abril 26, 2006

AMAR INTENSAMENTE

AMAR INTENSAMENTE

Quem comigo anda a dormir,
só eu sei e não vou dizer
Porque ela me pode fugir,
e sou eu que fico a perder
É um segredo que não vai sair,
do nosso leito de bom viver
Meu amor comigo quer ir,
às nossas noites de bem querer

É uma mulher de tanto amor,
que meus sentimentos se perdem nela,
amamo-nos com tanto calor,
que grande mulher aquela
Damos beijos de tanto sabor,
que um deles é de canela,
e nossos corpos amam sem dor,
como eu gosto do amar dela

Tanto amor leva-nos à loucura,
por causa desta paixão,
A ela tenho tanta ternura,
que nem sofro de solidão
De manhã pela frescura,
trocamos olhares de emoção
Para mim não há mulher mais pura,
que a que está no meu coração

de: fernando ramos
NUM. 104

UMA BRISA

UMA BRISA

Esta noite sentimos a brisa do mar,
que por nossa janela entrava
Bem fria era aquela aragem,
e tu meu amor,
na suavidade do teu toque
aconchegaste teu corpo no meu,
me confortando do prazer,
e sem palavras nos beijámos

Esse pequeno gesto fez-nos
vibrar num ardente desejo,
prolongado no silêncio dos amantes
Abraçados iniciámos um tímido
jogo de sedução,
e amamo-nos como tantas,
e tantas vezes o fizemos
E num pulsar, nossos corpos
em colunas de fogo ficaram

Numa viagem estonteante
suspirámos de prazer e paixão,
num frenesim de movimentos
de avanços e recuos
Onde alcançámos o sublime prazer
que alimente nossos poemas
Que felizes estávamos,
agradecemos à aquela brisa,
que pela janela entrou

de: fernando ramos
num. 103

abril 21, 2006

OLHANDO PARA TI

OLHANDO PARA TI

Ao ver-te nessa janela
recordo sentimentos,
onde poemas meus voavam
por teus cabelos
Procuravam um horizonte
de palavras ditas,
que terminavam num tempo,
acabado em teus lábios
Perdidos de beijos meus,
com murmúrios de promessas
para toda a nossa eternidade

Agora, ao ver-te aí à janela,
penso nas loucuras que trocámos,
sem sabermos onde elas
nos levavam
Onde o amor nos obrigava
procurar refugio dentro
dessas mesmo loucuras
Hoje isso tudo faz parte
do nosso passado,
como um castigo meu

Ao olhar para ti,
aí na nossa janela,
não posso sequer pensar
em me aproximar meu amor
Porque os Anjos Arcanjos
que me protegem
nesta minha
nova vida de espíritos
não permitem nosso encontro
São agora eles os guardiões
da minha eternidade

de: fernando ramos
num. 101

abril 20, 2006

PARA TI, ORQUÍDEAS

PARA TI, ORQUÍDEAS

Minha orquídea de várias cores,
que bonita és tu
Fazes nascer tantos amores,
e o meu será mais um

Orquídea, és tão bela
que dás enormes sentimentos
Tuas pétalas amarelas,
me dão excelentes momentos

Dei hoje ao meu amor,
orquídeas de muitas cores
Em troca me deu sem temor,
beijos de alguns sabores

Meu jardim é uma festa,
de tantas orquídeas terem
Faço dele uma floresta,
para elas, lá bem viverem

Deus foi tão generoso,
as orquídeas nos dar
Mas ainda foi mais bondoso,
fazer o meu amor, me amar

E as orquídeas amarelas,
são de uma rara beleza
Suas pétalas são singelas,
que cá não entra a tristeza

A Madeira é um jardim,
e muitas orquídeas lá há
Fazem sempre um grande festim
quando as enviam para cá

Os artistas apaixonados,
orquídeas vão sempre oferecer
Mas seus amores desencontrados,
elas, recusam receber

Para ti, orquídeas brancas
Salpicadas em beijos de mel,
com suaves lembranças brandas
das nossas viagens de carrossel

de: fernando ramos
num. 99

SENHORA DE FATIMA

SENHORA DE FÁTIMA

Senhora de Fátima, nos encantas,
e és a nossa mãe Celestial
Aos doentes dai-lhes as curas Santas,
para acabar com todo seu mal
Dos teus milagres a todos espantas,
para nós, és Santa muito especial

O mundo por ti muito chora,
com tanta fé e emoção
Perdoa-nos a todos sem demora,
os pecados sem coração
Cá na terra muito se ora,
para que tragas amor e razão

És a nossa Santa mãe,
e todos sabemos disso
Pede por nós a Deus também,
até ao dia do nosso juízo
Amor e paz, cá poucos tem,
neste pobre mundo submisso

de: fernando ramos
NUM. 98

O VELHO PIANO

O VELHO PIANO

No meu velho piano
toco melodias, que poetas
de outrora escreveram
com suas penas de artistas

Cantadas elas foram, por trovadores
apaixonados, para suas donzelas,
que os escutavam ás janelas,
em noites que não terminavam

Melodias de amor,
toco com muito sentimento,
cujas notas fazem vibrar
este piano já gasto pelo tempo

Onde poemas deslizam
por dedos velhos
e cansados, que ainda
percorrem teu corpo

Os anos vão passando por nós,
mas ficam recordações
de outras músicas
por mim tocadas

E naquelas boas madrugadas,
onde nos beijávamos carinhosamente,
sentíamos a poesia
de artistas tão loucos como nós

Para ti toco com a mesma paixão,
com a mesma ansia, nem que seja
a última melodia de minha vida
Mas para ti toco!

de: fernando Ramos
num. 96

abril 19, 2006

SEMPRE SOUBESTE

SEMPRE SOUBESTE

Sempre soubeste apaziguar,
o turbilhão de sentimentos
E se a esperança chegar,
não podem existir lamentos

Sempre soubeste ouvir,
minha voz quando querias
Dela ficavas a rir,
de todas as minhas tontarias

Sempre soubeste manter,
teu amor quando estava distante
Meu coração só queria ter,
o teu tão radiante

Sempre soubeste sorrir,
quando eu regressava
Nunca me irias mentir,
quando desse sorriso falava

Sempre soubeste esperar,
por aquele momento certo
Demorou mais a chegar
por eu não estar tão perto

Obrigado meu amor,
pelo carinho e persistência
Tu deste algum sabor,
à minha resistência

de: fernando ramos
num. 95

A NOSSA RUA

A NOSSA RUA

Partiste da nossa rua,
sem motivo e razão
Foi numa noite à luz da lua,
e despedaças-te meu coração

Meu amor, meu doce enlevo,
minha vida de ti padece
Nesta rua de grande relevo,
esta espera por ti me enlouquece

Na rua da nossa amargura,
trocamos suspiros sensuais
Amamo-nos com tanta ternura,
e fizemos promessas fatais

Acabaste por ir embora,
e nossas promessas se perderam
Não sei o que vou fazer agora,
onde todos te conheceram

À nossa rua vou subir
na esperança de te encontrar,
Nela eu te deixei ir
e agora não queres voltar

Porque será meu amor,
que à nossa rua não queres ir
Diz-me lá por favor,
senão também irei partir

E daquela rua fui embora,
de todos me despedi
Adeus por agora,
pode ser que voltes por aí

de: fernando ramos
num.93

abril 17, 2006

O FADO E O MEU EMIGRANTE

O FADO E O MEU EMIGRANTE

O fado eu canto agora,
e foi para ele que eu nasci
Canto pelo mundo fora,
a vida que já vivi

O emigrante gosta do fado,
que ando por aí a cantar
As recordações deixam-no calado,
e até lhe dá para chorar

Enquanto cantava o fado,
um amor fui encontrar
Hoje é o meu homem amado,
e com ele acabei por casar

Ao cantar para os emigrantes,
no meio deles, lá estava o meu
Sou mais feliz do que antes,
por causa do homem que Deus me deu

O fado deu-me esta paixão,
que me anda a encantar
Esta é uma razão,
que por ele irei sempre cantar

Paixões de sonho jamais terei,
mas esta é de enlouquecer
Não sei se ela merecerei,
mas ao fado vou agradecer

Quanto tempo irá durar,
isso agora pouco me importa
Por ela irei sempre lutar,
e que acabe só, quando estiver morta

Sou feliz por ser fadista,
e a todo o lado irei cantar
Até poderá ser numa revista,
e o meu homem terá de lá estar

Mas é nos emigrantes que canto,
e eles comigo também
Lá o fado cantarei tanto,
que até meu amor acha bem

de: fernando ramos
num. 92

abril 12, 2006

OS AMIGOS

OS AMIGOS

Amizade quando aparece
é uma luz muito bela,
Tê-la connosco apetece
não vá a gente precisar dela

quando nós precisamos,
com o amigo vamos ter
Às vezes até acontece,
ele não nos poder receber

Mas depois lá vem ele,
sempre pronto ajudar
Nós contente ficamos,
com a sua forma de estar

Amigos são para as ocasiões,
sempre ouvi dizer
Mas, para este precioso amigo
as ocasiões são um prazer

Temos sempre alguns amigos,
que às vezes deixamos de os ver
E não é, quando é preciso
eles estão sempre aparecer

Estes amigos assim
todos nós devíamos ter,
É sempre bom contar com eles
se alguma coisa nos acontecer

de: fernando ramos
num. 78

O BARCO VELHO

O BARCO VELHO

Sou marinheiro,
de um barco velho
Tenho aquilo que sou,
e não sou
aquilo que tenho,
que um dia
para o mar zarpou

Nele,
vou por oceanos navegando,
na esperança do porto encontrar
Sou um marinheiro velho,
tão velho como este barco,
que a bom lugar me vai levar

Cansado, saudades tenho,
de alguém que lá deixei ficar
Navegando por bom mar,
o farol eu vou encontrar
Onde meu amor lá me espera
na esperança de eu chegar,
e ter aquilo que sou

E este barco velho,
tão velho como o marinheiro
que sou
Um dia quando arraiar,
o farol desse porto vai encontrar,
E então, aí quando chegar,
meu barco na onda vai atracar

de: fernando ramos
num.75

abril 10, 2006

MÁ VIDA

MÁ VIDA

Passear em certas ruas
da minha cidade à noite,
é por vezes uma aventura
Encontramos mulheres
de má vida por algumas esquinas,
a quem a sociedade
displicentemente chama
de putas, que vão
andando por aí em zonas
mais ou menos escuras,
onde muito poucos,
talvez por medo lá passam

Os bares de alterne que há
em alguns locais, tem mulheres
e homens que são empregados
ou mesmo proprietários,
que à porta vão convidando
quem passa, a penetrarem
nos seus antros mais recônditos

Lá dentro, prostitutas
de mini saia, vão mostrando
seu corpo, esperam por um
cliente de última hora, que
por vezes teima em não entrar
Algumas delas, vê-se pelos seus
olhares o medo que as cerca,
pela presença por perto de
seus chulos, que se dizem seus
protectores, mas mais
não fazem do que explorá-las

Não tendo algumas, qualquer
meio de abandonarem aquela vida,
por se encontrarem ‘agarradas’
Umas por dificuldades económicas,
outras mesmo, à droga que as
vai matando pouco, a pouco

Pobre sociedade esta
onde vivemos,
que não protege seus filhos,
e os obriga a vidas,
que muito poucos entendem,
ou não querem entender

de: Fernando Ramos
61

A VIDA

A VIDA

No fim de tantos desafios,
e de alguns disparates
que vamos fazendo pela vida fora,
finalmente percebemos
a grande lição!
A vida só pode ter beleza,
e amor quando atingimos
o ponto em que amamos,
tanto os outros como a nós próprios
Assim conseguiremos colocar
o sofrimento num velho baú
lá de casa,
e continuar nosso caminho
Com isso conseguiremos
olhar a vida,
e os outros de frente,
sem grandes medos,
e velhos preconceitos
Como a indiferença, o egoísmo,
e o racismo que ainda existem
na nossa sociedade,
que se diz globalizada
e que não é mais,
do que fechada em si própria
Temos sempre de ter força
e ir à luta, na certeza que solidários
uns com os outros,
poderemos vencer
E com isso viver cada dia
da nossa vida com mais liberdade,
como se do último dia tratasse
Temos de dar atenção
a todos os pormenores
que nos rodeiam,
e perceber o encanto
que tem as pequenas coisas,
que sempre julgámos
menos importantes,
e que a natureza generosamente
nos vai oferecendo
Como as pessoas, o mar,
os animais, todos,
o amor, e sempre o amor,
pelos outros também

de: fernando ramos
num. 57

O MEDO

O MEDO

Andamos todos a ser dominados
pela violência,
que trazo terror e o medo
Ela persegue a humanidade
com a sua actuação rápida
e traiçoeira,
em locaisque não se espera
Onde terroristas bastardos
tudo destroem sem dó
Parece que o medo está a ganhar,
e a ter tudo para continuar
na vingança,
morte e destruição
Ele segue o caminho onde
a paz é podre e impossível
Os povos não estão seguros,
temos de enfrentar
este medo que nos enlouquece,
persegue-nos, e mata
Ele não pode chegar
de forma alguma em primeiro,
nós não podemos deixar
que ele nos vença
Temos de ser fortes,
persistentes e audazes
para o enfrentarde peito aberto

de: fernando ramos
num.55

abril 09, 2006

MEU ROSTO VELHO

MEU ROSTO VELHO

Desculpem meu rosto velho
que se arrasta no tempo,
e faz esboçar a revolta
pela falta de compreensão,
por invernos passados
de todos rostos enrugados

Desculpem meu rosto velho,
e o que vai na alma de quem
deu muito aos outros,
e como retribuição tem
a solidão desesperante nas noites,
que teimam não chegar ao fim

Desculpem meu rosto velho,
e da falta de esperança
no amanhã que nunca teve,
porque se foi escapando entre
dedos das mãos, a quem a vida
não perdoa pelo tempo gasto

Desculpem meu rosto velho,
e o de todos os outros
que estão abandonados
à sua sorte,
devido às rugas da vida
que o tempo não perdou

Desculpem meu rosto velho,
como alguém um dia terá
de desculpar o vosso,
e a falta dos amanhãs,
onde sofrerão a mesma solidão
que vos vão deixar, no vosso fim

de: fernando ramos
num. 47

A MANTILHA PRETA ESPANHOLA

A MANTILHA PRETA ESPANHOLA

Gosto de te ver,
mulher graciosa e esbelta
com a tua mantilha preta

Cobrindo teu rosto
de olhares indiscretos,
como dando sinal
que outro amor te pertence

Mesmo assim gosto de te ver
ao passares por mim
Não sei compreender
por que isso acontece,
será por alguma magia
que possui a tua mantilha?

Sei que teu coração tem dono
e não tenho ilusões,
de alguma traição possas cometer

Mas resta-me a esperança
de alguma vez já não usares
a tua mantilha preta Espanhola,
para que teus lábios
eu possa olhar
E um dia quem sabe,
sentir quanto doces
eles são

Gosto de te ver
quando passas por mim

fernando ramos
num. 44

REVIVER O PASSADO

REVIVER O PASSADO

Recordar minha vida
é quase como voltar ao tempo
do preto e branco
Não que ela não não tenha
algumas cores
Mas também não a troco
por outra, por muito
mais colorida que possa ficar,
e nem por mais um dia de ilusão

Só de me lembrar
de quando era menino,
e minha mãe me encostava
a seu peito,
e eu baixinho lhe dizia
de como gostava dela,
me dá uma grande saudade

Pedir para ela voltar,
impossível é,
mas se o regresso acontecer,
para minha mãe aqui vou estar,
dando-lhe flores de todas as cores,
donde brotam infinitos odores
de suas pétalas
pedindo-lhe novamente
o colo que perdi

Esperando que ela
nos meus ouvidos,
sussurrando dê conselhos de mãe,
que tanta falta me estão fazendo

Reviver o passado torna-se penoso,
porque o passado não volta,
e minha mãe jamais aqui vai estar,
oxalá eu esteja enganado

de: fernando ramos
num. 42

abril 06, 2006

SAUDADE DE INVERNO

SAUDADE DE INVERNO

O inverno chegou, a chuva
miudinha começa a bater
na vidraça de minha janela,
o vento assobia como se fosse
por magia, anunciando
os dias tristes
que se aproximam
Este é sempre um sinal
de que o Inverno começou
Lembrando o passado
de anos próximos,
onde meus pais no início
da época das chuvas e do frio
me aconchegavam, junto
da janela olhando a chuva
e ouvindo o velho vento

Que saudades eu tenho deles
e destes momentos, bom Deus
os chamou ainda cedo,
deixando-me só nesta velha
casa, onde todos os dias
à minha lareira, junto
da ombreira da porta os recordo
E ao ouvir o vento
como neste Inverno,
me lembro da voz de minha
mãe gritando para não
me aproximar da porta da rua,
porque o vento e a chuva
daquela altura do ano
me poderia trazer doenças
próprias de Inverno

Pai, mãe, deixaram-me só
com a recordação
dos nosso Invernos
Mas o velho vento
e a chuva miudinha
que sempre batena nossa vidraça,
esses ficaram
para outros Invernos
como minhas lembranças futuras

Fernando ramos

NUM. 41

abril 01, 2006

O MEU BAIRRO

O MEU BAIRRO

Ao passar nas ruas de meu bairro,
gratas recordações vagueiam
Minha infância é ali revivida
de amores de outrora nascidos

Poucas alterações meu bairro tem,
mas os amores, esses estão ficando
desvanecidos no tempo pelas esquinas
das ruas que então ficaram

Meu espirito inquieto se revolta,
pela falta dos amores infinitos
Hoje nada existe,
se não uma leve emoção errante

E uma lágrima de saudade
que teimava sair,
finalmente vê seu caminho
aberto, e cai

Como se fosse uma gota de chuva
que no passado procuravam
as vidraças de minha casa
que ainda resiste no bairro

de: fernando ramos

num. 15

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