anunciar
Numa rádio qualquer
O artista deambula seu gozo
E vai dizendo a alma poeta
Só como ele a espreita
É assim a velha estrada
De sua musica aromática
Que ao piano, ou à guitarra
Mostra a raça e o coração
Em teimosos poemas
Ao amor, e á vida
Vai suplicando pelos dedos
Num teclado de piano
Para o deixarem rir
Na voz que engrandece os génios
Tocando e escrevendo
O que nós ouvimos como
Uma perpétua sinfonia
Que passa por toda a existência
A nossa existência
E ao som de pura liberdade
De compor
Vai soluçando magia
No melhor que pode oferecer
Como se fosse um fetiche
De emoções dentro de sonhos
Que se vão ouvir e ler
Através dos tempos
E ele num espirito de saudade
Vai suplicando arduamente
Para o deixarem rir
De: Fernando Ramos
826
março 30, 2008
LISBOA DO POVO E DO TURISTA
LISBOA DO POVO E DO TURISTA
Lisboa, paraíso de sete colinas
Desperta aos raios da manhã
Brilha o sol nas casas Pombalinas
Da bela cidade amiga e cortesã
Nas ruas a liberdade pulula por ali
Desde cedinho sob um céu majestoso
O povo diz que a cidade é parte de si
Abençoada p’lo seu Santo fervoroso
À noite a lua p’las janelas entra em cheio
Nos becos e vielas do fado submisso
O turista espreita as tascas, e de permeio
Apaixona-se p’la guitarra de timbre castiço
É nesta Capital mágica de mil sois
O visitante se move alegremente
Nas esplanadas prova pratinhos de caracóis
Saboreando-os com cerveja perdidamente
De dia o estrangeiro esta Lisboa visita
As belezas aquecidas p’lo sol encantado
E à noite se perde pela voz da fadista
Que lhes dedica o fado de amor perfumado
É assim a maravilhosa Lisboa
Que muito tem para oferecer
Tantos a querem como sua fada boa
Os turistas já mais a irão esquecer
E no eléctrico turístico vermelho e amarelo
Passeia-se p’la Lisboa cosmopolita e amena
Deslumbrando-se próximo do céu, no Castelo
Olhando o Tejo e a cidade que é poema
O turista, calcorreia os bairros populares
Deambulando por ali sem alguma maçada
O povo lhes oferece em faustos jantares
Vinho tinto, e a bela Sardinha assada
Pelas ruas vai criando suas ilusões
Nesta cidade que para si é um espanto
Falam-lhe do grande poeta Camões
E da poesia que lhes traz tanto encanto
Na hora do visitante ir embora
A tristeza bate com ansiedade
Já amam Lisboa conhecida em boa hora
Levando no peito a palavra SAUDADE
E a cidade para eles bem se agita
Com amor e o calor do céu azul
Gritando muito feliz o turista
“Lisboa é tão bela como as ilhas do mar do sul”
De: Fernando Ramos
821
Lisboa, paraíso de sete colinas
Desperta aos raios da manhã
Brilha o sol nas casas Pombalinas
Da bela cidade amiga e cortesã
Nas ruas a liberdade pulula por ali
Desde cedinho sob um céu majestoso
O povo diz que a cidade é parte de si
Abençoada p’lo seu Santo fervoroso
À noite a lua p’las janelas entra em cheio
Nos becos e vielas do fado submisso
O turista espreita as tascas, e de permeio
Apaixona-se p’la guitarra de timbre castiço
É nesta Capital mágica de mil sois
O visitante se move alegremente
Nas esplanadas prova pratinhos de caracóis
Saboreando-os com cerveja perdidamente
De dia o estrangeiro esta Lisboa visita
As belezas aquecidas p’lo sol encantado
E à noite se perde pela voz da fadista
Que lhes dedica o fado de amor perfumado
É assim a maravilhosa Lisboa
Que muito tem para oferecer
Tantos a querem como sua fada boa
Os turistas já mais a irão esquecer
E no eléctrico turístico vermelho e amarelo
Passeia-se p’la Lisboa cosmopolita e amena
Deslumbrando-se próximo do céu, no Castelo
Olhando o Tejo e a cidade que é poema
O turista, calcorreia os bairros populares
Deambulando por ali sem alguma maçada
O povo lhes oferece em faustos jantares
Vinho tinto, e a bela Sardinha assada
Pelas ruas vai criando suas ilusões
Nesta cidade que para si é um espanto
Falam-lhe do grande poeta Camões
E da poesia que lhes traz tanto encanto
Na hora do visitante ir embora
A tristeza bate com ansiedade
Já amam Lisboa conhecida em boa hora
Levando no peito a palavra SAUDADE
E a cidade para eles bem se agita
Com amor e o calor do céu azul
Gritando muito feliz o turista
“Lisboa é tão bela como as ilhas do mar do sul”
De: Fernando Ramos
821
março 24, 2008
PERDÃO PARA A MÃE
PERDÃO PARA A MÃE
Minha mãe foi rezar
Na Igreja da Virgem Maria
P’ra Virgem perdoar
O pecado que na alma, lhe ia
Senhora perdoai minha mãe
Que é uma Santa mulher
Os pecados que ela tem
Seu pobre coração fere
Carregamos a alma pecadora
Fazendo vida desgraçada
Perdoai-nos Santa Senhora
Para o céu ser boa morada
A Virgem perdoa sempre
Na sua piedosa Divindade
Adoramo-la eternamente
Jurando-lhe fidelidade
Na igreja, minha mãe reza
Pelo o mundo e p’la família
Quando lá vai, leva a promessa
De amor à Virgem Maria
E a Virgem bem a escuta
Nas suas tristezas da vida
Senhora, protege-a nessa luta
P’ra que nunca se sinta perdida
De: Fernando Ramos
819
Minha mãe foi rezar
Na Igreja da Virgem Maria
P’ra Virgem perdoar
O pecado que na alma, lhe ia
Senhora perdoai minha mãe
Que é uma Santa mulher
Os pecados que ela tem
Seu pobre coração fere
Carregamos a alma pecadora
Fazendo vida desgraçada
Perdoai-nos Santa Senhora
Para o céu ser boa morada
A Virgem perdoa sempre
Na sua piedosa Divindade
Adoramo-la eternamente
Jurando-lhe fidelidade
Na igreja, minha mãe reza
Pelo o mundo e p’la família
Quando lá vai, leva a promessa
De amor à Virgem Maria
E a Virgem bem a escuta
Nas suas tristezas da vida
Senhora, protege-a nessa luta
P’ra que nunca se sinta perdida
De: Fernando Ramos
819
março 17, 2008
CHOVEM BEIJOS DE AMOR
CHOVEM BEIJOS DE AMOR
Teu sorriso soa por minha alma
Na harmonia que o maestro levanta
Inundando o peito, e o palpitar acalma
Tanta angustia melada, tanta... tanta
Por teu sorriso que dá perdição
Murmura o vento levantando vagas
Num mar de amor perto do coração
Esconde beijos vestidos de pratas
De mil raios chovem desejos de amor
Perdidos por esses lábios gostosos
Caindo na terra, num forte tremor
Aromas teus, em beijos melosos
É com espanto e tanta fantasia
Que o penetrante olhar bem vigia
Tua boca bela de minha tontaria
P’lo brilhar da noite até ao raiar do dia
E no imenso azul de total luar
Beijamo-nos rendidos de olhos cerrados
Com nossos lábios quase a murmurar
Esses doces momentos tão perfumados
E uiva o vento num feliz tormento
Buscando beleza em teu sorriso maroto
Desfraldam velas e Naus não aguentam
O mar de beijos que por teus lábios solto
De: Fernando Ramos
818
Teu sorriso soa por minha alma
Na harmonia que o maestro levanta
Inundando o peito, e o palpitar acalma
Tanta angustia melada, tanta... tanta
Por teu sorriso que dá perdição
Murmura o vento levantando vagas
Num mar de amor perto do coração
Esconde beijos vestidos de pratas
De mil raios chovem desejos de amor
Perdidos por esses lábios gostosos
Caindo na terra, num forte tremor
Aromas teus, em beijos melosos
É com espanto e tanta fantasia
Que o penetrante olhar bem vigia
Tua boca bela de minha tontaria
P’lo brilhar da noite até ao raiar do dia
E no imenso azul de total luar
Beijamo-nos rendidos de olhos cerrados
Com nossos lábios quase a murmurar
Esses doces momentos tão perfumados
E uiva o vento num feliz tormento
Buscando beleza em teu sorriso maroto
Desfraldam velas e Naus não aguentam
O mar de beijos que por teus lábios solto
De: Fernando Ramos
818
março 16, 2008
TEU AMOR É O RUM
TEU AMOR É O RUM
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Nesse teu mergulhar em bebida
Fazes-me sofrer sem razão
À muito, me sinto perdida
Por fazeres doer meu coração
Porquê, porquê tua tristeza
Se desde novinha que sou tua
Hoje penso que não foi beleza
Quando me tinhas à luz da lua
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Estranha é, tua atitude tortuosa
Que me faz cair na solidão
Agora a noite passa vagarosa
Quando antes era só emoção
Meu desespero é tão cruel
Falta-me tua confiança
Esse ciúme na nossa vida é fel
E vai matando o amor de criança
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Agora, teu amor é o Rum
Bebida da tua destruição
Ele te consome, e não sofre só um
Pois eu vivo em total consternação
Esta maldita maleita te alcançou
Como lamina de dor na nossa vida
Toda esta angústia me cansou
E o coração, não sara esta ferida
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
De: Fernando Ramos
816
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Nesse teu mergulhar em bebida
Fazes-me sofrer sem razão
À muito, me sinto perdida
Por fazeres doer meu coração
Porquê, porquê tua tristeza
Se desde novinha que sou tua
Hoje penso que não foi beleza
Quando me tinhas à luz da lua
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Estranha é, tua atitude tortuosa
Que me faz cair na solidão
Agora a noite passa vagarosa
Quando antes era só emoção
Meu desespero é tão cruel
Falta-me tua confiança
Esse ciúme na nossa vida é fel
E vai matando o amor de criança
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
Agora, teu amor é o Rum
Bebida da tua destruição
Ele te consome, e não sofre só um
Pois eu vivo em total consternação
Esta maldita maleita te alcançou
Como lamina de dor na nossa vida
Toda esta angústia me cansou
E o coração, não sara esta ferida
Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu
De: Fernando Ramos
816
março 09, 2008
GUITARRA VAIDOSA
GUITARRA VAIDOSA
A nossa guitarra é vaidosa
Põem-se bonita ao trinar
Para a bela voz virtuosa
Que dela se faz acompanhar
Suas cordas são de puro ouro
Tão macias como cetim
Dedilha-se este belo tesouro
Em fados de amor, e dor ruim
A sua riqueza, trina a coragem
Diz o povo, sentindo-a nos fados
Poetas oferecem vassalagem
Nos poemas de amores agitados
Do Tejo, partiram Naus e Caravelas
Levando guitarras, e guitarristas
P’ra num mundo novo, à luz das velas
Se ouvirem, valentes marinheiros fadistas
É sempre num castiço e bonito fado
Que a guitarra tem a nobre missão
Tocar a dor, o amor, e o pecado
Que moram pertinho do coração
Os bairros amam sua Guitarra
E os fadistas choram com ela
Voz ardente nela se amarra
Pró povo, que a ouve à janela
E na sua vaidade de trinar
Ela sorri p’ra noite, e pró dia
Com fadistas a maravilhar
O turista, o povo, e a fidalguia
De: Fernando Ramos
815
A nossa guitarra é vaidosa
Põem-se bonita ao trinar
Para a bela voz virtuosa
Que dela se faz acompanhar
Suas cordas são de puro ouro
Tão macias como cetim
Dedilha-se este belo tesouro
Em fados de amor, e dor ruim
A sua riqueza, trina a coragem
Diz o povo, sentindo-a nos fados
Poetas oferecem vassalagem
Nos poemas de amores agitados
Do Tejo, partiram Naus e Caravelas
Levando guitarras, e guitarristas
P’ra num mundo novo, à luz das velas
Se ouvirem, valentes marinheiros fadistas
É sempre num castiço e bonito fado
Que a guitarra tem a nobre missão
Tocar a dor, o amor, e o pecado
Que moram pertinho do coração
Os bairros amam sua Guitarra
E os fadistas choram com ela
Voz ardente nela se amarra
Pró povo, que a ouve à janela
E na sua vaidade de trinar
Ela sorri p’ra noite, e pró dia
Com fadistas a maravilhar
O turista, o povo, e a fidalguia
De: Fernando Ramos
815
fevereiro 20, 2008
BEIJOS PELA TARDINHA
BEIJOS PELA TARDINHA
(soneto)
Deste-me beijos pela tardinha
Por esse encanto me fiquei
E, em tua boca tão docinha
Entre suspiros balancei
Nela, subi ao firmamento
Tal era minha felicidade
Quero teus lábios, todo momento
E quem sabe... P’ra eternidade
Tua boca, é a doce loucura
E fonte de mel do meu viver
Teus beijos, são pura ternura
P’ra meu doido peito ofegante
Por tão assombroso prazer
Que perdido está neste instante
de: Fernando Ramos
814
(soneto)
Deste-me beijos pela tardinha
Por esse encanto me fiquei
E, em tua boca tão docinha
Entre suspiros balancei
Nela, subi ao firmamento
Tal era minha felicidade
Quero teus lábios, todo momento
E quem sabe... P’ra eternidade
Tua boca, é a doce loucura
E fonte de mel do meu viver
Teus beijos, são pura ternura
P’ra meu doido peito ofegante
Por tão assombroso prazer
Que perdido está neste instante
de: Fernando Ramos
814
fevereiro 17, 2008
FEIRA DE VELHARIAS E NOVIDADES
FEIRA DE VELHARIAS E NOVIDADES
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
No mercado tudo é de bom preço
Dizem feirantes em sua roda viva
Comprar ali, já é um bom começo
Mas p’ra alguns uma causa perdida
As senhoras regateiam suas compras
Os maridos, prestam-lhes atenção
Donzelas, vêem rapazes e ficam tontas
Elas p’ra eles, são a nobre tentação
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
E a música na feira é um regalo
P’ra menina, e pró menino que passa
Na confusão, ao avô pisam o calo
Dando ais, p’la pisadela sem graça
E naquele rodopiar de tempo
Há de tudo, e outras coisas mais
Até alegria, que vai no passo lento
Do militar, e de mais outros tais
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
De:Fernando Ramos
812
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
No mercado tudo é de bom preço
Dizem feirantes em sua roda viva
Comprar ali, já é um bom começo
Mas p’ra alguns uma causa perdida
As senhoras regateiam suas compras
Os maridos, prestam-lhes atenção
Donzelas, vêem rapazes e ficam tontas
Elas p’ra eles, são a nobre tentação
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
E a música na feira é um regalo
P’ra menina, e pró menino que passa
Na confusão, ao avô pisam o calo
Dando ais, p’la pisadela sem graça
E naquele rodopiar de tempo
Há de tudo, e outras coisas mais
Até alegria, que vai no passo lento
Do militar, e de mais outros tais
Toca a lira, trombetas e o oboé
Na feira de velharias e novidades
Grita a cigana “chinelas pró pé
E roupinhas p’ra tantas vaidades”
De:Fernando Ramos
812
fevereiro 08, 2008
LISBOA O NOSSO AMOR
LISBOA O NOSSO AMOR
És a cidade do sol encantado
Brilhas a alma de quem te ama
Por ti, de amor te cantam no fado
Os alfacinhas de quem és dama
Lisboa és de amores p’ra toda a vida
Sorris aos olhos do fiel turista
Cai-lhes a lágrima na partida
Resta-lhes a saudade, sua conquista
Tanta magia aquece os corações
Nos teus lindos lares, ó cidade
És a riqueza das nossas gerações
Que gritam contigo, a liberdade
Nos descobrimentos eras menina
Pró mundo tornaste formosa mulher
És a cidade bela e bem feminina
Onde as gentes no coração te quer
Na colina, tens o velho Castelo
Espreitando o Tejo com felicidade
O seu olhar ternurento e belo
Vai-te memosiando, maravilhosa cidade
És Deusa de bonitos olhos de safira
E para todos um rico tesouro
Dizer que és feia, é pura mentira
Isso são ciúmes bordados a ouro
O povo em ti, se enrola de encanto
Linda Lisboa de tanto esplendor
O mundo sorri, e pára de espanto
Ao ver que contigo, fazemos amor
De: Fernando Ramos
807
És a cidade do sol encantado
Brilhas a alma de quem te ama
Por ti, de amor te cantam no fado
Os alfacinhas de quem és dama
Lisboa és de amores p’ra toda a vida
Sorris aos olhos do fiel turista
Cai-lhes a lágrima na partida
Resta-lhes a saudade, sua conquista
Tanta magia aquece os corações
Nos teus lindos lares, ó cidade
És a riqueza das nossas gerações
Que gritam contigo, a liberdade
Nos descobrimentos eras menina
Pró mundo tornaste formosa mulher
És a cidade bela e bem feminina
Onde as gentes no coração te quer
Na colina, tens o velho Castelo
Espreitando o Tejo com felicidade
O seu olhar ternurento e belo
Vai-te memosiando, maravilhosa cidade
És Deusa de bonitos olhos de safira
E para todos um rico tesouro
Dizer que és feia, é pura mentira
Isso são ciúmes bordados a ouro
O povo em ti, se enrola de encanto
Linda Lisboa de tanto esplendor
O mundo sorri, e pára de espanto
Ao ver que contigo, fazemos amor
De: Fernando Ramos
807
janeiro 26, 2008
804 - SOLIDÃO COMPANHEIRA
SOLIDÃO COMPANHEIRA
As palavras não se soltam
Da minha garganta
Soluços secos abanam meu corpo
Como uma árvore ao vento
Na minha frente vejo um mendigo
E um nó na alma se revolta
Por este triste quadro
Que me retalha o coração
Olho o pobre deitado no chão
E o que vejo, são dias difíceis
E vou meditando
Sobre a miséria humana
Como é possível!
Pessoas, por ele vão passando
E nem sequer o olham
Nem fazem um mínimo esforço
Para ver o infeliz homem
Naquele quadro tão solitário
Ele, deitado numa caixa de cartão
Que é seu leito do momento
Neste dia frio de Outono
Nem faz o mínimo movimento
E nem deverá pensar em dali partir
Mesmo que queira partir
Daquela situação, certamente
não poderá
Mas para onde iria o pobre infeliz?
Pergunto a mim mesmo!
O mundo gira, gira à sua volta
Com correrias para cima, e para baixo
Sem que as pessoas
Dêem umas pelas outras
Mostrando que apenas
Estarão tão sós como o homem
Ali deitado na calçada
Onde sente o futuro fugir-lhe
Para algum lado sem regresso
Sobrando-lhe apenas
A solidão companheira
Pobre mundo que tratas tão mal
Os teus filhos!
de: Fernando Ramos
804
As palavras não se soltam
Da minha garganta
Soluços secos abanam meu corpo
Como uma árvore ao vento
Na minha frente vejo um mendigo
E um nó na alma se revolta
Por este triste quadro
Que me retalha o coração
Olho o pobre deitado no chão
E o que vejo, são dias difíceis
E vou meditando
Sobre a miséria humana
Como é possível!
Pessoas, por ele vão passando
E nem sequer o olham
Nem fazem um mínimo esforço
Para ver o infeliz homem
Naquele quadro tão solitário
Ele, deitado numa caixa de cartão
Que é seu leito do momento
Neste dia frio de Outono
Nem faz o mínimo movimento
E nem deverá pensar em dali partir
Mesmo que queira partir
Daquela situação, certamente
não poderá
Mas para onde iria o pobre infeliz?
Pergunto a mim mesmo!
O mundo gira, gira à sua volta
Com correrias para cima, e para baixo
Sem que as pessoas
Dêem umas pelas outras
Mostrando que apenas
Estarão tão sós como o homem
Ali deitado na calçada
Onde sente o futuro fugir-lhe
Para algum lado sem regresso
Sobrando-lhe apenas
A solidão companheira
Pobre mundo que tratas tão mal
Os teus filhos!
de: Fernando Ramos
804
janeiro 18, 2008
POESIA DE AMOR
POESIA DE AMOR
Ainda se escreve poemas de amor
Como se escrevia antigamente
Alguns cantados p’lo trovador
Em fervoroso sentimento ardente
A poesia dá beber à emoção
Foi no passado, é no presente
Inspirada na ilimitada paixão
Dum coração incandescente
É a pura satisfação maior
Do poeta inspirador
Torna a tristeza menor
Com mensagens de esplendor
Poema é a brasa que não morre
E vai ardendo no coração
O amor dele se socorre
Nos dias negros de solidão
Não há poemas inspirados à toa
Porque o amor, por eles padece
É escrita errante, terna e boa
Que ao poeta tanto envaidece
Na poesia vai a beleza de viver
E doces momentos p’ra desfrutar
Vêem do génio do bem escrever
Que é o poeta, do saber amar
Poesia será sempre a voz da ânsia
Num querer sem ilusão
Nela a esperança não se cansa
Morando pertinho do coração
De: Fernando Ramos
797
Ainda se escreve poemas de amor
Como se escrevia antigamente
Alguns cantados p’lo trovador
Em fervoroso sentimento ardente
A poesia dá beber à emoção
Foi no passado, é no presente
Inspirada na ilimitada paixão
Dum coração incandescente
É a pura satisfação maior
Do poeta inspirador
Torna a tristeza menor
Com mensagens de esplendor
Poema é a brasa que não morre
E vai ardendo no coração
O amor dele se socorre
Nos dias negros de solidão
Não há poemas inspirados à toa
Porque o amor, por eles padece
É escrita errante, terna e boa
Que ao poeta tanto envaidece
Na poesia vai a beleza de viver
E doces momentos p’ra desfrutar
Vêem do génio do bem escrever
Que é o poeta, do saber amar
Poesia será sempre a voz da ânsia
Num querer sem ilusão
Nela a esperança não se cansa
Morando pertinho do coração
De: Fernando Ramos
797
novembro 24, 2007
BOXEUR BAILARINO
BOXEUR BAILARINO
Num bailado raro, e bem vivo
Distribui golpes no adversário
Alguns caem num lugar aflitivo
Ouvindo-se um grito de calvário .
É um bom boxeur dançarino
Pasmando adversários p’la destreza
De golpes, atrás de golpes de bailarino
Mostra como a luta pode ser beleza
E neste ritmado movimento
A cadência da força vai morrendo
Seu punho poderoso, já é lento
E a frescura dos murros perdendo
E num combate, algo impiedoso
Recebe o último golpe bem potente
Aí percebe como é doloroso
Sofrer-se tanto até ficar demente
Os Deuses, o estão abandonar
Perdendo a sua louca glória
É mais um atleta que vai deixar
Os palcos de muita vitória
Agora vai socando a adversidade
No ringue da vida, trago a trago
Cai no fatídico assalto da verdade
Estatelando-se no tapete, seu afago
E o boxeur, não mais vai bailar
À frente dum lutador perdedor
Apenas sobra-lhe tristeza de arrasar
No infinito tempo, difícil e de dor
De: Fernando Ramos
776
Num bailado raro, e bem vivo
Distribui golpes no adversário
Alguns caem num lugar aflitivo
Ouvindo-se um grito de calvário .
É um bom boxeur dançarino
Pasmando adversários p’la destreza
De golpes, atrás de golpes de bailarino
Mostra como a luta pode ser beleza
E neste ritmado movimento
A cadência da força vai morrendo
Seu punho poderoso, já é lento
E a frescura dos murros perdendo
E num combate, algo impiedoso
Recebe o último golpe bem potente
Aí percebe como é doloroso
Sofrer-se tanto até ficar demente
Os Deuses, o estão abandonar
Perdendo a sua louca glória
É mais um atleta que vai deixar
Os palcos de muita vitória
Agora vai socando a adversidade
No ringue da vida, trago a trago
Cai no fatídico assalto da verdade
Estatelando-se no tapete, seu afago
E o boxeur, não mais vai bailar
À frente dum lutador perdedor
Apenas sobra-lhe tristeza de arrasar
No infinito tempo, difícil e de dor
De: Fernando Ramos
776
novembro 05, 2007
TRISTE DESPERTAR
TRISTE DESPERTAR
Sonho ser poeta para o povo,
Escrever boas trovas pró artista
Ele as cantará pró mundo novo
E que a elas, ninguém lhes resista
Quero pura inspiração perfeita
Da poesia bela, e muito cordial
Nela, esteja paz que deleita
Um bom mundo de amor sem igual
Sonho, versos de vida atraente
Que escreverei em algum lugar
Serão p’ra gente, que ama gente
Que mais tarde não os vá defraudar
Quero a poesia bem caprichada
De sentimentos, que todos lêem
Seja livre, não amordaçada
P'ra uma paz, que todos a vêem
Do meu sonho, estou a despertar
A vontade não foi abençoada
Escrevo apenas, só por eu gostar
Não, não sou o poeta, não sou nada!
De: Fernando Ramos
775
10s
Sonho ser poeta para o povo,
Escrever boas trovas pró artista
Ele as cantará pró mundo novo
E que a elas, ninguém lhes resista
Quero pura inspiração perfeita
Da poesia bela, e muito cordial
Nela, esteja paz que deleita
Um bom mundo de amor sem igual
Sonho, versos de vida atraente
Que escreverei em algum lugar
Serão p’ra gente, que ama gente
Que mais tarde não os vá defraudar
Quero a poesia bem caprichada
De sentimentos, que todos lêem
Seja livre, não amordaçada
P'ra uma paz, que todos a vêem
Do meu sonho, estou a despertar
A vontade não foi abençoada
Escrevo apenas, só por eu gostar
Não, não sou o poeta, não sou nada!
De: Fernando Ramos
775
10s
novembro 04, 2007
TEUS OLHOS NEGROS
TEUS NEGROS OLHOS
Teus olhos, de tão negros
Fazem as noites bailar
São felizes, sem medos
Que encantam um sonhar
Dão feitiços ao luar
Que os meus avassalam
Não os quero ver deitar
Lágrimas que me calam
Tornam o mundo rico
Num intenso voltear
Do negro tão bonito
Propenso ao meu beijar
Veiem em vagas d’amor
Sentimentos de arfar
Os beijo, como a flor
P’ra esses olhos gostar
E de tão negros que são
Me inspiram no versar
Em palavras de razão
Rimadas em teu olhar
De: Fernando ramos
774
7s
Teus olhos, de tão negros
Fazem as noites bailar
São felizes, sem medos
Que encantam um sonhar
Dão feitiços ao luar
Que os meus avassalam
Não os quero ver deitar
Lágrimas que me calam
Tornam o mundo rico
Num intenso voltear
Do negro tão bonito
Propenso ao meu beijar
Veiem em vagas d’amor
Sentimentos de arfar
Os beijo, como a flor
P’ra esses olhos gostar
E de tão negros que são
Me inspiram no versar
Em palavras de razão
Rimadas em teu olhar
De: Fernando ramos
774
7s
outubro 09, 2007
GENTE BONITA
GENTE BONITA
Neste jardim, floresce o bonito cravo
De pétalas empregnadas de conquista
P’ra muitos, e muitos, é um feliz fado
Na rouquidão da voz, do grande artista
Nasceu numa boa manhã de Abril novo
Num Portugal onde a paz já se grita
Abriram-se prisões, soltou-se um povo
Da terra abençoada, de gente bonita
Vieram trovadores, e todas as artes
Cantar na rua a balada bem catita
Partiram pró estrangeiro, alguns trastes
Fugindo na crista da ganância banida
Lançaram-se foguetes por tanta glória
Chorou-se a poesia à muito escrita
Ecoaram das almas gritos de vitória
Da terra abençoada, de gente bonita
Espera-se que todos saibam conservar
Tal grandeza, da extraordinária pepita
Cravos de amor, muitos se irão plantar
P'ra que ao povo, não falte sua sopita
Apareceu esta paz, julgada perdida
Nos bons corações amarrados por guita
Cantou-se Abril, na garganta ferida
Da terra abençoada, de gente bonita
Desfraldaram-se bandeiras de tanto amor
De pura fazenda, que não era de chita
Ofereceu-se pão, a quem comeu a dor
Nos bairros tragados p’la miséria dita
Somos um povo que jamais se irá curvar
Ao déspota carrasco, da mágoa aflita
Contra ele, a injustiça irá bem lutar
Da terra abençoada, de gente bonita
Oh! Como é bom viver, assim liberto
Na heróica pátria, em páginas descrita
P’lo ilustre Camões, num belo livro aberto
Da terra abençoada, de gente bonita
De: Fernando Ramos
772
12s
Neste jardim, floresce o bonito cravo
De pétalas empregnadas de conquista
P’ra muitos, e muitos, é um feliz fado
Na rouquidão da voz, do grande artista
Nasceu numa boa manhã de Abril novo
Num Portugal onde a paz já se grita
Abriram-se prisões, soltou-se um povo
Da terra abençoada, de gente bonita
Vieram trovadores, e todas as artes
Cantar na rua a balada bem catita
Partiram pró estrangeiro, alguns trastes
Fugindo na crista da ganância banida
Lançaram-se foguetes por tanta glória
Chorou-se a poesia à muito escrita
Ecoaram das almas gritos de vitória
Da terra abençoada, de gente bonita
Espera-se que todos saibam conservar
Tal grandeza, da extraordinária pepita
Cravos de amor, muitos se irão plantar
P'ra que ao povo, não falte sua sopita
Apareceu esta paz, julgada perdida
Nos bons corações amarrados por guita
Cantou-se Abril, na garganta ferida
Da terra abençoada, de gente bonita
Desfraldaram-se bandeiras de tanto amor
De pura fazenda, que não era de chita
Ofereceu-se pão, a quem comeu a dor
Nos bairros tragados p’la miséria dita
Somos um povo que jamais se irá curvar
Ao déspota carrasco, da mágoa aflita
Contra ele, a injustiça irá bem lutar
Da terra abençoada, de gente bonita
Oh! Como é bom viver, assim liberto
Na heróica pátria, em páginas descrita
P’lo ilustre Camões, num belo livro aberto
Da terra abençoada, de gente bonita
De: Fernando Ramos
772
12s
setembro 27, 2007
SORRIR DE SAUDADE
SORRIR DE SAUDADE
Tenho saudades, de quando estudante
E de algumas moçoilas que namorei
Para quem era, seu cavaleiro andante
De tantos beijos, que lhes surripiei
Como era bonito esses tempos passados
E de quando ia ás praias do mar do sul
Pisar a cristalina areia dos namorados
Fascinando-me, nos lindos tons do céu azul
Tenho saudades, das árvores que subia
Para espreitar o ninho do rouxinol
Que para mim gorjeava em alegre mestria
Ao chegar da noite, e ao fugir do sol
Como era tão feliz por essa altura
Onde p’los quintais apanhava a boa fruta
Era criança, de infância muito dura
Que p’la vida fora moldou a conduta
Tenho saudades, das brincadeiras de rua
E saltar o velho muro da escola
Jogar à bola, até raiar a doida lua
Descalço, porque nos pés não havia sola
Como era bom ser menino, e ter tempo
Que hoje bem recordo em liberdade
Me cai a lágrima por esse puro momento
E de tudo isto, sorriu de saudade
De: Fernando Ramos
771
Tenho saudades, de quando estudante
E de algumas moçoilas que namorei
Para quem era, seu cavaleiro andante
De tantos beijos, que lhes surripiei
Como era bonito esses tempos passados
E de quando ia ás praias do mar do sul
Pisar a cristalina areia dos namorados
Fascinando-me, nos lindos tons do céu azul
Tenho saudades, das árvores que subia
Para espreitar o ninho do rouxinol
Que para mim gorjeava em alegre mestria
Ao chegar da noite, e ao fugir do sol
Como era tão feliz por essa altura
Onde p’los quintais apanhava a boa fruta
Era criança, de infância muito dura
Que p’la vida fora moldou a conduta
Tenho saudades, das brincadeiras de rua
E saltar o velho muro da escola
Jogar à bola, até raiar a doida lua
Descalço, porque nos pés não havia sola
Como era bom ser menino, e ter tempo
Que hoje bem recordo em liberdade
Me cai a lágrima por esse puro momento
E de tudo isto, sorriu de saudade
De: Fernando Ramos
771
MEU BOCAGE
MEU BOCAGE
Hoje, num dia bravo de Inverno
Por uma rua do meu bairro
Caminho sobre a calçada
Da minha velha cidade
Em meu pensamento Vai a lembrança
De um livro que me ofertaram
Num natal passado
É uma antologia de Poesias
Do grande Barbosa Du Bocage
Como eu gosto deste danado
Poeta escritor, que andou p’la Índia,
E irreverentemente passou seu tempo
Pela boémia da minha bela cidade
Onde nunca perdia a oportunidade
De expor a sua forma satírica
Sempre numa frase que servia
Venenosamente para atormentar
Os maus espíritos dos bem pensantes
Dessa longínqua época
Como ele adorava moças de mil atributos,
Como gozava à sua maneira
A vida estúpida de preconceitos
Ah grande Bocage, meu
Manuel Maria Barbosa Du Bocage
Como tu escrevias a verdade,
Quando estavas mais pachorrento
Se fosse hoje, até eu te convidava
Para irmos beber umas ginjinhas
Ali pró Rossio, e passarmos
P’la casa do teu amigo Nicola
P’ra atormentares, como só tu sabes,
Os espíritos de agora
de: Fernando Ramos
763
Hoje, num dia bravo de Inverno
Por uma rua do meu bairro
Caminho sobre a calçada
Da minha velha cidade
Em meu pensamento Vai a lembrança
De um livro que me ofertaram
Num natal passado
É uma antologia de Poesias
Do grande Barbosa Du Bocage
Como eu gosto deste danado
Poeta escritor, que andou p’la Índia,
E irreverentemente passou seu tempo
Pela boémia da minha bela cidade
Onde nunca perdia a oportunidade
De expor a sua forma satírica
Sempre numa frase que servia
Venenosamente para atormentar
Os maus espíritos dos bem pensantes
Dessa longínqua época
Como ele adorava moças de mil atributos,
Como gozava à sua maneira
A vida estúpida de preconceitos
Ah grande Bocage, meu
Manuel Maria Barbosa Du Bocage
Como tu escrevias a verdade,
Quando estavas mais pachorrento
Se fosse hoje, até eu te convidava
Para irmos beber umas ginjinhas
Ali pró Rossio, e passarmos
P’la casa do teu amigo Nicola
P’ra atormentares, como só tu sabes,
Os espíritos de agora
de: Fernando Ramos
763
setembro 17, 2007
DOCE PICA
DOCE PICA
Vou andando pela rua
De olhos pregados ao chão
Parece que vou na lua
Mas não vou na lua, não
É que, a vida me faz pensar
No tédio que é ser drogado
Ando sempre de cabeça no ar
Ansioso do ópio amaldiçoado
Mas que poderei fazer
P’ra deixar tal triste tentação
Essa vontade é raro aparecer
Nesta miséria sem solução
Estou na doce pica da desgraça
Penhorando meu futuro
Haverá alguma cura abençoada
P’ra este pobre vagabundo?
Minha morte irá aparecer
De mansinho, ou na agitação
Certamente da droga irei morrer
Bem no meio da multidão
Vou andando pela rua
De olhos pregados ao chão
Parece que vou na lua
Mas não vou na lua, não
De: Fernando Ramos
760
Vou andando pela rua
De olhos pregados ao chão
Parece que vou na lua
Mas não vou na lua, não
É que, a vida me faz pensar
No tédio que é ser drogado
Ando sempre de cabeça no ar
Ansioso do ópio amaldiçoado
Mas que poderei fazer
P’ra deixar tal triste tentação
Essa vontade é raro aparecer
Nesta miséria sem solução
Estou na doce pica da desgraça
Penhorando meu futuro
Haverá alguma cura abençoada
P’ra este pobre vagabundo?
Minha morte irá aparecer
De mansinho, ou na agitação
Certamente da droga irei morrer
Bem no meio da multidão
Vou andando pela rua
De olhos pregados ao chão
Parece que vou na lua
Mas não vou na lua, não
De: Fernando Ramos
760
setembro 12, 2007
IDEAIS ESCONDIDOS
IDEAIS ESCONDIDOS
(soneto)
Tantos anos passaram por minha vida
E os ideais se esconderam na solidão
Minha alma torturada andou perdida
Julgando viver num tempo de maldição
Hoje penso nesta triste loucura
Sentindo pena p’lo tempo vencido
Eram anos de minha frescura
Restando apenas, o orgulho ferido
Malditos sejam meus ideais fugidos
Que um dia, por eles não soube lutar
Agora os sinto de novo renascidos
Dentro de mim, para os bem guardar
Onde a mente, não mais os irá largar
E o coração, de novo os saberá escutar
de: Fernando Ramos
757
(soneto)
Tantos anos passaram por minha vida
E os ideais se esconderam na solidão
Minha alma torturada andou perdida
Julgando viver num tempo de maldição
Hoje penso nesta triste loucura
Sentindo pena p’lo tempo vencido
Eram anos de minha frescura
Restando apenas, o orgulho ferido
Malditos sejam meus ideais fugidos
Que um dia, por eles não soube lutar
Agora os sinto de novo renascidos
Dentro de mim, para os bem guardar
Onde a mente, não mais os irá largar
E o coração, de novo os saberá escutar
de: Fernando Ramos
757
setembro 03, 2007
REGAÇO DE AMOR
REGAÇO DE AMOR
Bates à porta de meu peito.
E de coração aberto
Te recebo com ansiedade
Donde vens meu amor?
Ouviste o grito
Da minha paixão sofrida
E da saudade que se perde
No silencio das noites
Da minha solidão
Onde imagino o suave rumor
De teus passos
E sinto o subtil sabor quente
De teus beijos
Ah! como foi bom tu chegares
E defronte dum espelho
Ver teu rosto junto do meu
Num aperto, onde nossos olhos
Se banham em desejo harmonioso
Numa apoteose de felicidade
Como é bom beijar teus lábios
Numa sensualidade mundana
Unindo-se a um total prazer
Que enlaça nossos corpos
Na louca ânsia transbordada
Em doce e bela melodia,
Num clarão ardente de amor
Nossas bocas choram
A sede louca
Que devoram beijos em chama
Levando-nos a gemidos
Nos anseios de nossos corpos
Que de amor, vêem e vão
Em paixão infinita
És um sol, chegado do céu
À porta de meu coração
E agora na tua pele perfumada
Guardo tudo de mim,
E adormeço no teu doce
Regaço de amor
De: Fernando Ramos
756
Bates à porta de meu peito.
E de coração aberto
Te recebo com ansiedade
Donde vens meu amor?
Ouviste o grito
Da minha paixão sofrida
E da saudade que se perde
No silencio das noites
Da minha solidão
Onde imagino o suave rumor
De teus passos
E sinto o subtil sabor quente
De teus beijos
Ah! como foi bom tu chegares
E defronte dum espelho
Ver teu rosto junto do meu
Num aperto, onde nossos olhos
Se banham em desejo harmonioso
Numa apoteose de felicidade
Como é bom beijar teus lábios
Numa sensualidade mundana
Unindo-se a um total prazer
Que enlaça nossos corpos
Na louca ânsia transbordada
Em doce e bela melodia,
Num clarão ardente de amor
Nossas bocas choram
A sede louca
Que devoram beijos em chama
Levando-nos a gemidos
Nos anseios de nossos corpos
Que de amor, vêem e vão
Em paixão infinita
És um sol, chegado do céu
À porta de meu coração
E agora na tua pele perfumada
Guardo tudo de mim,
E adormeço no teu doce
Regaço de amor
De: Fernando Ramos
756
agosto 31, 2007
MINHA SINFONIA
MINHA SINFONIA
Componho minha musica
Sentado num teimoso piano
Onde vou dedilhando as notas
Num prazer transcendental
Que me conforta a alma,
E traz a clarividência
Necessária para aquela nota
Intima que teima não cair
Na tecla do velho piano
Será meu fracasso de inspiração
Se não conseguir compor
Minha obra, a minha pobre obra
Que a batuta de um maestro
Lhe dará vida numa orquestra
Com a força de todos os instrumentos
Que beberão o ritmo existente
Na minha insignificante sinfonia
Que numa entoação melodiosa
Vai suavizando a alma
De quem a sente
de: Fernando Ramos
752
Componho minha musica
Sentado num teimoso piano
Onde vou dedilhando as notas
Num prazer transcendental
Que me conforta a alma,
E traz a clarividência
Necessária para aquela nota
Intima que teima não cair
Na tecla do velho piano
Será meu fracasso de inspiração
Se não conseguir compor
Minha obra, a minha pobre obra
Que a batuta de um maestro
Lhe dará vida numa orquestra
Com a força de todos os instrumentos
Que beberão o ritmo existente
Na minha insignificante sinfonia
Que numa entoação melodiosa
Vai suavizando a alma
De quem a sente
de: Fernando Ramos
752
agosto 30, 2007
FEITIÇO
FEITIÇO
Quanta saudade vai em meu peito
Que nem consigo bem imaginar
Traz meu pensamento desfeito
Da tua imagem, que não se vai apagar
Essa saudade de ti, meu amor
Meus lábios, a andam murmurar
O coração, não cala esta dor
Dor que só a morte irá levar
Esta é a saudade que entristece
Dela, nem a alma vai escapar
Minha vida agora se esmorece
Pela falta desse teu doce amar
Será paixão, ou será feitiço
Que ma faz andar neste quebranto
O que será não sei, mas é por isso
Que te amo tanto, que não sei quanto
de: Fernando Ramos
749
Quanta saudade vai em meu peito
Que nem consigo bem imaginar
Traz meu pensamento desfeito
Da tua imagem, que não se vai apagar
Essa saudade de ti, meu amor
Meus lábios, a andam murmurar
O coração, não cala esta dor
Dor que só a morte irá levar
Esta é a saudade que entristece
Dela, nem a alma vai escapar
Minha vida agora se esmorece
Pela falta desse teu doce amar
Será paixão, ou será feitiço
Que ma faz andar neste quebranto
O que será não sei, mas é por isso
Que te amo tanto, que não sei quanto
de: Fernando Ramos
749
julho 19, 2007
TEU NOME
TEU NOME
Direi teu nome sem devassa
Nunca será palavras vãs
Ele, no peito se enlaça
E é meu sol p’las manhãs
Esse é o nome, que eu adoro
Manter-se-á dentro de mim calado
Manuela, por dize-lo quase choro
Lágrimas de prazer reencontrado
Teu nome é a esperança levada à cena
Dize-lo é um acto que não cansa
Mas estar contigo, valerá mais a pena
Porque assim meu coração tanto amansa
És a boa razão do meu sonhar
E serás minha chama vida fora
Perdendo-te, quando meu final chegar
Porque esse momento aparecerá na hora
De: Fernando Ramos
748
Direi teu nome sem devassa
Nunca será palavras vãs
Ele, no peito se enlaça
E é meu sol p’las manhãs
Esse é o nome, que eu adoro
Manter-se-á dentro de mim calado
Manuela, por dize-lo quase choro
Lágrimas de prazer reencontrado
Teu nome é a esperança levada à cena
Dize-lo é um acto que não cansa
Mas estar contigo, valerá mais a pena
Porque assim meu coração tanto amansa
És a boa razão do meu sonhar
E serás minha chama vida fora
Perdendo-te, quando meu final chegar
Porque esse momento aparecerá na hora
De: Fernando Ramos
748
julho 18, 2007
RAZÕES SECRETAS
RAZÕES SECRETAS
Mulheres com suas razões secretas
Aguardam à janela em orações completas
Que os Santos da procissão por ali passem
E lhes abençoem, como se de puras se tratassem
São exaltadas mulheres pecadoras
Da malícia, que as deixam sonhadoras
Nas noites de todos os enlaços
Ansiando felicidades em seus pedaços
Estas mulheres de suas razões escondidas
Entre a crença e a tentação, estão divididas
Não sabendo onde pára a razão
Aguardando ás janelas o piadoso perdão
Que o divino limpidamente lhes poderá conceder
P’ra que num céu de amor, não possam padecer
Acendendo-lhes em seus corações, a Santa chama
Erguendo-lhes as almas, onde tudo se derrama
Bem longe, donde suas vidas era um incêndio
Percebendo ali, que pecar era seu dispêndio
De: Fernando Ramos
747
Mulheres com suas razões secretas
Aguardam à janela em orações completas
Que os Santos da procissão por ali passem
E lhes abençoem, como se de puras se tratassem
São exaltadas mulheres pecadoras
Da malícia, que as deixam sonhadoras
Nas noites de todos os enlaços
Ansiando felicidades em seus pedaços
Estas mulheres de suas razões escondidas
Entre a crença e a tentação, estão divididas
Não sabendo onde pára a razão
Aguardando ás janelas o piadoso perdão
Que o divino limpidamente lhes poderá conceder
P’ra que num céu de amor, não possam padecer
Acendendo-lhes em seus corações, a Santa chama
Erguendo-lhes as almas, onde tudo se derrama
Bem longe, donde suas vidas era um incêndio
Percebendo ali, que pecar era seu dispêndio
De: Fernando Ramos
747
julho 09, 2007
O BAILE DA VILA
O BAILE DA VILA
Na vila da cidade, a festa vai ocorrer
Abrilhanta-se o baile da tarde de sábado
E pares se juntam, a conviver
P’ra um pedaço muito bem passado
É uma alegria contagiante
E outro baile assim não há
Por ali, a festa é estonteante
Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
Os bailarinos, num frenesim sem parar
Vão prestando sua alegria à vila
E é vê-los dançar, dançar, dançar
Dança o policia, e o carteiro
A dona de casa, e a sopeira
Dança a peixeira, mais o funileiro
O menino do coro, e a lavadeira
E num rodopiar harmonioso de palco
Um par de idosos mais afoito
Mostra num tango, sua perícia de estalo
Ali, os dançantes bem se agitam
Naquela tarde de enorme esplendor
Crianças brincam, e outras gritam
P’la entrada no coreto, do artista cantor
Meninas casadoiras choram de alegria
E o imponente galã, para elas sorri
Há quem suspire, por uma fantasia
Sonhando que o cantor é só para si
Toca a orquestra bem afinada
E o pátio inquietou-se num instante
Fica na cadeira, uma senhora encantada
P’la voz doce, daquele cantante
É a loucura, tudo salta e dança
Numa alegria de deslumbrar
A tarde já vai longa, e não cansa
Todos querem, é na vila dançar
É uma alegria contagiante
E outro baile assim não há
Por ali, a festa é estonteante
Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
De: Fernando Ramos
746
Na vila da cidade, a festa vai ocorrer
Abrilhanta-se o baile da tarde de sábado
E pares se juntam, a conviver
P’ra um pedaço muito bem passado
É uma alegria contagiante
E outro baile assim não há
Por ali, a festa é estonteante
Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
Os bailarinos, num frenesim sem parar
Vão prestando sua alegria à vila
E é vê-los dançar, dançar, dançar
Dança o policia, e o carteiro
A dona de casa, e a sopeira
Dança a peixeira, mais o funileiro
O menino do coro, e a lavadeira
E num rodopiar harmonioso de palco
Um par de idosos mais afoito
Mostra num tango, sua perícia de estalo
Ali, os dançantes bem se agitam
Naquela tarde de enorme esplendor
Crianças brincam, e outras gritam
P’la entrada no coreto, do artista cantor
Meninas casadoiras choram de alegria
E o imponente galã, para elas sorri
Há quem suspire, por uma fantasia
Sonhando que o cantor é só para si
Toca a orquestra bem afinada
E o pátio inquietou-se num instante
Fica na cadeira, uma senhora encantada
P’la voz doce, daquele cantante
É a loucura, tudo salta e dança
Numa alegria de deslumbrar
A tarde já vai longa, e não cansa
Todos querem, é na vila dançar
É uma alegria contagiante
E outro baile assim não há
Por ali, a festa é estonteante
Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
De: Fernando Ramos
746
julho 01, 2007
SAUDADE DE AMORES
SAUDADE DE AMORES
Teu rosto, é sonho meu já esquecido
Teus murmúrios, ainda guardo nos ouvidos
É um som que me deixa já vencido
E na mente, resta apenas teus gemidos
Que os recordo tantas vezes em prantos
Na minha triste solidão atroz
São prazeres, amores e encantos
Estes momentos passados, quando sós
Desenhei teu nome em meu coração
Que é um poema nos troncos do arvoredo
Agora são pedaços de desilusão
Que só de lembrar, sinto medo
E nas planícies de verde frescura
Procuro a linda flor vermelha açucena
Que a beijarei com toda ternura
Como a ti beijava, na manhã serena
Hoje, vem o choro destas lembranças
Quando no campo olho as lindas flores
Que com elas enfeitava tuas tranças
Agora resta a saudade, desses amores
De: Fernando Ramos
745
Teu rosto, é sonho meu já esquecido
Teus murmúrios, ainda guardo nos ouvidos
É um som que me deixa já vencido
E na mente, resta apenas teus gemidos
Que os recordo tantas vezes em prantos
Na minha triste solidão atroz
São prazeres, amores e encantos
Estes momentos passados, quando sós
Desenhei teu nome em meu coração
Que é um poema nos troncos do arvoredo
Agora são pedaços de desilusão
Que só de lembrar, sinto medo
E nas planícies de verde frescura
Procuro a linda flor vermelha açucena
Que a beijarei com toda ternura
Como a ti beijava, na manhã serena
Hoje, vem o choro destas lembranças
Quando no campo olho as lindas flores
Que com elas enfeitava tuas tranças
Agora resta a saudade, desses amores
De: Fernando Ramos
745
junho 28, 2007
RIO DE AMARGURAS
RIO DE AMARGURAS
Sou um homem triste
Que hoje à beira do desconforto
Vê o rio de minha existência
Paulatinamente correr
Nele, vão todas as boas ilusões
Que a cada instante sinto latejar
E sempre me fizeram sonhar
É um rio, de bonitas
E boas recordações
Que em minha memória
Andarão sempre presentes
E viverão alegremente bailando
Sobre a sua vontade de existirem
Haja o que houver em todo
Este percurso, as boas
Lembranças proibirão
O esvaziar do pensamento
Elas, permanecerão gravadas
Em meu coração
Como bocados de bons desejos
Que em algumas situações
Mal foram cumpridos
Deixando a mágoa ir em busca
De um final feliz, o meu final
Que terminará na foz
Deste silencioso rio, de amarguras
de: Fernando Ramos
744
Sou um homem triste
Que hoje à beira do desconforto
Vê o rio de minha existência
Paulatinamente correr
Nele, vão todas as boas ilusões
Que a cada instante sinto latejar
E sempre me fizeram sonhar
É um rio, de bonitas
E boas recordações
Que em minha memória
Andarão sempre presentes
E viverão alegremente bailando
Sobre a sua vontade de existirem
Haja o que houver em todo
Este percurso, as boas
Lembranças proibirão
O esvaziar do pensamento
Elas, permanecerão gravadas
Em meu coração
Como bocados de bons desejos
Que em algumas situações
Mal foram cumpridos
Deixando a mágoa ir em busca
De um final feliz, o meu final
Que terminará na foz
Deste silencioso rio, de amarguras
de: Fernando Ramos
744
junho 26, 2007
JORNALISTA E O POETA
JORNALISTA E O POETA
Surgem palavras p’ra poemas
Ou noticias, na imaginação fértil
De quem escreve
Elas, vêem cheias de acontecimentos
do nosso dia, a dia
Que vai dando noticias do momento
Saídas p’la ponta do lápis de carvão
Registando-se cada facto nas silabas
Que vão garreando com ideias
Para o pensamento deixar cair
Numa folha branca
Que faltará afinal?
Um elo, um rasto de informação
Para o criativo melhorar o que escreve?
Pobre do escritor, que p’la frente
Ou por detrás de uma máscara,
Por vezes não lhe ocorre
As palavras certas
Luta, estrebucha, e para quê?
Se nas palavras está toda a verdade
Está lá tudo do pensamento humano
Sem uma única falha
Mesmo a inspiração fatigada
Essa inspiração que por vezes
Vem com o cansaço
Do jornalista que escreve
Mas elas, as palavras
Vão surgindo uma a uma
Pró escrivão, como uma poesia
De choros, onde lágrimas
São letras que anseiam p’lo final
do poema, ou da noticia
Que sairá num livro,
Ou num jornal do dia
Ó divino, como és generoso
E dás a razão, e certeza do saber
Ao jornalista, e ao inspirador
Numa mistura de ideias
Deixadas na folha de papel
Com a pequena diferença de inspiração
Entre o jornalista, e o poeta
De: Fernando Ramos
743
Surgem palavras p’ra poemas
Ou noticias, na imaginação fértil
De quem escreve
Elas, vêem cheias de acontecimentos
do nosso dia, a dia
Que vai dando noticias do momento
Saídas p’la ponta do lápis de carvão
Registando-se cada facto nas silabas
Que vão garreando com ideias
Para o pensamento deixar cair
Numa folha branca
Que faltará afinal?
Um elo, um rasto de informação
Para o criativo melhorar o que escreve?
Pobre do escritor, que p’la frente
Ou por detrás de uma máscara,
Por vezes não lhe ocorre
As palavras certas
Luta, estrebucha, e para quê?
Se nas palavras está toda a verdade
Está lá tudo do pensamento humano
Sem uma única falha
Mesmo a inspiração fatigada
Essa inspiração que por vezes
Vem com o cansaço
Do jornalista que escreve
Mas elas, as palavras
Vão surgindo uma a uma
Pró escrivão, como uma poesia
De choros, onde lágrimas
São letras que anseiam p’lo final
do poema, ou da noticia
Que sairá num livro,
Ou num jornal do dia
Ó divino, como és generoso
E dás a razão, e certeza do saber
Ao jornalista, e ao inspirador
Numa mistura de ideias
Deixadas na folha de papel
Com a pequena diferença de inspiração
Entre o jornalista, e o poeta
De: Fernando Ramos
743
junho 18, 2007
DÉSPOTAS
DÉSPOTAS
Imaginam-se senhores esclarecidos
Julgam-se reis, e de todo poder
São apenas seres agressivos
Que a tantos, tantos dão mau viver
Estes senhores, que alguns são de guerra
Pensam serem iluminados p’lo divino
Enganam-se... Porque cá na terra
São simples déspotas pobres de tino
E na mais pura soberba arrogância
Anseiam por regimes de má memória
Elevam sua total ganância
Na esperança da eterna gloria
E tais déspotas incorrigíveis
Senhoreiam-se do que não lhes pertence
São ambições sempre apetecíveis
Que só os incautos, convencem
Dizem-se espíritos cheios de clareza
Mas afinal são de pensamentos fechados
Sua ignorância, pró mundo são a tristeza
Das ideologias feudais, de séculos passados
De: Fernando Ramos
742
Imaginam-se senhores esclarecidos
Julgam-se reis, e de todo poder
São apenas seres agressivos
Que a tantos, tantos dão mau viver
Estes senhores, que alguns são de guerra
Pensam serem iluminados p’lo divino
Enganam-se... Porque cá na terra
São simples déspotas pobres de tino
E na mais pura soberba arrogância
Anseiam por regimes de má memória
Elevam sua total ganância
Na esperança da eterna gloria
E tais déspotas incorrigíveis
Senhoreiam-se do que não lhes pertence
São ambições sempre apetecíveis
Que só os incautos, convencem
Dizem-se espíritos cheios de clareza
Mas afinal são de pensamentos fechados
Sua ignorância, pró mundo são a tristeza
Das ideologias feudais, de séculos passados
De: Fernando Ramos
742
junho 17, 2007
CAOS
CAOS
Difícil este mau tempo que passa
Onde o destino, em alguns traça
A miséria, que é o extermínio que os enlaça
Sejam eles Brancos, ou outra cor que grassa
Neste planeta fértil de pérfidos contrastes
Onde apenas importa, a sórdida ambição
De senhores, que não passam de trastes
É gente sem dó, nem coração
Em volta de mim olho, e o que vejo!
Caos, violência, decadência sem razão
Tenho apenas, um puro e simples desejo
De não viver mais, nesta triste confusão
Já a mitologia, a história ou a lenda
Nos relata este mesmo percurso passado
Mas agora, não se sara a fenda
Dum pobre mundo, mal venerado
Onde a posse do ouro, em alguns se torna sinistro
Para quem sofre, e acalenta a esperança
Suplicando que o mundo gire em sistema misto
A fim de se receber, a felicidade como herança
De: Fernando Ramos
741
Difícil este mau tempo que passa
Onde o destino, em alguns traça
A miséria, que é o extermínio que os enlaça
Sejam eles Brancos, ou outra cor que grassa
Neste planeta fértil de pérfidos contrastes
Onde apenas importa, a sórdida ambição
De senhores, que não passam de trastes
É gente sem dó, nem coração
Em volta de mim olho, e o que vejo!
Caos, violência, decadência sem razão
Tenho apenas, um puro e simples desejo
De não viver mais, nesta triste confusão
Já a mitologia, a história ou a lenda
Nos relata este mesmo percurso passado
Mas agora, não se sara a fenda
Dum pobre mundo, mal venerado
Onde a posse do ouro, em alguns se torna sinistro
Para quem sofre, e acalenta a esperança
Suplicando que o mundo gire em sistema misto
A fim de se receber, a felicidade como herança
De: Fernando Ramos
741
junho 04, 2007
MINHA MÃE MINHA TERRA
MINHA MÃE, MINHA TERRA
Vou indo para a minha terra
Por caminhos floridos, de bom chão
À sua beira, vou colhendo à mão
Lindas flores, que perfumam a serra
Foi com amor que as plantei
E que a natureza regou
P’ra minha mãe as levarei
Esta oferta que Deus criou
São p’ra ela, que está gravida
Dum irmãozinho que vai nascer
E dum amor de tanto querer
Concedeu-lhe Deus, esta dávida
Quando chegar à minha aldeia
Bonita festa irei fazer
Que se prolongará até à ceia
Com minha mãe, a me enternecer
A ela sempre amarei
Seu coração bem no fundo
E, à minha terra, sempre voltarei
Enquanto o mundo, for mundo
De: Fernando Ramos
740
Vou indo para a minha terra
Por caminhos floridos, de bom chão
À sua beira, vou colhendo à mão
Lindas flores, que perfumam a serra
Foi com amor que as plantei
E que a natureza regou
P’ra minha mãe as levarei
Esta oferta que Deus criou
São p’ra ela, que está gravida
Dum irmãozinho que vai nascer
E dum amor de tanto querer
Concedeu-lhe Deus, esta dávida
Quando chegar à minha aldeia
Bonita festa irei fazer
Que se prolongará até à ceia
Com minha mãe, a me enternecer
A ela sempre amarei
Seu coração bem no fundo
E, à minha terra, sempre voltarei
Enquanto o mundo, for mundo
De: Fernando Ramos
740
ESPERO O AMANHÃ
ESPERO O AMANHÃ
Já nada me sobra deste tempo
Outra vida, melhor teria sido
Agora vou no meu passo lento
Calcando o passado já vencido
Apenas restam lamentações
Do meu mundo outrora sumido
Foram imensas as tentações
Aproveita-las, foi imerecido
Nova aurora p’ra mim aconteceu
Na adiantada idade que se some
Senti-la, meu corpo estremeceu
Agarrado ao futuro que consome
No meu difuso quebranto
A mente, ainda se encontra sã
E num emaranhado espanto
Serenamente espero, p’lo amanhã
De: Fernando Ramos
739
Já nada me sobra deste tempo
Outra vida, melhor teria sido
Agora vou no meu passo lento
Calcando o passado já vencido
Apenas restam lamentações
Do meu mundo outrora sumido
Foram imensas as tentações
Aproveita-las, foi imerecido
Nova aurora p’ra mim aconteceu
Na adiantada idade que se some
Senti-la, meu corpo estremeceu
Agarrado ao futuro que consome
No meu difuso quebranto
A mente, ainda se encontra sã
E num emaranhado espanto
Serenamente espero, p’lo amanhã
De: Fernando Ramos
739
BRANCAS MORTALHAS
BRANCAS MORTALHAS
Surgem mortalhas p’ra corpos
Elas são de algodão, e grosso corte
Vestem tantos sem sorte
Que deambulavam no pecado forte
Terminando assim, inertes e mortos
Irão p’ro céu? Não se sabe!
O inferno talvez seja seu destino
Eram pecadores de pouco tino
Num lugar triste e pouco fino
Onde, o bom futuro lá não cabe
Agora são almas sem regresso?
Cobertas de mortalhas p’ra conforto
Cobrindo o corpo frio e morto
A caminho dum além, nascido torto
Que em vida não mereceram sucesso
Mas afinal, esperam-lhes o céu!
Num paraíso de paz celestial
São almas felizes, e é consensual
Que ir pró inferno, era irreal
Subiram ás nuvens, vestidos de véu
E as mortalhas foram-lhes retiradas
Daqueles corpos mal enfeitados
Deus perdoou tédios pecados
Abrindo sua porta, aos pobres coitados
Enlaçando-lhes, as felicidades desejadas
P’ra traz, ficaram tristes destinos
Foram embora as brancas mortalhas
Chegou paz, a espíritos sem malhas
Vividos em profundos meios de palhas
Que ansiavam por Anjos bem vindos
De: Fernando Ramos
738
Surgem mortalhas p’ra corpos
Elas são de algodão, e grosso corte
Vestem tantos sem sorte
Que deambulavam no pecado forte
Terminando assim, inertes e mortos
Irão p’ro céu? Não se sabe!
O inferno talvez seja seu destino
Eram pecadores de pouco tino
Num lugar triste e pouco fino
Onde, o bom futuro lá não cabe
Agora são almas sem regresso?
Cobertas de mortalhas p’ra conforto
Cobrindo o corpo frio e morto
A caminho dum além, nascido torto
Que em vida não mereceram sucesso
Mas afinal, esperam-lhes o céu!
Num paraíso de paz celestial
São almas felizes, e é consensual
Que ir pró inferno, era irreal
Subiram ás nuvens, vestidos de véu
E as mortalhas foram-lhes retiradas
Daqueles corpos mal enfeitados
Deus perdoou tédios pecados
Abrindo sua porta, aos pobres coitados
Enlaçando-lhes, as felicidades desejadas
P’ra traz, ficaram tristes destinos
Foram embora as brancas mortalhas
Chegou paz, a espíritos sem malhas
Vividos em profundos meios de palhas
Que ansiavam por Anjos bem vindos
De: Fernando Ramos
738
junho 03, 2007
ESCREVO
ESCREVO
(soneto)
P’ra ti, escrevo de mil cuidados
São poemas de minha alvura
É pedaços de vida inspirados
Em palavras de breve cultura
Pensamentos deitados num livro
Que só p’ra ti, apenas para ti, editarei
Em palavras endoidecidas sem castigo
Que no meu coração, são lei
Escrevo, e para ti rescrevo sem fim
Poesia de amor e emoção
São breves, e vão voando por aí
Buscando no vento, seu poiso manso
Que se não encontrar, cairão no chão
Mas escreverei na mesma, e não me canso
De: Fernando Ramos
737
(soneto)
P’ra ti, escrevo de mil cuidados
São poemas de minha alvura
É pedaços de vida inspirados
Em palavras de breve cultura
Pensamentos deitados num livro
Que só p’ra ti, apenas para ti, editarei
Em palavras endoidecidas sem castigo
Que no meu coração, são lei
Escrevo, e para ti rescrevo sem fim
Poesia de amor e emoção
São breves, e vão voando por aí
Buscando no vento, seu poiso manso
Que se não encontrar, cairão no chão
Mas escreverei na mesma, e não me canso
De: Fernando Ramos
737
maio 31, 2007
VALE COLORIDO
VALE COLORIDO
No vale florido, vejo a montanha ao longe
Sinto o cheiro das flores, e o voo das aves
Ouço o rio bem perto, correndo p’ra foz
O ar é doce, e desliza vagarosamente
Enchendo-me de caricias perfumadas
Olho o céu, e vejo vagas
De nuvens que correm
P’ra noite que se aproxima no entardecer
E naquele vale de mil prazeres
Penso nos outros
Que estão mais sós do que eu
No seu desencontro com a vida
Vivendo num enorme tédio fatal
E eu, aqui tão bem acompanhado
P’la natureza, aguardando apenas
A passagem deste meu tempo
A porta de meu coração se escâncara
Para receber o sublime prazer
De tudo que me rodeia
Parece um conto de fadas
Este meu presente, mas...
Apenas não passa de um sonho!
Um sonho que terminou
No preciso momento
Que a realidade presente me alerta
Para o mundo em que se vive
Que me retira esta guloseima de bom viver
Pobre mundo...
Que estúpida é a tua incerteza!
O desespero bate forte em muitas vidas
Que não conhecem este meu sonho
do vale colorido,
Nem verseja estas minhas imagens
De: Fernando Ramos
736
No vale florido, vejo a montanha ao longe
Sinto o cheiro das flores, e o voo das aves
Ouço o rio bem perto, correndo p’ra foz
O ar é doce, e desliza vagarosamente
Enchendo-me de caricias perfumadas
Olho o céu, e vejo vagas
De nuvens que correm
P’ra noite que se aproxima no entardecer
E naquele vale de mil prazeres
Penso nos outros
Que estão mais sós do que eu
No seu desencontro com a vida
Vivendo num enorme tédio fatal
E eu, aqui tão bem acompanhado
P’la natureza, aguardando apenas
A passagem deste meu tempo
A porta de meu coração se escâncara
Para receber o sublime prazer
De tudo que me rodeia
Parece um conto de fadas
Este meu presente, mas...
Apenas não passa de um sonho!
Um sonho que terminou
No preciso momento
Que a realidade presente me alerta
Para o mundo em que se vive
Que me retira esta guloseima de bom viver
Pobre mundo...
Que estúpida é a tua incerteza!
O desespero bate forte em muitas vidas
Que não conhecem este meu sonho
do vale colorido,
Nem verseja estas minhas imagens
De: Fernando Ramos
736
ROSTO BRANCO COMO NEVE
ROSTO BRANCO COMO NEVE
Aprecio teu rosto num pergaminho
E como bonito fica o desenhar
Ao olha-lo, vejo-me num caminho
Que um dia, nos irá levar ao altar
Esse rosto, é fino como as açucenas
Que na primavera vão desabrochar
E tão leve como as penas
Dum colibri a despontar
Teu rosto branco como neve
De tanta singeleza sem igual
Em meu coração ele escreve
A sua beleza natural
Ao querer beijá-lo, ouço violinos
Numa orquestra bem afinada
Em acordes místicos e divinos
Gravando-os na alma enamorada
Sua enorme beleza celeste
Que acalenta o meu amar
Traz boa auréola, que veste
O dia, que iremos casar
Faz-me seu fiel escravo
E meus lábios nele pensam
No seu sabor de bom travo
Que p’ra mim é uma benção
Der: Fernando Ramos
735
Aprecio teu rosto num pergaminho
E como bonito fica o desenhar
Ao olha-lo, vejo-me num caminho
Que um dia, nos irá levar ao altar
Esse rosto, é fino como as açucenas
Que na primavera vão desabrochar
E tão leve como as penas
Dum colibri a despontar
Teu rosto branco como neve
De tanta singeleza sem igual
Em meu coração ele escreve
A sua beleza natural
Ao querer beijá-lo, ouço violinos
Numa orquestra bem afinada
Em acordes místicos e divinos
Gravando-os na alma enamorada
Sua enorme beleza celeste
Que acalenta o meu amar
Traz boa auréola, que veste
O dia, que iremos casar
Faz-me seu fiel escravo
E meus lábios nele pensam
No seu sabor de bom travo
Que p’ra mim é uma benção
Der: Fernando Ramos
735
VENTOS DA PRAIA
VENTOS DA PRAIA
Quero fugir da solidão
Aproveitando os ventos da praia
Eles beijam um mar chão
Indo na crista da onda catraia
Os ventos serão boa companhia
Nas vagas do mar salgado
Seu sopro não me dá nostalgia
E p’la água, sei que é escutado
Deliciam a onda boa
Na esperança que se enamora
No oceano não sopram à toa
Em velas que aguardam a hora
A praia espera por mim
E só o vento me vai lá levar
Chegarei vestido de cetim
Pelas brandas marés, ao raiar
De: Fernando Ramos
734
Quero fugir da solidão
Aproveitando os ventos da praia
Eles beijam um mar chão
Indo na crista da onda catraia
Os ventos serão boa companhia
Nas vagas do mar salgado
Seu sopro não me dá nostalgia
E p’la água, sei que é escutado
Deliciam a onda boa
Na esperança que se enamora
No oceano não sopram à toa
Em velas que aguardam a hora
A praia espera por mim
E só o vento me vai lá levar
Chegarei vestido de cetim
Pelas brandas marés, ao raiar
De: Fernando Ramos
734
maio 30, 2007
TRISTEZA QUE PERSEGUE
TRISTEZA QUE PERSEGUE
É infinita a tristeza
Que amarra tanto tormento
Não vai embora sua firmeza
Só a solidão, é seu sustento
Ela faz muito padecer
Na dor que não termina
É companheira de mau viver
Em destinos que desencaminha
Sua voz intima de dor
Deixa a alma em pedaços
Tem a morte como horror
E infernos consumados
Vale a coragem do ser humano
Para voltear tal sofrimento
Vivem, com ela no desengano
Que já não gemem seu lamento
Tristeza, porque persegues
Vais num caminho sem volta
Não vês que só tu consegues
Levares corações à revolta
Um dia chegará teu final
Aí, findará o desassossego
Será um paraíso sem igual
Ninguém sentirá mais medo
De: Fernando Ramos
733
É infinita a tristeza
Que amarra tanto tormento
Não vai embora sua firmeza
Só a solidão, é seu sustento
Ela faz muito padecer
Na dor que não termina
É companheira de mau viver
Em destinos que desencaminha
Sua voz intima de dor
Deixa a alma em pedaços
Tem a morte como horror
E infernos consumados
Vale a coragem do ser humano
Para voltear tal sofrimento
Vivem, com ela no desengano
Que já não gemem seu lamento
Tristeza, porque persegues
Vais num caminho sem volta
Não vês que só tu consegues
Levares corações à revolta
Um dia chegará teu final
Aí, findará o desassossego
Será um paraíso sem igual
Ninguém sentirá mais medo
De: Fernando Ramos
733
maio 29, 2007
O SOPRO DO VENTO
O SOPRO DO VENDO
Vão embalados no sopro do vento
Buscando um amanhã glorioso
De noite, olham as estrelas ao relento
No seu brilho rebelde e preguiçoso
Os homens, aguardam delas bom sinal
Que ao olhar, leva tempo a chegar
Cintilando as estrelas, cores sem igual
Enfeitando-se ao vento, pró encantar
E nesse precioso deslumbrar
Para eles, lá vêem o futuro almejado
Como poemas de tanto sonhar
Que aguardam um terno olhar
De lindas mulheres de deslumbrar
Que se escondem através duma vidraça
Aguardando com eles, um dia casar
Mesmo que o vento, se desfaça
E, a cor das estrelas passa a ouro
Por tão feliz, e oportuna alegria
Guardando elas, nos corações este tesouro
Que lhes ofertará, longa vida em magia
De: Fernando Ramos
732
Vão embalados no sopro do vento
Buscando um amanhã glorioso
De noite, olham as estrelas ao relento
No seu brilho rebelde e preguiçoso
Os homens, aguardam delas bom sinal
Que ao olhar, leva tempo a chegar
Cintilando as estrelas, cores sem igual
Enfeitando-se ao vento, pró encantar
E nesse precioso deslumbrar
Para eles, lá vêem o futuro almejado
Como poemas de tanto sonhar
Que aguardam um terno olhar
De lindas mulheres de deslumbrar
Que se escondem através duma vidraça
Aguardando com eles, um dia casar
Mesmo que o vento, se desfaça
E, a cor das estrelas passa a ouro
Por tão feliz, e oportuna alegria
Guardando elas, nos corações este tesouro
Que lhes ofertará, longa vida em magia
De: Fernando Ramos
732
BEIJOS GUARDADOS DO BAÚ
BEIJOS GUARDADOS NO BAÚ
(soneto)
Guardo teus beijos num baú
Eles são minha razão de existir
Por vezes vou lá buscar um
Porque me é difícil resistir
São o bem mais precioso
Que me acalenta o coração
Esses beijos de amor gostoso
Que saboreio com emoção
O baú, deles está repleto
E quando lá vou, vou feliz
Roubar um beijo indiscreto
P’ra meu amor calar o desejo
Senão, ficará infeliz
Por teus lábios, que tanto almejo
De: Fernando Ramos
731
(soneto)
Guardo teus beijos num baú
Eles são minha razão de existir
Por vezes vou lá buscar um
Porque me é difícil resistir
São o bem mais precioso
Que me acalenta o coração
Esses beijos de amor gostoso
Que saboreio com emoção
O baú, deles está repleto
E quando lá vou, vou feliz
Roubar um beijo indiscreto
P’ra meu amor calar o desejo
Senão, ficará infeliz
Por teus lábios, que tanto almejo
De: Fernando Ramos
731
DANÇA DA CHUVA
DANÇA DA CHUVA
Cai a chuva, do agreste Inverno
Numa dança de pingos descoordenados
Inundando campos, que é um inferno
P’ra tantos, ficando desatinados
Essas águas impuras até doer
Causam dramas a gente desesperada
Vêem os bens, na corrente desaparecer
Levando-lhes uma vida, na enxurrada
E, esta catástrofe de enlouquecer
Está na mão do homem, como é natural
Ele é o culpado, por tal suceder
Numa vergonhosa atitude irracional
Esta dança, de chuva fria
Traz a companhia do forte vento
Bailando pingos de noite, e dia
Que para a terra, é seu sustento
Na ruidosa tempestade invernosa
Escuta-se o vento a falar à chuva
Pedindo ao tempo sua mão bondosa
Pró sol aparecer, leve como a luva
Nos campos, encharcados de fria água
Que oferecem à vida, um bom seleiro
Vai desaparecendo a triste mágoa
Em corações, onde o tempo é companheiro
De: Fernando Ramos
730
Cai a chuva, do agreste Inverno
Numa dança de pingos descoordenados
Inundando campos, que é um inferno
P’ra tantos, ficando desatinados
Essas águas impuras até doer
Causam dramas a gente desesperada
Vêem os bens, na corrente desaparecer
Levando-lhes uma vida, na enxurrada
E, esta catástrofe de enlouquecer
Está na mão do homem, como é natural
Ele é o culpado, por tal suceder
Numa vergonhosa atitude irracional
Esta dança, de chuva fria
Traz a companhia do forte vento
Bailando pingos de noite, e dia
Que para a terra, é seu sustento
Na ruidosa tempestade invernosa
Escuta-se o vento a falar à chuva
Pedindo ao tempo sua mão bondosa
Pró sol aparecer, leve como a luva
Nos campos, encharcados de fria água
Que oferecem à vida, um bom seleiro
Vai desaparecendo a triste mágoa
Em corações, onde o tempo é companheiro
De: Fernando Ramos
730
maio 28, 2007
BONITO
BONITO
O bom sentimento, que vem
Do nosso interior
É tão bonito como um sorriso
Ou como o brilhozinho dos olhos
De alguém apaixonado
Tão bonito, como bonito
É o sol que nos ilumina
Até nos momentos menos bons
Ou como aqueles
Pedaços de felicidade
Que nos enchem a alma
Quando somos úteis para alguém
Que por vezes não vai
No bom sentido da vida
Bonito, é olhar o céu
E dar-mos graças a Deus
Por tudo que vai proporcionando
No nosso dia, a dia
Como a saúde, ou a sorte
De termos alguém que
Nos ama, e podemos amar
Ou ter a felicidade de olhar
Um pôr de sol no entardecer
Bonito é gostarmos de viver
De bem com nós próprios,
Gostarmos dos outros
Com a mesma intensidade
Que Deus gosta de nós.
De: Fernando Ramos
729
O bom sentimento, que vem
Do nosso interior
É tão bonito como um sorriso
Ou como o brilhozinho dos olhos
De alguém apaixonado
Tão bonito, como bonito
É o sol que nos ilumina
Até nos momentos menos bons
Ou como aqueles
Pedaços de felicidade
Que nos enchem a alma
Quando somos úteis para alguém
Que por vezes não vai
No bom sentido da vida
Bonito, é olhar o céu
E dar-mos graças a Deus
Por tudo que vai proporcionando
No nosso dia, a dia
Como a saúde, ou a sorte
De termos alguém que
Nos ama, e podemos amar
Ou ter a felicidade de olhar
Um pôr de sol no entardecer
Bonito é gostarmos de viver
De bem com nós próprios,
Gostarmos dos outros
Com a mesma intensidade
Que Deus gosta de nós.
De: Fernando Ramos
729
O REGRESSO DA LUA
O REGRESSO DA LUA
(soneto)
No breu da noite profunda
Entre madrugadas de sono
Surge a sombra vagabunda
Alertar que houve um abandono
Foi a lua das noites boas
Que no firmamento se perdeu
Deixando triste tantas pessoas
Que por ela, um amor conheceu
Naquela triste desilusão
Já mora a velha saudade
Chora-se com elevada emoção
À lua, que de novo voltou
P’ra outras noites de felicidade
A quem o prazer regressou
de: Fernando Ramos
728
(soneto)
No breu da noite profunda
Entre madrugadas de sono
Surge a sombra vagabunda
Alertar que houve um abandono
Foi a lua das noites boas
Que no firmamento se perdeu
Deixando triste tantas pessoas
Que por ela, um amor conheceu
Naquela triste desilusão
Já mora a velha saudade
Chora-se com elevada emoção
À lua, que de novo voltou
P’ra outras noites de felicidade
A quem o prazer regressou
de: Fernando Ramos
728
VIELA DOS NAMORADOS
VIELA DOS NAMORADOS
Trinai, trinai guitarras velhinhas
Fados da nossa linda cidade
O povo suplica com ansiedade
Perdão de Deus, nas capelinhas
Gargantas de bem cantar
Entoam poemas de vida e amor
Acalentando a saudade, e a dor
Nos peitos sofridos por amar
E na voz generosa dos fadistas
Geme a solidão fértil e bizarra
Que nos acordes da velha guitarra
Trazem lágrimas aos guitarristas
Ouvem-se murmúrios ao coração
Vindos da viela dos namorados
Anunciando o perdão aos bocados
Em fados de saudade e emoção
Cantai, cantai nossos artistas
O perdão, na poesia dos poetas
Inspirada nas descobertas
P’ra deleite dos brilhantes fadistas
Tocai, tocai, noite e dia
Guitarristas do nosso povo
Fadistas cantai, um fado novo
Para almas ávidas de alegria
E na viela dos namorados bairristas
Deus, concedeu perdão em boa hora
O pecado partiu dali p’ra fora
Trinando as guitarras aos fadistas
De: Fernando Ramos
727
Trinai, trinai guitarras velhinhas
Fados da nossa linda cidade
O povo suplica com ansiedade
Perdão de Deus, nas capelinhas
Gargantas de bem cantar
Entoam poemas de vida e amor
Acalentando a saudade, e a dor
Nos peitos sofridos por amar
E na voz generosa dos fadistas
Geme a solidão fértil e bizarra
Que nos acordes da velha guitarra
Trazem lágrimas aos guitarristas
Ouvem-se murmúrios ao coração
Vindos da viela dos namorados
Anunciando o perdão aos bocados
Em fados de saudade e emoção
Cantai, cantai nossos artistas
O perdão, na poesia dos poetas
Inspirada nas descobertas
P’ra deleite dos brilhantes fadistas
Tocai, tocai, noite e dia
Guitarristas do nosso povo
Fadistas cantai, um fado novo
Para almas ávidas de alegria
E na viela dos namorados bairristas
Deus, concedeu perdão em boa hora
O pecado partiu dali p’ra fora
Trinando as guitarras aos fadistas
De: Fernando Ramos
727
O LIVRO
O LIVRO
O livro, é um belo tesouro
Quando lido com excitação
Tem pedaços de puro ouro
Que pró escritor, é paixão
Lê-lo, é um gosto bem aceite
Esgotando-nos de prazer
Rico em frases de lindo enfeite
Compostas de bem saber
É imaginação, e entretenimento
Que se ensaia em bastidores
Dá-nos gozo e conhecimento
Completando nossos valores
O livro bom é comprado
Como tributo ao pensador
É relido, e bem guardado
P’ra deleite do escritor
De: Fernando Ramos
726
O livro, é um belo tesouro
Quando lido com excitação
Tem pedaços de puro ouro
Que pró escritor, é paixão
Lê-lo, é um gosto bem aceite
Esgotando-nos de prazer
Rico em frases de lindo enfeite
Compostas de bem saber
É imaginação, e entretenimento
Que se ensaia em bastidores
Dá-nos gozo e conhecimento
Completando nossos valores
O livro bom é comprado
Como tributo ao pensador
É relido, e bem guardado
P’ra deleite do escritor
De: Fernando Ramos
726
FAINA SOLITÁRIA
FAINA SOLITÁRIA
Vai o pescador devagarinho
No rio, onde a vaga passa
Navega num bote pequenino
Nas margens acham graça
O barquinho de madeira
É também seu doce lar
Passa junto duma traineira
Onde o mestre vai-lhe acenar
Das margens vem a pergunta
“Ó mestre p’ra onde vais?”
Olha que o bote a ti se junta
Leva a traineira p’ro cais
Seu bote é muito pobre
Mas rico de bons momentos
O rio, ao pescador sacia a fome
Nele pesca, seus alimentos
E lá vai o bote de mansinho
P’ra a sua pesca diária
Num local bem pertinho
Onde a faina é solitária
De: Fernando Ramos
725
Vai o pescador devagarinho
No rio, onde a vaga passa
Navega num bote pequenino
Nas margens acham graça
O barquinho de madeira
É também seu doce lar
Passa junto duma traineira
Onde o mestre vai-lhe acenar
Das margens vem a pergunta
“Ó mestre p’ra onde vais?”
Olha que o bote a ti se junta
Leva a traineira p’ro cais
Seu bote é muito pobre
Mas rico de bons momentos
O rio, ao pescador sacia a fome
Nele pesca, seus alimentos
E lá vai o bote de mansinho
P’ra a sua pesca diária
Num local bem pertinho
Onde a faina é solitária
De: Fernando Ramos
725
maio 26, 2007
AFRICA DO MEU AMOR
AFRICA DO MEU AMOR
Nos meus tempos de soldado
Procurei a paz dos honestos
Na África do meu amor
Ali na terra vermelha e fértil
Da savana Africana
Nas margens dos rios
De todas as ofertas da natureza,
Os animais buscavam sua presa
A fim de saciarem a fome
Como se ali fosse a única
Parte do mundo onde Deus passou
Deixando um rasto de beleza celestial
Naquelas terras que fazem bater
Mais forte os corações de todos
Por vezes numa aldeia qualquer
Duma terra Africana
Ao som do velho batuque
Meninas de lábios gulosos
E meninos de modos de desejo
Bailavam como se aquela
Fosse a última dança
A dança do resto de suas vidas
Na esperança que a paz,
A paz dos justos,
Voltasse aquele lugar sagrado
Onde os homens são mais irmãos
Tudo isto me encanta
E tudo isto me marcou
Enchendo-me o coração de ternura
Recordando eu hoje,
E sempre com satisfação e orgulho
Esta África do meu amor
de: Fernando Ramos
724
Nos meus tempos de soldado
Procurei a paz dos honestos
Na África do meu amor
Ali na terra vermelha e fértil
Da savana Africana
Nas margens dos rios
De todas as ofertas da natureza,
Os animais buscavam sua presa
A fim de saciarem a fome
Como se ali fosse a única
Parte do mundo onde Deus passou
Deixando um rasto de beleza celestial
Naquelas terras que fazem bater
Mais forte os corações de todos
Por vezes numa aldeia qualquer
Duma terra Africana
Ao som do velho batuque
Meninas de lábios gulosos
E meninos de modos de desejo
Bailavam como se aquela
Fosse a última dança
A dança do resto de suas vidas
Na esperança que a paz,
A paz dos justos,
Voltasse aquele lugar sagrado
Onde os homens são mais irmãos
Tudo isto me encanta
E tudo isto me marcou
Enchendo-me o coração de ternura
Recordando eu hoje,
E sempre com satisfação e orgulho
Esta África do meu amor
de: Fernando Ramos
724
OS PUTOS DE ALVALADE
OS PUTOS DE ALVALADE
Eram, os Índios de bate bola
Jogavam até de madrugada
Enganavam o estômago
E não corriam de cartola
Brincavam descalços na estrada
Outros, não eram índios de bola
E no Vává, falavam de amores
Também jogavam, calçados de sola
Alguns deram poetas, e bons cantores
Os índios, na sua forma desprendida
Chutavam a bola pelos cantos
Num chão batido, com pés em ferida
Parecendo pardais, pois eram tantos
Aqueles putos, do bairro de Alvalade
Jogavam uns com os outros, à bola
Numa irmandade de feliz vontade
Marcavam golos de alta escola
Hoje, os índios, já lá não estão
E como era tão bonito vê-los correr
Nos bolsos, não tinham meio tostão
Mas sim, muita vontade de vencer
Por vezes, num drible de mestre
Alguns saiam de sua pobreza
Os outros, de vida menos agreste
Eram os amigos, na sua tristeza
E na boa vontade de Deus
Os putos, entre eles jogavam
Uns pobres, outros com dinheiros seus
Mas o futebol, a vida a todos ensinava
Estas crianças, leves como a pena
Nestas brincadeiras não se perdia
Em dias e noites, era uma bela cena
Vê-los no bairro jogar, cheios de alegria
De: Fernando Ramos
723
Eram, os Índios de bate bola
Jogavam até de madrugada
Enganavam o estômago
E não corriam de cartola
Brincavam descalços na estrada
Outros, não eram índios de bola
E no Vává, falavam de amores
Também jogavam, calçados de sola
Alguns deram poetas, e bons cantores
Os índios, na sua forma desprendida
Chutavam a bola pelos cantos
Num chão batido, com pés em ferida
Parecendo pardais, pois eram tantos
Aqueles putos, do bairro de Alvalade
Jogavam uns com os outros, à bola
Numa irmandade de feliz vontade
Marcavam golos de alta escola
Hoje, os índios, já lá não estão
E como era tão bonito vê-los correr
Nos bolsos, não tinham meio tostão
Mas sim, muita vontade de vencer
Por vezes, num drible de mestre
Alguns saiam de sua pobreza
Os outros, de vida menos agreste
Eram os amigos, na sua tristeza
E na boa vontade de Deus
Os putos, entre eles jogavam
Uns pobres, outros com dinheiros seus
Mas o futebol, a vida a todos ensinava
Estas crianças, leves como a pena
Nestas brincadeiras não se perdia
Em dias e noites, era uma bela cena
Vê-los no bairro jogar, cheios de alegria
De: Fernando Ramos
723
maio 24, 2007
BECO DO BEM SABER
BECO DO BEM SABER
No beco do bem saber
Ivone, leva tristeza no coração
Que de olhos colados ao chão
Murmura pelo seu bem querer
Na pura, e cristalina aflição
No parapeito de sua janela
Está a frescura do alecrim
Todos o cheiram com cautela
Não passe seu amor por ali
Ao encontro da outra, na viela
No Beco, se abrem janelas
P’ra anunciar a procissão
Alguém com flores amarelas
Informa o povo de tal decisão
Decidida p’lo prior, à luz das velas
E para a bendita procissão
O Beco se vai engalanar
Ivone, reza sua consternação
Ao amor, que a anda a enganar
Seu pobre, e infeliz coração
E foi no domingo, à tardinha
A procissão levou o povo p’ra rua
No andor pousa uma andorinha
Que traz a verdade nua e crua
P’ra Ivone que vai à igreja velhinha
E diz, que a da viela está chorosa
Por lhe ter acontecido este drama
Foi enganada de maneira horrorosa
P’lo homem que a levou p’ra cama
Causando-lhe enorme aflição
E naquele afamado bairro de Alfama
Um amor perdido, encontrou a razão
Pois é Ivone, a sua Dama
Que preenche seu doido coração
Na velha igreja, junto ao altar
Lá estava a mentira desgostosa
Chorando a lágrima do perdão
Suplicando nova vida amorosa
Tudo não passava de sua ilusão
E no Beco, se acendeu nova chama
P’ra felicidade de um coração
É Ivone que ele muito ama
Terminando ali, sua confusão
de: Fernando Ramos
723
No beco do bem saber
Ivone, leva tristeza no coração
Que de olhos colados ao chão
Murmura pelo seu bem querer
Na pura, e cristalina aflição
No parapeito de sua janela
Está a frescura do alecrim
Todos o cheiram com cautela
Não passe seu amor por ali
Ao encontro da outra, na viela
No Beco, se abrem janelas
P’ra anunciar a procissão
Alguém com flores amarelas
Informa o povo de tal decisão
Decidida p’lo prior, à luz das velas
E para a bendita procissão
O Beco se vai engalanar
Ivone, reza sua consternação
Ao amor, que a anda a enganar
Seu pobre, e infeliz coração
E foi no domingo, à tardinha
A procissão levou o povo p’ra rua
No andor pousa uma andorinha
Que traz a verdade nua e crua
P’ra Ivone que vai à igreja velhinha
E diz, que a da viela está chorosa
Por lhe ter acontecido este drama
Foi enganada de maneira horrorosa
P’lo homem que a levou p’ra cama
Causando-lhe enorme aflição
E naquele afamado bairro de Alfama
Um amor perdido, encontrou a razão
Pois é Ivone, a sua Dama
Que preenche seu doido coração
Na velha igreja, junto ao altar
Lá estava a mentira desgostosa
Chorando a lágrima do perdão
Suplicando nova vida amorosa
Tudo não passava de sua ilusão
E no Beco, se acendeu nova chama
P’ra felicidade de um coração
É Ivone que ele muito ama
Terminando ali, sua confusão
de: Fernando Ramos
723
BOTE DE VELAS QUEBRADAS
BOTE DE VELAS QUEBRADAS
O bote desliza no mar salgado
Nas ondas valiosas como ouro em pó
P’ra um pescador de rosto enrugado
Que olha as redes, fazendo-lhe dó
São tristezas salpicadas de choro
Naquele seu mar, a poente
Ali o peixe é pouco, e não é ouro
Já outras fainas, o deixavam contente
E no seu bote de velas quebradas
O pobre mestre insiste na pescaria
Enclausurado naquele mar talhado
Pede a Deus uma faina de alegria
Embalado p’lo sopro do vento
Vai amaldiçoando sua má pesca
Por isso, Deus não lhe dá alento
Vai ele pecando, à faina que resta
Seu Senhor, o arrependimento não ouve
De seus pecados já cometidos
Não mostrou pena, e Deus soube
Não havendo mais, já tempos idos
De: Fernando Ramos
719
O bote desliza no mar salgado
Nas ondas valiosas como ouro em pó
P’ra um pescador de rosto enrugado
Que olha as redes, fazendo-lhe dó
São tristezas salpicadas de choro
Naquele seu mar, a poente
Ali o peixe é pouco, e não é ouro
Já outras fainas, o deixavam contente
E no seu bote de velas quebradas
O pobre mestre insiste na pescaria
Enclausurado naquele mar talhado
Pede a Deus uma faina de alegria
Embalado p’lo sopro do vento
Vai amaldiçoando sua má pesca
Por isso, Deus não lhe dá alento
Vai ele pecando, à faina que resta
Seu Senhor, o arrependimento não ouve
De seus pecados já cometidos
Não mostrou pena, e Deus soube
Não havendo mais, já tempos idos
De: Fernando Ramos
719
maio 23, 2007
A VIDA ESPANTA-SE
A VIDA ESPANTA-SE
(soneto)
Dão-nos castigos, ásperos, e ferozes
Vem a dor, e o grito da alma
Surge a bomba, em tarde calma
Chora o mundo, o feito dos algozes
O silêncio dos justos é perturbado
A paz estremece, mas não cai
Uma criança, p’ra sua mãe já não vai
A solidariedade e o amor, foi baleado
Foram ordens do chantagista!
Que o homem bomba respeitou
É um acto cobarde, de mau artista
Lá fora... O mundo levanta-se
O terrorismo estúpido não ganhou
A própria vida, espanta-se!
De: Fernando Ramos
718
(soneto)
Dão-nos castigos, ásperos, e ferozes
Vem a dor, e o grito da alma
Surge a bomba, em tarde calma
Chora o mundo, o feito dos algozes
O silêncio dos justos é perturbado
A paz estremece, mas não cai
Uma criança, p’ra sua mãe já não vai
A solidariedade e o amor, foi baleado
Foram ordens do chantagista!
Que o homem bomba respeitou
É um acto cobarde, de mau artista
Lá fora... O mundo levanta-se
O terrorismo estúpido não ganhou
A própria vida, espanta-se!
De: Fernando Ramos
718
maio 22, 2007
ESPERANÇA NO AMOR
ESPERANÇA NO AMOR
(soneto)
Olhei p’ra dentro de mim
Vi um torvelinho de sentimentos
Esperando por amor sem fim
Rodeando meus pensamentos
E no céu apareceu um sol
Dizendo p’ra ter esperança
Ele agora é o meu farol
Que me trouxe bonança
Fiz uma espera sem fim
P’lo amor, sem tormentos
E ele, não apareceu por aí
De longe olho p’ra estrela
Lembrando esses momentos
Agora a esperança, nem vê-la
De: Fernando Ramos
717
(soneto)
Olhei p’ra dentro de mim
Vi um torvelinho de sentimentos
Esperando por amor sem fim
Rodeando meus pensamentos
E no céu apareceu um sol
Dizendo p’ra ter esperança
Ele agora é o meu farol
Que me trouxe bonança
Fiz uma espera sem fim
P’lo amor, sem tormentos
E ele, não apareceu por aí
De longe olho p’ra estrela
Lembrando esses momentos
Agora a esperança, nem vê-la
De: Fernando Ramos
717
maio 21, 2007
BUSCANDO O IMPOSSIVEL
BUSCANDO O IMPOSSIVEL
No ambiente que hoje vivemos
Algumas verdades
Se dizem, e comentam-se
Como se fossem o símbolo
Da certeza, e da razão
Mesmo que não seja a verdade crua
Prometem-se perfeitos caminhos
Muito bem asfaltados e rodeados
De beleza, que dá prazer aos olhos
E se um, apenas um
De terra batida e de beira agreste
Nos leve ao paraíso do Divino
Esse não será o melhor,
Para alguns
Busca-se a beleza eterna,
Gastando-se enormes quantias
Mas essa beleza,
É apenas breve e rápida
Tão rápida que nem se dá p’lo tempo
Corre-se atrás do sucesso
A qualquer preço,
Nem que seja aparente
Ou que se consiga à custa de outros
Pisando seus semelhantes
Sem qualquer despudor e respeito
Procura-se ambientes felizes,
Onde prometem a paz,
Descanso total,
E bem estar p'ra sempre
Em países maravilhosos
Mas no fim... São pobres de cultura,
Pão, e justiça
Querem-se amigos, a qualquer custo
Alguns por interesses muito duvidosos,
Mas esses só aparecem
Em locais de glamour
Os verdadeiros amigos, são muito poucos
Contam-se p’los dedos
E um dia, lá estarão na nossa partida
Anseia-se por bons empregos,
Carros, mulheres lindas
Ou homens charmosos,
Objectos valiosos, Mas coitados...
Pobres de valor humano
Procura-se sempre o máximo,
O melhor, o paraíso na terra
Esquecendo-se todos nós
Que o que se busca
Na corrida louca diária
E com tanta ansiedade,
Raramente se consegue,
Ou mesmo, nunca se alcança
de: Fernando Ramos
716
No ambiente que hoje vivemos
Algumas verdades
Se dizem, e comentam-se
Como se fossem o símbolo
Da certeza, e da razão
Mesmo que não seja a verdade crua
Prometem-se perfeitos caminhos
Muito bem asfaltados e rodeados
De beleza, que dá prazer aos olhos
E se um, apenas um
De terra batida e de beira agreste
Nos leve ao paraíso do Divino
Esse não será o melhor,
Para alguns
Busca-se a beleza eterna,
Gastando-se enormes quantias
Mas essa beleza,
É apenas breve e rápida
Tão rápida que nem se dá p’lo tempo
Corre-se atrás do sucesso
A qualquer preço,
Nem que seja aparente
Ou que se consiga à custa de outros
Pisando seus semelhantes
Sem qualquer despudor e respeito
Procura-se ambientes felizes,
Onde prometem a paz,
Descanso total,
E bem estar p'ra sempre
Em países maravilhosos
Mas no fim... São pobres de cultura,
Pão, e justiça
Querem-se amigos, a qualquer custo
Alguns por interesses muito duvidosos,
Mas esses só aparecem
Em locais de glamour
Os verdadeiros amigos, são muito poucos
Contam-se p’los dedos
E um dia, lá estarão na nossa partida
Anseia-se por bons empregos,
Carros, mulheres lindas
Ou homens charmosos,
Objectos valiosos, Mas coitados...
Pobres de valor humano
Procura-se sempre o máximo,
O melhor, o paraíso na terra
Esquecendo-se todos nós
Que o que se busca
Na corrida louca diária
E com tanta ansiedade,
Raramente se consegue,
Ou mesmo, nunca se alcança
de: Fernando Ramos
716
MINHA MÃE MARIA
MINHA MÃE MARIA
Minha mãe Maria
Que meu sangue laças
Estás gravada em meu rosto
Bendita foste a mulher
Que este filho deste à luz
És a mãe abençoada por Deus
E dos meus desejos sonhadores
Agora e sempre, até morrer
De: Fernando Ramos
715
Minha mãe Maria
Que meu sangue laças
Estás gravada em meu rosto
Bendita foste a mulher
Que este filho deste à luz
És a mãe abençoada por Deus
E dos meus desejos sonhadores
Agora e sempre, até morrer
De: Fernando Ramos
715
LÁBIOS DO MEU AMOR
LÁBIOS DO MEU AMOR
(soneto)
Estou entregue à saudade
Dos lábios de meu amor
Beijavam-me com voluptuosidade
Enlouquecendo os meus de furor
Partiram, e fiquei só
Perdi seu doce sabor
De mim não tenham dó
Sou culpado, recebo a dor
Eles são tão sensuais
Agora já não são meus
Perdi meus valiosos cristais
Apenas resta-me a lembrança
E ensaio um final adeus
Dos lábios da minha insegurança
De: Fernando Ramos
714
(soneto)
Estou entregue à saudade
Dos lábios de meu amor
Beijavam-me com voluptuosidade
Enlouquecendo os meus de furor
Partiram, e fiquei só
Perdi seu doce sabor
De mim não tenham dó
Sou culpado, recebo a dor
Eles são tão sensuais
Agora já não são meus
Perdi meus valiosos cristais
Apenas resta-me a lembrança
E ensaio um final adeus
Dos lábios da minha insegurança
De: Fernando Ramos
714
maio 20, 2007
LIRIOS CHARMOSOS
LIRIOS CHARMOSOS
Percorro a estrada, em fadiga
Olhando os lírios na sua beira
Eles são beleza apetecida
Buscando a esperança, que se esgueira
E neste pensamento estonteante
Surge a lágrima em meu rosto
Caindo-me tristeza alucinante
P’ra meu total desgosto
Os lírios não são minha adoração
Nem trazem a colorida redenção
Mas vê-los, alegram-me o coração
Já cansado, velho, e sem ilusão
E no final, da minha vida vencida
Sorriu aos lírios charmosos
Que presentearam alegria sentida
Aos meus caminhos espinhosos
De: Fernando Ramos
712
Percorro a estrada, em fadiga
Olhando os lírios na sua beira
Eles são beleza apetecida
Buscando a esperança, que se esgueira
E neste pensamento estonteante
Surge a lágrima em meu rosto
Caindo-me tristeza alucinante
P’ra meu total desgosto
Os lírios não são minha adoração
Nem trazem a colorida redenção
Mas vê-los, alegram-me o coração
Já cansado, velho, e sem ilusão
E no final, da minha vida vencida
Sorriu aos lírios charmosos
Que presentearam alegria sentida
Aos meus caminhos espinhosos
De: Fernando Ramos
712
SEI DE ONDE VIM
SEI DE ONDE VIM
Eu bem sei de onde vim
Mas não saberei p’ra onde parto
Vim dum lugar bonito, sim
Será que irei p’ra um lugar farto?
Sei muito bem de onde vim
Dum pais de grandes senhores
Não julgue que foi por aí
É dum lugar de bons valores
Sou daqui e do mundo
E não do diabo a quatro
Esse, é de desgosto profundo
Onde a vida é um teatro
Meu lugar, é de todo lado
Do mundo, da arte, e da vida
Está no destino escriturado
Até, meu dia da partida
Sabem afinal de onde vim?
Foi escolhido p’lo criador
Minha pátria é esta aqui
Onde nasci de muito amor
De: Fernando Ramos
711
Eu bem sei de onde vim
Mas não saberei p’ra onde parto
Vim dum lugar bonito, sim
Será que irei p’ra um lugar farto?
Sei muito bem de onde vim
Dum pais de grandes senhores
Não julgue que foi por aí
É dum lugar de bons valores
Sou daqui e do mundo
E não do diabo a quatro
Esse, é de desgosto profundo
Onde a vida é um teatro
Meu lugar, é de todo lado
Do mundo, da arte, e da vida
Está no destino escriturado
Até, meu dia da partida
Sabem afinal de onde vim?
Foi escolhido p’lo criador
Minha pátria é esta aqui
Onde nasci de muito amor
De: Fernando Ramos
711
TEU DOCE AMAR
TEU DOCE AMAR
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
Eu tenho um secreto sonho
De contigo um dia viver
Será um engano medonho
Se tal não suceder
Sentirei dor insuportável
Se abandonar este meu querer
Dum amor incomensurável
Que nunca o irei ceder
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
Meu corpo é tua luz
Dizes entre suspiros e beijos
Esse querer tanto me seduz
Numa loucura de desejos
E ouço belas trombetas
Quando estamos bem juntinhos
Nossas noites são notas pretas
Musicando todos os caminhos
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
De: Fernando Ramos
811
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
Eu tenho um secreto sonho
De contigo um dia viver
Será um engano medonho
Se tal não suceder
Sentirei dor insuportável
Se abandonar este meu querer
Dum amor incomensurável
Que nunca o irei ceder
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
Meu corpo é tua luz
Dizes entre suspiros e beijos
Esse querer tanto me seduz
Numa loucura de desejos
E ouço belas trombetas
Quando estamos bem juntinhos
Nossas noites são notas pretas
Musicando todos os caminhos
Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar
De: Fernando Ramos
811
maio 18, 2007
A VOLTA DO MENDIGO
A VOLTA DO MENDIGO
Pela rua deserta
O mendigo vai perambulando
Em busca de um refugio
Que o protegerá do frio
E que o confortará,
No fim da sua volta de espinhos
Que o levou p’los
Caminhos habituais
Em sua mão vai a desgraça
Que num abrir e fechar
Deixa-lhe a vida vazia de nada
Ele é o alcoólico
Que a sociedade construiu
E com o passar dos anos,
Se encarregou de o destruir
Numa passada lenta
Vai resmungão
Com a garrafa vazia do néctar
De seu bem estar
Que bem dele precisava
P’rá noite triste e gélida
Pensando, que só o Deus Baco
O poderá ajudar
Daquela boémia secura cruel
Ele já pouco se importa
As mágoas são banhadas
No liquido da maldita garrafa
Agora tristemente vazia
Ó pobre destino
Porque és tão severo
P’ro triste mendigo
Que na sua vida,
Apenas foi, simples servo
de: Fernando Ramos
710
Pela rua deserta
O mendigo vai perambulando
Em busca de um refugio
Que o protegerá do frio
E que o confortará,
No fim da sua volta de espinhos
Que o levou p’los
Caminhos habituais
Em sua mão vai a desgraça
Que num abrir e fechar
Deixa-lhe a vida vazia de nada
Ele é o alcoólico
Que a sociedade construiu
E com o passar dos anos,
Se encarregou de o destruir
Numa passada lenta
Vai resmungão
Com a garrafa vazia do néctar
De seu bem estar
Que bem dele precisava
P’rá noite triste e gélida
Pensando, que só o Deus Baco
O poderá ajudar
Daquela boémia secura cruel
Ele já pouco se importa
As mágoas são banhadas
No liquido da maldita garrafa
Agora tristemente vazia
Ó pobre destino
Porque és tão severo
P’ro triste mendigo
Que na sua vida,
Apenas foi, simples servo
de: Fernando Ramos
710
maio 17, 2007
TUA AUSÊNCIA
TUA AUSÊNCIA
Vou observando teus silêncios
Neles vou encontrando
o que procuro
São desejos dos teus perfumes,
Do teu olhar, do teu sorriso,
E dos fins de tarde,
No jardim próximo de nossa casa
Quando olhávamos o escapar do sol
Envolvendo-se no horizonte
Observo teus silêncios
Neles vejo minha alma
Que se vai lambuzando
Em recordações de teu amor,
Que me oferecias nessas tarde
De céu azul e quente,
Tão quente como meu coração
E de todas as verdades,
As nossas verdades
Nesse teu silêncio, que seduz
E me encanta
Revejo a cumplicidade
Num gozo, que era a nossa total paixão
Como se fosse uma tontice adolescente
Como tantas outras
Que por nossos puros momento passaram
Agora, apenas resta teus silêncios
E tua ausência
Que me cortam a saudade empregnada
Das tuas fragrâncias que agora vêem
Das estrelas que me observam,
E eu aqui só
No jardim das nossas verdades
E também da minha tristeza
de: Fernando Ramos
709
Vou observando teus silêncios
Neles vou encontrando
o que procuro
São desejos dos teus perfumes,
Do teu olhar, do teu sorriso,
E dos fins de tarde,
No jardim próximo de nossa casa
Quando olhávamos o escapar do sol
Envolvendo-se no horizonte
Observo teus silêncios
Neles vejo minha alma
Que se vai lambuzando
Em recordações de teu amor,
Que me oferecias nessas tarde
De céu azul e quente,
Tão quente como meu coração
E de todas as verdades,
As nossas verdades
Nesse teu silêncio, que seduz
E me encanta
Revejo a cumplicidade
Num gozo, que era a nossa total paixão
Como se fosse uma tontice adolescente
Como tantas outras
Que por nossos puros momento passaram
Agora, apenas resta teus silêncios
E tua ausência
Que me cortam a saudade empregnada
Das tuas fragrâncias que agora vêem
Das estrelas que me observam,
E eu aqui só
No jardim das nossas verdades
E também da minha tristeza
de: Fernando Ramos
709
maio 16, 2007
708 - JARDIM DE CRAVOS
JARDIM DE CRAVOS
(soneto)
És o sol, e água da vida
Que todos os dias almejo
Abasteces-me a alma sofrida
Que de ti, sente tanto desejo
És um mundo que gira só p’ra mim
E alegria do nosso jardim de cravos
Meu coração, agora vagueia por aí
Bebendo tua ausência aos tragos
És tudo p’ra mim, meu amor
Solta de meu peito, a vil dor
Tua saída, na vida foi um acaso
Sei que desejas com furor
Voltares ao jardim de esplendor
P’ra nos amar-mos, no seu pedaço
De: Fernando Ramos
708
(soneto)
És o sol, e água da vida
Que todos os dias almejo
Abasteces-me a alma sofrida
Que de ti, sente tanto desejo
És um mundo que gira só p’ra mim
E alegria do nosso jardim de cravos
Meu coração, agora vagueia por aí
Bebendo tua ausência aos tragos
És tudo p’ra mim, meu amor
Solta de meu peito, a vil dor
Tua saída, na vida foi um acaso
Sei que desejas com furor
Voltares ao jardim de esplendor
P’ra nos amar-mos, no seu pedaço
De: Fernando Ramos
708
707 - SEREI COMO UM CONDOR LIVRE
SEREI COMO UM CONDOR LIVRE
Serei como um condor livre
Voando de copa em copa
Que no rugido dum tigre
Busca a presa, viva ou morta
Como ele, irei p’los céus
Acenando à vida, e à natureza
Avistarei mulheres cobertas de véus
De guerras que lhes trazem tristeza
Serei assim tão livre
Mas da maldade terei de fugir
Voarei num céu que não obrigue
Desta vida, ter de me despedir
Quero ser como o Condor
Buscando minha liberdade
Num mundo que não haja dor
P’ra não sentir infelicidade
De: Fernando Ramos
707
Serei como um condor livre
Voando de copa em copa
Que no rugido dum tigre
Busca a presa, viva ou morta
Como ele, irei p’los céus
Acenando à vida, e à natureza
Avistarei mulheres cobertas de véus
De guerras que lhes trazem tristeza
Serei assim tão livre
Mas da maldade terei de fugir
Voarei num céu que não obrigue
Desta vida, ter de me despedir
Quero ser como o Condor
Buscando minha liberdade
Num mundo que não haja dor
P’ra não sentir infelicidade
De: Fernando Ramos
707
SAUDADE DE TEUS LÁBIOS
SAUDADE DE TEUS LÁBIOS
Vou de mãos dadas na saudade
Dos teus lindos e meigos lábios
É enorme minha ansiedade
Por seus beijos doces e sábios
Eles eram o meu grato prazer
Que me aqueciam de paixão
Sonho p’ra sempre os ter
Não, não é pura ilusão
Saudade, é a falta que dói
De teus lábios sonhadores
Ao meu coração, ela rói
Causando tantos clamores
São a cor, que só eu vejo
E o ardor de minha vida
Tanto esses lábios desejo
Na delirante esperança florida
De: Fernando Ramos
706
Vou de mãos dadas na saudade
Dos teus lindos e meigos lábios
É enorme minha ansiedade
Por seus beijos doces e sábios
Eles eram o meu grato prazer
Que me aqueciam de paixão
Sonho p’ra sempre os ter
Não, não é pura ilusão
Saudade, é a falta que dói
De teus lábios sonhadores
Ao meu coração, ela rói
Causando tantos clamores
São a cor, que só eu vejo
E o ardor de minha vida
Tanto esses lábios desejo
Na delirante esperança florida
De: Fernando Ramos
706
maio 15, 2007
FELIZ AMANDO
FELIZ AMANDO
Vou Sendo feliz amando
A natureza, as crianças
Amando a família, os velhos
Os amigos, a pátria
Amando-te perdidamente
Até o raiar do dia
Que vai acendendo a chama
Da felicidade que chega
Na alvorada em apoteose
Vou sendo feliz amando o mar
Num profundo amar
Onde vou navegando ao vento
Deslizando o meu amor
No sentido do mistério da razão
de: Fernando Ramos
705
Vou Sendo feliz amando
A natureza, as crianças
Amando a família, os velhos
Os amigos, a pátria
Amando-te perdidamente
Até o raiar do dia
Que vai acendendo a chama
Da felicidade que chega
Na alvorada em apoteose
Vou sendo feliz amando o mar
Num profundo amar
Onde vou navegando ao vento
Deslizando o meu amor
No sentido do mistério da razão
de: Fernando Ramos
705
SERÁ LEI
SERÁ LEI
Sei bem, que um dia será lei
passear no verde prado
Olhar os lírios na planície
Embelezando exuberantemente
a mãe natureza
Será lei, no Outono pisar
as folhas vadias
nos jardins que calam
minha alma
Será lei, na primavera
passear com meu amor,
e sentir a fragrância marota
das flores silvestres
nas frescas manhãs
Sei bem que tudo isto será lei!
De: Fernando Ramos
704
Sei bem, que um dia será lei
passear no verde prado
Olhar os lírios na planície
Embelezando exuberantemente
a mãe natureza
Será lei, no Outono pisar
as folhas vadias
nos jardins que calam
minha alma
Será lei, na primavera
passear com meu amor,
e sentir a fragrância marota
das flores silvestres
nas frescas manhãs
Sei bem que tudo isto será lei!
De: Fernando Ramos
704
maio 14, 2007
MALES PERFEITOS
MALES PERFEITOS
Arvores se curvam na idade
Rochas se desgastam pelas ondas
Florestas ardem com o fogo
Nós capitulamos no tempo
É assim o ciclo da vida,
das coisas, da natureza
Até o ar que se respira tem o fim
Se o homem, continuar
Na insensatez,
e na sua falta de vergonha
De não conservar, conservar
Sempre conservar
Terá seu fim rápido
Mas que importa...
Seu egoísmo é mais forte
Então, caminha na penumbra
P’ro túmulo dos chacais
E dos males perfeitos
De: Fernando Ramos
702
Arvores se curvam na idade
Rochas se desgastam pelas ondas
Florestas ardem com o fogo
Nós capitulamos no tempo
É assim o ciclo da vida,
das coisas, da natureza
Até o ar que se respira tem o fim
Se o homem, continuar
Na insensatez,
e na sua falta de vergonha
De não conservar, conservar
Sempre conservar
Terá seu fim rápido
Mas que importa...
Seu egoísmo é mais forte
Então, caminha na penumbra
P’ro túmulo dos chacais
E dos males perfeitos
De: Fernando Ramos
702
maio 13, 2007
A OPERA DA LIBERDADE
A OPERA DA LIBERDADE
Hoje foi a opera de Mozartt
Amanhã o que será?
Vai-se esfumando a minha liberdade,
A tua liberdade!
Querem-nos castrar p’lo terror
Querem-nos emaranhar na teia
Que vai tecendo
O que está acontecer mundo?
Só porque uso a liberdade
De amar nos jardins,
Só porque digo não,
Ao oportunismo, ao sadismo
Ao fascismo, a todos os “ismos”.
À anti cultura
Querem-me controlar?
E a minha liberdade?
A minha religião
O meu amor pela arte,
A independência, e as conquistas
Dos nossos antepassados,
Onde param?
Que se passa mundo!
Só porque somos diferentes,
Temos de ter medo?
Não podemos ceder à chantagem!
Quero a minha opera de Liberdade, já!!!
De: Fernando Ramos
701
Hoje foi a opera de Mozartt
Amanhã o que será?
Vai-se esfumando a minha liberdade,
A tua liberdade!
Querem-nos castrar p’lo terror
Querem-nos emaranhar na teia
Que vai tecendo
O que está acontecer mundo?
Só porque uso a liberdade
De amar nos jardins,
Só porque digo não,
Ao oportunismo, ao sadismo
Ao fascismo, a todos os “ismos”.
À anti cultura
Querem-me controlar?
E a minha liberdade?
A minha religião
O meu amor pela arte,
A independência, e as conquistas
Dos nossos antepassados,
Onde param?
Que se passa mundo!
Só porque somos diferentes,
Temos de ter medo?
Não podemos ceder à chantagem!
Quero a minha opera de Liberdade, já!!!
De: Fernando Ramos
701
maio 12, 2007
INVERNO DE MIL AGUAS
INVERNO DE MIL ÁGUAS
Porque será que a folha cai
quando o Outono chega?
E ao cair da folha,
A nostalgia nos invade
O tempo vagarosamente passa
A tristeza fica nossa companheira
E angustia toma conta de nós
Tornando a vida numa cor bizarra
A solidão torna-se delorosa
Nada há a fazer...
Temos de esperar que o Inverno
Nos entre p’la porta,
E que o crepitar da lenha arder na lareira
Siga seu rumo, entre labaredas
Aquecendo-nos, dos dias frios
Não há mesmo nada a fazer
Senão esperar p’la chegada
Do senhor Inverno de mil águas
E aconchegar-nos
junto da brasa acesa
Sentindo a branda quentura da lenha
E lendo aquele livro há muito guardado
Ou até folhearmos a nossa memória
De outros Invernos tão agrestes
Passados à beira da mesma lareira
Que é o tesouro do nosso quintal
É onde cochichamos segredinhos
Das noites, onde o sono é rei
E as madrugadas a rainha
de: Fernando Ramos
700
Porque será que a folha cai
quando o Outono chega?
E ao cair da folha,
A nostalgia nos invade
O tempo vagarosamente passa
A tristeza fica nossa companheira
E angustia toma conta de nós
Tornando a vida numa cor bizarra
A solidão torna-se delorosa
Nada há a fazer...
Temos de esperar que o Inverno
Nos entre p’la porta,
E que o crepitar da lenha arder na lareira
Siga seu rumo, entre labaredas
Aquecendo-nos, dos dias frios
Não há mesmo nada a fazer
Senão esperar p’la chegada
Do senhor Inverno de mil águas
E aconchegar-nos
junto da brasa acesa
Sentindo a branda quentura da lenha
E lendo aquele livro há muito guardado
Ou até folhearmos a nossa memória
De outros Invernos tão agrestes
Passados à beira da mesma lareira
Que é o tesouro do nosso quintal
É onde cochichamos segredinhos
Das noites, onde o sono é rei
E as madrugadas a rainha
de: Fernando Ramos
700
maio 11, 2007
AMOR E RAZÃO
AMOR E RAZÃO
Alguém chora sua tristeza
Na raiva que emaranha a dor
É um momento de pura fraqueza
Sente-se enganada no seu amor
Jamais conseguirá perdoar
Uma traição tristemente cometida
Alguém que julgava, sempre amar
À sua paixão, fez-lhe uma partida
Num fado de amor e razão
Sua dor é muito lembrada
Gemem guitarras, esta desilusão
P’la perda da pessoa amada
Hoje, ao divino suplica paixão
Que não há meio de voltar a ter
Seu coração diz sempre que não
E outra desilusão não quer padecer
Vive só, em sofrimento
Num turbilhão de queixumes
Perdoar, é cair no esquecimento
E surgirá dor de dois gumes
Quem traiu não volta mais
Pensa assim seu sentimento
Não voltará a suspirar mais ais
Por quem lhe trouxe tal tormento
de: Fernando Ramos
699
Alguém chora sua tristeza
Na raiva que emaranha a dor
É um momento de pura fraqueza
Sente-se enganada no seu amor
Jamais conseguirá perdoar
Uma traição tristemente cometida
Alguém que julgava, sempre amar
À sua paixão, fez-lhe uma partida
Num fado de amor e razão
Sua dor é muito lembrada
Gemem guitarras, esta desilusão
P’la perda da pessoa amada
Hoje, ao divino suplica paixão
Que não há meio de voltar a ter
Seu coração diz sempre que não
E outra desilusão não quer padecer
Vive só, em sofrimento
Num turbilhão de queixumes
Perdoar, é cair no esquecimento
E surgirá dor de dois gumes
Quem traiu não volta mais
Pensa assim seu sentimento
Não voltará a suspirar mais ais
Por quem lhe trouxe tal tormento
de: Fernando Ramos
699
maio 08, 2007
NOITES
NOITES
Minhas noites,
Tem o peso da música,
Que entontece a alma
Ao som de um bolero,
Ou de uma cantata de Bach
Minhas noites,
Tem o caminho de recordações
Que surgem com a lágrima marota,
Que teimosamente não cai
Na imensidão da dor
Minhas noites,
Tem o sentido das palavras
Que escuto,
E me trazem o conhecimento
Ou até daquelas palavras
Nunca ditas,
Mas perfeitamente
Compreendidas num
Olhar cúmplice
Minhas noites,
Tem a tristeza da solidão
Que insiste não ter fim,
E que me persegue
Até as noites terminarem
de: Fernando Ramos
698
Minhas noites,
Tem o peso da música,
Que entontece a alma
Ao som de um bolero,
Ou de uma cantata de Bach
Minhas noites,
Tem o caminho de recordações
Que surgem com a lágrima marota,
Que teimosamente não cai
Na imensidão da dor
Minhas noites,
Tem o sentido das palavras
Que escuto,
E me trazem o conhecimento
Ou até daquelas palavras
Nunca ditas,
Mas perfeitamente
Compreendidas num
Olhar cúmplice
Minhas noites,
Tem a tristeza da solidão
Que insiste não ter fim,
E que me persegue
Até as noites terminarem
de: Fernando Ramos
698
maio 07, 2007
VAMOS NAS TUAS ASAS
VAMOS NAS TUAS ASAS
Vai nas tuas asas, filha amada
Nosso coração cansado, e partido
Em voo, p’ra tua nova chegada
No futuro esperado do cúpido
És como um lindo passarinho
Bateste asas, saíste do nosso ninho
Segues sonhos, resta teu carinho
Herdamos a lágrima, caída devagarinho
Teu perfume se exala p’lo ar
Na triste saudade que não tem fim
Nosso oiro encontrou o sonho de amar
Guardamos sua ternura de cetim
Teu lugar será sempre no meio de nós
Teu perfume, nos acompanhará até morrer
Sem ti no lar, estamos tristes e sós
Mas teu amor nos dá força p’ra viver
A saudade, bate forte nestes corações
P’la nossa menina de saborosos miminhos
Recordamos beijos, fortes de emoções
Em nossos rostos repletos de beijinhos
Serás sempre, nossa flor de formosura
E voaremos nas tuas asas, seguramente
Deus te proteja, com seu olhar de doçura
Querida filha, que te amamos eternamente
(para nossa filha)
De: fernando Ramos
697
Vai nas tuas asas, filha amada
Nosso coração cansado, e partido
Em voo, p’ra tua nova chegada
No futuro esperado do cúpido
És como um lindo passarinho
Bateste asas, saíste do nosso ninho
Segues sonhos, resta teu carinho
Herdamos a lágrima, caída devagarinho
Teu perfume se exala p’lo ar
Na triste saudade que não tem fim
Nosso oiro encontrou o sonho de amar
Guardamos sua ternura de cetim
Teu lugar será sempre no meio de nós
Teu perfume, nos acompanhará até morrer
Sem ti no lar, estamos tristes e sós
Mas teu amor nos dá força p’ra viver
A saudade, bate forte nestes corações
P’la nossa menina de saborosos miminhos
Recordamos beijos, fortes de emoções
Em nossos rostos repletos de beijinhos
Serás sempre, nossa flor de formosura
E voaremos nas tuas asas, seguramente
Deus te proteja, com seu olhar de doçura
Querida filha, que te amamos eternamente
(para nossa filha)
De: fernando Ramos
697
ROSA DE FORMUSURA
ROSA DE FORMUSURA
(soneto)
Magra, de olhos verdes brilhantes
Pele clara de muita lisura
Homens, sonham serem amantes
Desta linda rosa de formosura
Não resistem a tal encanto
Em noites incandescentes
Seu andar causa espanto
A, olhares felizes e ardentes
Ela sorri, e tanto provoca
Ateando um extraordinário fogo
É mulher que nunca se troca
Devem-na guardar como tesouro
P’ra que não, aconteça um roubo
A quem a tanto quer, como ouro
De; Fernando Ramos
696
(soneto)
Magra, de olhos verdes brilhantes
Pele clara de muita lisura
Homens, sonham serem amantes
Desta linda rosa de formosura
Não resistem a tal encanto
Em noites incandescentes
Seu andar causa espanto
A, olhares felizes e ardentes
Ela sorri, e tanto provoca
Ateando um extraordinário fogo
É mulher que nunca se troca
Devem-na guardar como tesouro
P’ra que não, aconteça um roubo
A quem a tanto quer, como ouro
De; Fernando Ramos
696
SONHO NA ESPERANÇA
SONHO NA ESPERANÇA
Nenhum pensamento,
Nenhuma dúvida me assalta
Nenhuma réstia de esperança
Me cerca no meu viver
Quando me sinto só e triste
Tão próximo do descontentamento
Não sorriu à natureza
Elevada na noite de orvalhada
Num voo rasante e harmonioso
O brando amanhã me trará
Um novo e rico alento
Na subtil vontade de meu viver
Que matará a sede das flores
À beira de todos os riachos de esperança
Que falta na floresta mais profunda
Da eternidade humana
E em meu peito, já mais desesperará
A dúvida antes assaltada
Do sonho que chega na esperança
Em glória, e não em sua morte
De: Fernando Ramos
695
Nenhum pensamento,
Nenhuma dúvida me assalta
Nenhuma réstia de esperança
Me cerca no meu viver
Quando me sinto só e triste
Tão próximo do descontentamento
Não sorriu à natureza
Elevada na noite de orvalhada
Num voo rasante e harmonioso
O brando amanhã me trará
Um novo e rico alento
Na subtil vontade de meu viver
Que matará a sede das flores
À beira de todos os riachos de esperança
Que falta na floresta mais profunda
Da eternidade humana
E em meu peito, já mais desesperará
A dúvida antes assaltada
Do sonho que chega na esperança
Em glória, e não em sua morte
De: Fernando Ramos
695
BEM DE MANSINHO
BEM DE MANSINHO
(soneto)
Caiu a noite, bem de mansinho
Toldando o céu de negrume
Nela surge a lua, devagarinho
Num adeus ao azul que se sume
O dia, depois irá retornar
E os amantes à noite voltarão
Meticulosamente p’ra amar
Sob olhar de estrelas, que brilharão
Será num jardim de belas flores,
Flores que os ateiam de bons feitiços
Esgueirando-se em perfeitos amores
Para as noites bem sorridentes
Onde estrelas não lhes darão sumiços
Nas madrugadas de noites quentes
de: Fernando Ramos
694
(soneto)
Caiu a noite, bem de mansinho
Toldando o céu de negrume
Nela surge a lua, devagarinho
Num adeus ao azul que se sume
O dia, depois irá retornar
E os amantes à noite voltarão
Meticulosamente p’ra amar
Sob olhar de estrelas, que brilharão
Será num jardim de belas flores,
Flores que os ateiam de bons feitiços
Esgueirando-se em perfeitos amores
Para as noites bem sorridentes
Onde estrelas não lhes darão sumiços
Nas madrugadas de noites quentes
de: Fernando Ramos
694
maio 06, 2007
DESAMOR DO HOMEM NOVO
DESAMOR DO HOMEM NOVO
Minhas mágoas desapareceram
Quando p’ra mim o sol brilhou
Ele, me ensina como nasceram
Hábitos que a natureza não desprezou
Ela se sente envergonhada
P’lo desamor do homem novo
Que vive na mentira ocultada
Longe do mundo, e do povo
A natureza renova-se dia, a dia
Com sabedoria e inovação
Novas oportunidades cria
Num esforço, que não é em vão
O homem novo, a deve respeitar
P’ra heranças de gerações futuras
Pois a natureza, se tem de amar
Melhorando hábitos e posturas
Ela é sol, e mar da vida
Que Deus nos ofertou
Traz felicidade acrescida
Que o tempo bem semeou
De: Fernando Ramos
693
Minhas mágoas desapareceram
Quando p’ra mim o sol brilhou
Ele, me ensina como nasceram
Hábitos que a natureza não desprezou
Ela se sente envergonhada
P’lo desamor do homem novo
Que vive na mentira ocultada
Longe do mundo, e do povo
A natureza renova-se dia, a dia
Com sabedoria e inovação
Novas oportunidades cria
Num esforço, que não é em vão
O homem novo, a deve respeitar
P’ra heranças de gerações futuras
Pois a natureza, se tem de amar
Melhorando hábitos e posturas
Ela é sol, e mar da vida
Que Deus nos ofertou
Traz felicidade acrescida
Que o tempo bem semeou
De: Fernando Ramos
693
ESPERANÇA FUGIDA
ESPERANÇA FUGIDA
Ó esperança não fujas
Deste meu sentido vasto
Que na bruma da noite
Me incómoda no leito
Tu que és guarda da solidão
Do meu inóspito peito
Nas madrugadas solitárias
Brandamente lá surge o sono
Vindo de caminhos tumultuosos
Trazendo o mensageiro incolor
Que voará em perfumes preciosos
Distribuído leve odor
E a doce esperança
Que vagueia no ar
Recebida em meu coração
Oferta tanta ilusão
Enchendo-me a alma
De odores de sua razão
Empregnando fidelidade a Deus
Meu rei, e senhor da esperança
Que a todos guarda sem pudor
Na sua boa cristandade
No meio de servos escolhidos
Jurando paz, e liberdade
De: Fernando Ramos
692
Ó esperança não fujas
Deste meu sentido vasto
Que na bruma da noite
Me incómoda no leito
Tu que és guarda da solidão
Do meu inóspito peito
Nas madrugadas solitárias
Brandamente lá surge o sono
Vindo de caminhos tumultuosos
Trazendo o mensageiro incolor
Que voará em perfumes preciosos
Distribuído leve odor
E a doce esperança
Que vagueia no ar
Recebida em meu coração
Oferta tanta ilusão
Enchendo-me a alma
De odores de sua razão
Empregnando fidelidade a Deus
Meu rei, e senhor da esperança
Que a todos guarda sem pudor
Na sua boa cristandade
No meio de servos escolhidos
Jurando paz, e liberdade
De: Fernando Ramos
692
maio 04, 2007
JARDIM
JARDIM
No jardim, onde vou
Brilha o sol, p’ra mim
Lá pergunta-se, quem sou
Se sou, uma arvore dali?
No jardim, do meu descanso
Reparo bem no seu verde
O Outono, entrou de manso
E ás flores, matou a sede
No jardim, onde brinquei
Havia meninos, e meninas
Hoje, onde estão, não sei
Serão pessoas finas?
No jardim, do meu passeio
Ouço o vento no seu choro
Agitam-se flores lá no meio
Sua frescura p’ra elas, é ouro
No jardim, onde amei
Num amor longo e profundo
Com essa linda mulher casei
Agora p’ra mim, é um mundo
No jardim do verde trevo
A paz ali, muito me diz
É um oásis onde escrevo
A Deus, um poema feliz
No jardim, das flores graciosas
Tanta poesia eu lá escrevi
Agora beijo, as lindas rosas
Porque já não quero sair dali
De: Fernando Ramos
691
No jardim, onde vou
Brilha o sol, p’ra mim
Lá pergunta-se, quem sou
Se sou, uma arvore dali?
No jardim, do meu descanso
Reparo bem no seu verde
O Outono, entrou de manso
E ás flores, matou a sede
No jardim, onde brinquei
Havia meninos, e meninas
Hoje, onde estão, não sei
Serão pessoas finas?
No jardim, do meu passeio
Ouço o vento no seu choro
Agitam-se flores lá no meio
Sua frescura p’ra elas, é ouro
No jardim, onde amei
Num amor longo e profundo
Com essa linda mulher casei
Agora p’ra mim, é um mundo
No jardim do verde trevo
A paz ali, muito me diz
É um oásis onde escrevo
A Deus, um poema feliz
No jardim, das flores graciosas
Tanta poesia eu lá escrevi
Agora beijo, as lindas rosas
Porque já não quero sair dali
De: Fernando Ramos
691
maio 02, 2007
MENINAS SABIDAS
MENINAS SABIDAS
Há por aí, umas meninas
De esperteza e gosto caro
Algumas, são jeitosinhas
Por isso, não lhes falta amparo
São esbeltas, e de frescura
Da beleza se aproveitam
Amam quem lhes dá ternura
E no seu dinheiro se deitam
São espertas, e bem sabidas
E a vida não lhes dá segredos
Tiveram infâncias destruídas
Nada lhes pode causar medos
Mas a frescura vai passando
E algumas meninas tem juízo
Com bons partidos vão casando
P’ra seu futura sem prejuízo
Mas outras... Rara esperteza tem
O tempo p’ra elas, vai voando
Mais tarde, falta o vintém
E p’la miséria vão penando
De: Fernando Ramos
688
Há por aí, umas meninas
De esperteza e gosto caro
Algumas, são jeitosinhas
Por isso, não lhes falta amparo
São esbeltas, e de frescura
Da beleza se aproveitam
Amam quem lhes dá ternura
E no seu dinheiro se deitam
São espertas, e bem sabidas
E a vida não lhes dá segredos
Tiveram infâncias destruídas
Nada lhes pode causar medos
Mas a frescura vai passando
E algumas meninas tem juízo
Com bons partidos vão casando
P’ra seu futura sem prejuízo
Mas outras... Rara esperteza tem
O tempo p’ra elas, vai voando
Mais tarde, falta o vintém
E p’la miséria vão penando
De: Fernando Ramos
688
MEU CANSAÇO
MEU CANSAÇO
Ficar só, é meu destino
Que se perde no pensamento
Faz-me a vida num tormento
E vai-me tirando alento
Que me mata devagarinho
Nesta minha triste solidão
O dia pode ser mau pedaço
P’la falta de um abraço
Da relação que foi fracasso
Dum amor tido no coração
Mas, procuro sempre a boa luz
Neste meu parco viver
Que na escuridão me fará ver
Como poderei enlouquecer
P’la minha pesada cruz
Este momento que desfaço
P’ra mim terá de findar
Outro amor irei encontrar
E meu coração voltará amar
Para terminar meu cansaço
De: Fernando Ramos
687
Ficar só, é meu destino
Que se perde no pensamento
Faz-me a vida num tormento
E vai-me tirando alento
Que me mata devagarinho
Nesta minha triste solidão
O dia pode ser mau pedaço
P’la falta de um abraço
Da relação que foi fracasso
Dum amor tido no coração
Mas, procuro sempre a boa luz
Neste meu parco viver
Que na escuridão me fará ver
Como poderei enlouquecer
P’la minha pesada cruz
Este momento que desfaço
P’ra mim terá de findar
Outro amor irei encontrar
E meu coração voltará amar
Para terminar meu cansaço
De: Fernando Ramos
687
abril 25, 2007
REI DA RÁDIO
REI DA RÁDIO
É um artista, da música ligeira
Vai p’la estrada, cantando por aí
Usa penteados, à vedeta de feira
O mulherio, gosta dele assim
Sabe encantar, p’ra várias gerações
E seus corações ficam desfeitos
Nas meninas, espalha ilusões
Com sua voz de amores perfeitos
Quando o vêem, gritam e choram
Andam loucas, com seu trovar
Ele diz que as ama, elas adoram
Mas nenhuma com ele, vai ao altar
Ouvem-no, na rádio com emoção
Sonham com ele, em mil segredos
Faz vibrar tanto coração
Mas ama-las, causa-lhe medos
É o rei da rádio, p’ra todas elas
Suas canções andam a beber
Diz-lhes, que são frescas e belas
Assim as anda a entreter
É um artista, da música ligeira
Vai p’la estrada, cantando por aí
Usa penteados, à vedeta de feira
O mulherio, gosta dele assim
De: Fernando Ramos
686
É um artista, da música ligeira
Vai p’la estrada, cantando por aí
Usa penteados, à vedeta de feira
O mulherio, gosta dele assim
Sabe encantar, p’ra várias gerações
E seus corações ficam desfeitos
Nas meninas, espalha ilusões
Com sua voz de amores perfeitos
Quando o vêem, gritam e choram
Andam loucas, com seu trovar
Ele diz que as ama, elas adoram
Mas nenhuma com ele, vai ao altar
Ouvem-no, na rádio com emoção
Sonham com ele, em mil segredos
Faz vibrar tanto coração
Mas ama-las, causa-lhe medos
É o rei da rádio, p’ra todas elas
Suas canções andam a beber
Diz-lhes, que são frescas e belas
Assim as anda a entreter
É um artista, da música ligeira
Vai p’la estrada, cantando por aí
Usa penteados, à vedeta de feira
O mulherio, gosta dele assim
De: Fernando Ramos
686
MOMENTOS EMOCIONADOS
MOMENTOS EMOCIONADOS
(soneto)
Bons momentos trazem emoção
São como orquestra bem afinada
Eles, nos confortam o coração
Numa melodia de génio, consertada
As pautas sem notas, não produzem som
Da bela melodia, que não se ouve, e reparte
Já outros momentos, são como um dom
Do génio que compõem, a bela arte
Ele cria belas pautas, de notas pretas
Prós tais momentos emocionados
Ouvindo-se lindas sinfonias completas
Tocadas por artistas bem Orquestrados
Estremecendo, corações sensibilizados
Dum publico, na plateia deslumbrados
De Fernando Ramos
685
(soneto)
Bons momentos trazem emoção
São como orquestra bem afinada
Eles, nos confortam o coração
Numa melodia de génio, consertada
As pautas sem notas, não produzem som
Da bela melodia, que não se ouve, e reparte
Já outros momentos, são como um dom
Do génio que compõem, a bela arte
Ele cria belas pautas, de notas pretas
Prós tais momentos emocionados
Ouvindo-se lindas sinfonias completas
Tocadas por artistas bem Orquestrados
Estremecendo, corações sensibilizados
Dum publico, na plateia deslumbrados
De Fernando Ramos
685
abril 24, 2007
O BORDEL DA VIDA
O BORDEL DA VIDA
Os dias passam velozmente
Entrando p’la porta do Bordel
Trazendo mágoas repletas
De histórias da vida
Lá dentro, marionetes do poder
Obedecem como prostitutas baratas
Ao seu amo explorador
Que ao mesmo tempo é seu rei
Rei da podridão que produz
Num ambiente poluído de ódio misterioso
Onde esse reizinho se sente muito bem
Talvez bem de mais
É um lugar perfeito
Para este personagem único!
É como o figurante de um
Livro da banda desenhada,
Onde o terror se rabisca
p’la ponta de um lápis.
A vingança, a destruição, e o mal,
São gravados na folha de papel
Com a mesma precisão de um tiro
Dado por este péssimo personagem
Mostrando ele. a suja miséria causadora
da destruição da nossa sociedade
Vivida no exterior ao bordel
Lá dentro, prostitutas da desgraça,
Deixando muito a desejar ás outras
Que buscam apenas alguns trocos
P’ra viver, apenas isso
Vão servindo seus clientes,
Com a distribuição, não de carinho, amor,
Sorrisos, mas sim do que aqueles homens
Tem de mais nefasto à sua própria vida
Que são as armas de todo o tipo de fogo
O importante é que sejam do último modelo
Daquelas que qualquer senhor da guerra
Ambiciona e sonha, em ter
Em suas próprias mãos
P’ra acarinhar, e para vincar bem o seu poder
E desprezo p’lo seu semelhante, e irmão
E o mundo da paz, pergunta assustado:
Mas não será possível fechar
todos os bordeis da desgraça humana?
de: Fernando Ramos
684
Os dias passam velozmente
Entrando p’la porta do Bordel
Trazendo mágoas repletas
De histórias da vida
Lá dentro, marionetes do poder
Obedecem como prostitutas baratas
Ao seu amo explorador
Que ao mesmo tempo é seu rei
Rei da podridão que produz
Num ambiente poluído de ódio misterioso
Onde esse reizinho se sente muito bem
Talvez bem de mais
É um lugar perfeito
Para este personagem único!
É como o figurante de um
Livro da banda desenhada,
Onde o terror se rabisca
p’la ponta de um lápis.
A vingança, a destruição, e o mal,
São gravados na folha de papel
Com a mesma precisão de um tiro
Dado por este péssimo personagem
Mostrando ele. a suja miséria causadora
da destruição da nossa sociedade
Vivida no exterior ao bordel
Lá dentro, prostitutas da desgraça,
Deixando muito a desejar ás outras
Que buscam apenas alguns trocos
P’ra viver, apenas isso
Vão servindo seus clientes,
Com a distribuição, não de carinho, amor,
Sorrisos, mas sim do que aqueles homens
Tem de mais nefasto à sua própria vida
Que são as armas de todo o tipo de fogo
O importante é que sejam do último modelo
Daquelas que qualquer senhor da guerra
Ambiciona e sonha, em ter
Em suas próprias mãos
P’ra acarinhar, e para vincar bem o seu poder
E desprezo p’lo seu semelhante, e irmão
E o mundo da paz, pergunta assustado:
Mas não será possível fechar
todos os bordeis da desgraça humana?
de: Fernando Ramos
684
SOBREIRO DOS BONS
SOBREIRO DOS BONS
Á sombra quente do velho sobreiro
No latejar silêncio da tarde
Uma avezinha, procura o poleiro
Fugindo de um caçador cobarde
Aquele sobreiro, que é abrigo de tantos
Nele buscam sua graciosa protecção
Para um puro acolhimento de Santos
Evitando uma morte cruel e sem razão
As aves se protegem neste seu amigo
Nas melancólicas fins de tarde de Verão
Porque alguém mais afoito e decidido
Se resolve, as caçar sem perdão
O sobreiro magnifico está presente
Na reserva protegidas da caça
Lá, as aves gorjeiam ao medo ausente
Porque ali não há maldade que se faça
Mas se um dia, no azul da felicidade
O sobreiro dos bons já ali não existir
Foi o homem, que o abateu sem piedade
Não podendo as avezinhas lhes acudir
De: Fernando Ramos
683
Á sombra quente do velho sobreiro
No latejar silêncio da tarde
Uma avezinha, procura o poleiro
Fugindo de um caçador cobarde
Aquele sobreiro, que é abrigo de tantos
Nele buscam sua graciosa protecção
Para um puro acolhimento de Santos
Evitando uma morte cruel e sem razão
As aves se protegem neste seu amigo
Nas melancólicas fins de tarde de Verão
Porque alguém mais afoito e decidido
Se resolve, as caçar sem perdão
O sobreiro magnifico está presente
Na reserva protegidas da caça
Lá, as aves gorjeiam ao medo ausente
Porque ali não há maldade que se faça
Mas se um dia, no azul da felicidade
O sobreiro dos bons já ali não existir
Foi o homem, que o abateu sem piedade
Não podendo as avezinhas lhes acudir
De: Fernando Ramos
683
abril 23, 2007
MENTIRA NO MEU AMOR
MENTIRA NO MEU AMOR
Por belas que sejam tuas magias
E me deixem perdida p’ra te amar
Apenas são meras fantasias
Durando só, até meu despertar
Tens-me, sem teres amor
Num doce frenesi de loucura
Sei que depois vem a dor
Dessa falsidade, que tortura
Não é assim que sonho viver
Contigo a meu lado p'ra sempre
Essa esperança em mim vai morrer
No meu coração, triste e ausente
São meras ilusões que choram a dor
E ideias, que depois se deitam fora
Por favor, não enganes mais o meu amor
Essa mentira nele, tem de ir embora
De: Fernando Ramos
682
Por belas que sejam tuas magias
E me deixem perdida p’ra te amar
Apenas são meras fantasias
Durando só, até meu despertar
Tens-me, sem teres amor
Num doce frenesi de loucura
Sei que depois vem a dor
Dessa falsidade, que tortura
Não é assim que sonho viver
Contigo a meu lado p'ra sempre
Essa esperança em mim vai morrer
No meu coração, triste e ausente
São meras ilusões que choram a dor
E ideias, que depois se deitam fora
Por favor, não enganes mais o meu amor
Essa mentira nele, tem de ir embora
De: Fernando Ramos
682
abril 22, 2007
A LOUCURA DO HOMEM BRANCO
A LOUCURA DO HOMEM BRANCO – (COROA DE SONETOS)
1
A loucura, do homem Branco
Nos séculos intensos de escravidão
Cometeu actos, que envergonham tanto
Que ao saber-se, provoca emoção
Negros, em tombadilhos eram levados
Nas condições mais miseráveis
Muitos chegavam despedaçados
Os vivos, em estados deploráveis
Ali, dignidade humana não existia
P'ra aqueles pobres infelizes, coitados
Onde seu futuro, em viagens morria
Nem podiam gemer, ou gritar seus ais
Suportados p'los seus corações chorados
Por serem tratados como animais
2
Por serem tratados como animais
E não por simples boa gente
Uns, teriam mortes brutais
Mas p’ro Branco, era indiferente
Nas sanzalas, esperava-lhes o tronco
E vil chibatadas sem fim
Dadas por um feitor bronco
Ordenadas p’lo seu senhor, ruim
Ali, multidões de negros cambaleavam
Dançando, e fugindo da maldita chibata
E, enganando a fome que a vida roubava
Serviam, desbravadores e colonizadores
Que os compravam a negreiros de vida farta
Como bons escravos, e óptimos trabalhadores
3
Como bons escravos, e óptimos trabalhadores
Suportavam em desprezo a fúria do algoz
Que contratava tristes matadores
P’ra lhes dar louca perseguição feroz
Por vezes, algumas fugas sucediam
Procurando os caminhos do quilombo
Capitães do mato os perseguiam
Com o estalar da chibata, em seu lombo
Capturados, iam prós cativeiros
Onde lhes esperava farta tortura
Das vergastadas, seus companheiros
Com tal acto, o Branco, seu senhor
Escrevia o horrível destino da loucura
Por linhas tortas, no livro da imensa dor
4
Por linhas tortas, no livro da imensa dor
Registaram-se actos de total crueldade
Hoje imagina-se como era aterrador
Envergonhando a nossa sociedade
P’ra quem vivia nos cativeiros senhoriais
Nada era mais importante que a liberdade
A fuga eram momentos bem especiais
Prós Pretos guerreiros, e sua irmandade
Com instrumentos de ferro, torturavam
Os pobres infelizes, da pele de outra cor
Que no tronco, carrascos os matavam
Sem dó, nem piedade e razão
Sob as ordens de tão mau senhor
Que era dono, e rei da escravidão
5
Que era dono, e rei da escravidão
E servia panos p’rás mortalhas
Dos Negros desprezados, por sua mão
Que morriam de ódio, nas esteiras de palhas
Seu senhor, tanto desamor distribuía
Por aqueles infelizes de cor diferente
Que suas alforrias não conseguia
Mas chibatadas, recebiam de presente
A raiva crescia, crescia como erva daninha
Em Negras que pariam filhos já cativos
P’ra serem roubados por triste gentinha
E negociados por negreiros manhosos
A outros senhores de corações perdidos
De muito dinheiro, e todos poderosos
6
De muito dinheiro, e todos poderosos
Compravam porões de navios negreiros
Vindos da pátria dos Negros saudosos
Que não voltariam aos seus terreiros
Novos e velhos vinham amontoados
Em estados miseráveis p’rás suas vidas
Chegavam de mares, muito maltratados
Alguns morriam, por causa das feridas
Os mais saudáveis, valiam bom dinheiro
Enchendo o bornal dos comerciantes
Que enriqueciam à conta do cativeiro
Do infeliz Negro, tanto escravizado
Como ele, nunca fora antes
P’ra graça dum futuro arruinado
7
P’ra graça dum futuro arruinado
Nos Engenhos do novo patrão
Onde labutavam sem direitos dado
Recebendo em troca má alimentação
Todos os dias trabalhavam de sol a sol
Comandados p’las chibatadas do feitor
Que não tinha coração mole
E os açoitava sem qualquer pudor
P’ra total vergonha do homem Branco
Que deixava cometer tal crueldade
Nestes infelizes que sofriam tanto
Roubando-lhes pureza, e dignidade
Fazendo-os sofrer, por tal maldade
Elevando-lhes desprezo, e animosidade
8
Elevando-lhes desprezo, e animosidade
Que os fazia, aprender a lutar: A capoeira
Sua arma de esperança e liberdade
Quando fugiam da Sanzala matreira
Onde por vezes a porta não tinha retorno
Por causa de lutas com o capitão do mato
Vencendo, ou morrendo nas mãos do dono
Seu rei e senhor, causador de tão mau trato
E em fuga, nos rios banhavam a dor
Que lhes consumia a alma humana
Lamentando sua sina, e aquele terror
Que em cânticos, bem o descreviam
Nos rituais, da lembrança Africana
Cujo seus corações, nunca esqueciam
9
Cujo seus corações, nunca esqueciam
Chorando nas danças de roda, sua dor
E ao som do batuque, lágrimas vertiam
De volta da fogueira, sob o olhar do feitor
Se ódio a mais, atrapalha corações
Nas Sanzalas, os Negros assim viviam
Guardavam-no, p’ra certas ocasiões
Ofertando ao carrasco, quando podiam
Prós Negros, a tortura era companheira
E também tristeza, sua solidão
Confessada nas noites à lua faceira
Que tudo espiava, com as estrelas coloridas
Olhando em baixo, a chibata sem razão
E as lágrimas das Negras, mantidas cativas
10
E as lágrimas das Negras, mantidas cativas
São pétalas de lindos poemas, que rolam
Nos rostos amargurados de fadigas
P’la perda de filhos, que não as consolam
Seus paradeiros, elas desconheciam
Por negociantes os terem vendidos
A sanzalas, onde outros padeciam
Da loucura dos espíritos de rumos perdidos
Mãe Negra, transportava sua vida tristonha
Onde por vezes de escrava, era amante
Do senhor, que as emprenhava sem vergonha
Destruindo-lhes, a doce e bonita pureza
De sua juventude bela e ofegante
Roubada p’lo patrão, de baixa esperteza
11
Roubada p’lo patrão, de baixa esperteza
Aumentando-lhes o desejo de resistir
E num grande acto de bravura e nobreza
Conseguiam por vezes, das fazendas fugir
Daquelas ignóbeis vidas escravizadas
Que eram seus destinos consumados
Fazendo surgir revoltas bem preparadas
Não sendo mais no tronco, flagelados
Acabando a escravidão em alguns lugares
Onde senhores não mais atemorizavam
Vidas que eram tristes e tão irregulares
Dos Negros, que conquistaram liberdade
Aos senhores que os escravizavam
Começando aí, a vitória da igualdade
12
Começando aí, a vitória da igualdade
P’ra homens, e mulheres de Negra cor
Que sofreram más doenças da sociedade
Espalhando miséria, nesse tempo de pavor
E nas orvalhadas gélidas das noites
Havia almas que tremiam de frio
Só de recordarem os estalares dos açoites
Dados por reles feitores, dias a fio
Os espíritos dos seus antepassados
Também bailavam ao som da dor
Do batuque dos Negros castigados
Registando-se nos livros da história
A incrível mão pesada do vil senhor
Gravada com tristeza na nossa memória
13
Gravada com tristeza na nossa memória
Lembrando os açoitados até à morte
Que só queriam ser livres, p’ra sua glória
E voar como pássaros, rumo a nova sorte
Buscando o destino de novos ninhos
Sonhando, sonhando, com a liberdade
Não a conseguindo, os Pretos cativos
Suas alforrias perdidas na adversidade
O Negro era tratado como um animal
Que dos senhores, era sua propriedade
Vendiam, ao trocavam-nos, tudo era legal
P’ra estes esclavagistas de tanto terror
Que tratava o irmão com inferioridade
Como a história descreve, em letras de horror
14
Como a história descreve, em letras de horror
Juntamente com escravizados, da antiguidade
Que eram Brancos, e sofriam da mesma dor
P’lo desrespeito do homem, e da sua bestialidade
Aí, Negros e Brancos viviam em solidões feridas
Perdendo a mística de suas doutrinas
Aprendidas em infâncias, puras e cristalinas
Castradas por maldades então distribuídas
P’los mesmos odiosos que a história fala
Deixando más memórias, que hoje dói
Perturbando-nos a alma, que não se cala
Causando manchas, descobertas de manto
Á vida humana, onde o grande culpa foi
A loucura, do Homem Branco
De: Fernando Ramos
681
1
A loucura, do homem Branco
Nos séculos intensos de escravidão
Cometeu actos, que envergonham tanto
Que ao saber-se, provoca emoção
Negros, em tombadilhos eram levados
Nas condições mais miseráveis
Muitos chegavam despedaçados
Os vivos, em estados deploráveis
Ali, dignidade humana não existia
P'ra aqueles pobres infelizes, coitados
Onde seu futuro, em viagens morria
Nem podiam gemer, ou gritar seus ais
Suportados p'los seus corações chorados
Por serem tratados como animais
2
Por serem tratados como animais
E não por simples boa gente
Uns, teriam mortes brutais
Mas p’ro Branco, era indiferente
Nas sanzalas, esperava-lhes o tronco
E vil chibatadas sem fim
Dadas por um feitor bronco
Ordenadas p’lo seu senhor, ruim
Ali, multidões de negros cambaleavam
Dançando, e fugindo da maldita chibata
E, enganando a fome que a vida roubava
Serviam, desbravadores e colonizadores
Que os compravam a negreiros de vida farta
Como bons escravos, e óptimos trabalhadores
3
Como bons escravos, e óptimos trabalhadores
Suportavam em desprezo a fúria do algoz
Que contratava tristes matadores
P’ra lhes dar louca perseguição feroz
Por vezes, algumas fugas sucediam
Procurando os caminhos do quilombo
Capitães do mato os perseguiam
Com o estalar da chibata, em seu lombo
Capturados, iam prós cativeiros
Onde lhes esperava farta tortura
Das vergastadas, seus companheiros
Com tal acto, o Branco, seu senhor
Escrevia o horrível destino da loucura
Por linhas tortas, no livro da imensa dor
4
Por linhas tortas, no livro da imensa dor
Registaram-se actos de total crueldade
Hoje imagina-se como era aterrador
Envergonhando a nossa sociedade
P’ra quem vivia nos cativeiros senhoriais
Nada era mais importante que a liberdade
A fuga eram momentos bem especiais
Prós Pretos guerreiros, e sua irmandade
Com instrumentos de ferro, torturavam
Os pobres infelizes, da pele de outra cor
Que no tronco, carrascos os matavam
Sem dó, nem piedade e razão
Sob as ordens de tão mau senhor
Que era dono, e rei da escravidão
5
Que era dono, e rei da escravidão
E servia panos p’rás mortalhas
Dos Negros desprezados, por sua mão
Que morriam de ódio, nas esteiras de palhas
Seu senhor, tanto desamor distribuía
Por aqueles infelizes de cor diferente
Que suas alforrias não conseguia
Mas chibatadas, recebiam de presente
A raiva crescia, crescia como erva daninha
Em Negras que pariam filhos já cativos
P’ra serem roubados por triste gentinha
E negociados por negreiros manhosos
A outros senhores de corações perdidos
De muito dinheiro, e todos poderosos
6
De muito dinheiro, e todos poderosos
Compravam porões de navios negreiros
Vindos da pátria dos Negros saudosos
Que não voltariam aos seus terreiros
Novos e velhos vinham amontoados
Em estados miseráveis p’rás suas vidas
Chegavam de mares, muito maltratados
Alguns morriam, por causa das feridas
Os mais saudáveis, valiam bom dinheiro
Enchendo o bornal dos comerciantes
Que enriqueciam à conta do cativeiro
Do infeliz Negro, tanto escravizado
Como ele, nunca fora antes
P’ra graça dum futuro arruinado
7
P’ra graça dum futuro arruinado
Nos Engenhos do novo patrão
Onde labutavam sem direitos dado
Recebendo em troca má alimentação
Todos os dias trabalhavam de sol a sol
Comandados p’las chibatadas do feitor
Que não tinha coração mole
E os açoitava sem qualquer pudor
P’ra total vergonha do homem Branco
Que deixava cometer tal crueldade
Nestes infelizes que sofriam tanto
Roubando-lhes pureza, e dignidade
Fazendo-os sofrer, por tal maldade
Elevando-lhes desprezo, e animosidade
8
Elevando-lhes desprezo, e animosidade
Que os fazia, aprender a lutar: A capoeira
Sua arma de esperança e liberdade
Quando fugiam da Sanzala matreira
Onde por vezes a porta não tinha retorno
Por causa de lutas com o capitão do mato
Vencendo, ou morrendo nas mãos do dono
Seu rei e senhor, causador de tão mau trato
E em fuga, nos rios banhavam a dor
Que lhes consumia a alma humana
Lamentando sua sina, e aquele terror
Que em cânticos, bem o descreviam
Nos rituais, da lembrança Africana
Cujo seus corações, nunca esqueciam
9
Cujo seus corações, nunca esqueciam
Chorando nas danças de roda, sua dor
E ao som do batuque, lágrimas vertiam
De volta da fogueira, sob o olhar do feitor
Se ódio a mais, atrapalha corações
Nas Sanzalas, os Negros assim viviam
Guardavam-no, p’ra certas ocasiões
Ofertando ao carrasco, quando podiam
Prós Negros, a tortura era companheira
E também tristeza, sua solidão
Confessada nas noites à lua faceira
Que tudo espiava, com as estrelas coloridas
Olhando em baixo, a chibata sem razão
E as lágrimas das Negras, mantidas cativas
10
E as lágrimas das Negras, mantidas cativas
São pétalas de lindos poemas, que rolam
Nos rostos amargurados de fadigas
P’la perda de filhos, que não as consolam
Seus paradeiros, elas desconheciam
Por negociantes os terem vendidos
A sanzalas, onde outros padeciam
Da loucura dos espíritos de rumos perdidos
Mãe Negra, transportava sua vida tristonha
Onde por vezes de escrava, era amante
Do senhor, que as emprenhava sem vergonha
Destruindo-lhes, a doce e bonita pureza
De sua juventude bela e ofegante
Roubada p’lo patrão, de baixa esperteza
11
Roubada p’lo patrão, de baixa esperteza
Aumentando-lhes o desejo de resistir
E num grande acto de bravura e nobreza
Conseguiam por vezes, das fazendas fugir
Daquelas ignóbeis vidas escravizadas
Que eram seus destinos consumados
Fazendo surgir revoltas bem preparadas
Não sendo mais no tronco, flagelados
Acabando a escravidão em alguns lugares
Onde senhores não mais atemorizavam
Vidas que eram tristes e tão irregulares
Dos Negros, que conquistaram liberdade
Aos senhores que os escravizavam
Começando aí, a vitória da igualdade
12
Começando aí, a vitória da igualdade
P’ra homens, e mulheres de Negra cor
Que sofreram más doenças da sociedade
Espalhando miséria, nesse tempo de pavor
E nas orvalhadas gélidas das noites
Havia almas que tremiam de frio
Só de recordarem os estalares dos açoites
Dados por reles feitores, dias a fio
Os espíritos dos seus antepassados
Também bailavam ao som da dor
Do batuque dos Negros castigados
Registando-se nos livros da história
A incrível mão pesada do vil senhor
Gravada com tristeza na nossa memória
13
Gravada com tristeza na nossa memória
Lembrando os açoitados até à morte
Que só queriam ser livres, p’ra sua glória
E voar como pássaros, rumo a nova sorte
Buscando o destino de novos ninhos
Sonhando, sonhando, com a liberdade
Não a conseguindo, os Pretos cativos
Suas alforrias perdidas na adversidade
O Negro era tratado como um animal
Que dos senhores, era sua propriedade
Vendiam, ao trocavam-nos, tudo era legal
P’ra estes esclavagistas de tanto terror
Que tratava o irmão com inferioridade
Como a história descreve, em letras de horror
14
Como a história descreve, em letras de horror
Juntamente com escravizados, da antiguidade
Que eram Brancos, e sofriam da mesma dor
P’lo desrespeito do homem, e da sua bestialidade
Aí, Negros e Brancos viviam em solidões feridas
Perdendo a mística de suas doutrinas
Aprendidas em infâncias, puras e cristalinas
Castradas por maldades então distribuídas
P’los mesmos odiosos que a história fala
Deixando más memórias, que hoje dói
Perturbando-nos a alma, que não se cala
Causando manchas, descobertas de manto
Á vida humana, onde o grande culpa foi
A loucura, do Homem Branco
De: Fernando Ramos
681
Subscrever Mensagens [Atom]