novembro 06, 2006
A TRISTEZA NASCEU SEM PEDIR
A TRISTEZA NASCEU SEM PEDIR
Quando aparece tristeza na vida
Surge a lágrima da saudade
Rola no rosto, e vai perdida
Caindo num mar de infelicidade
Deixa feridas mal curadas
Que o tempo não faz desaparecer
Acabando em cicatrizes disfarçadas
Gravadas na alma até morrer
Ainda existe uma réstia de esperança
P’ra que a tristeza vá embora
Se não for, fica a lembrança
Na ferida que apareceu naquela hora
A cicatriz que nasce sem pedir
Traz mais lágrimas p’la vida fora
Convivem na saudade que está a ferir
Um coração, onde a tristeza mora
De: Fernando Ramos
600
Quando aparece tristeza na vida
Surge a lágrima da saudade
Rola no rosto, e vai perdida
Caindo num mar de infelicidade
Deixa feridas mal curadas
Que o tempo não faz desaparecer
Acabando em cicatrizes disfarçadas
Gravadas na alma até morrer
Ainda existe uma réstia de esperança
P’ra que a tristeza vá embora
Se não for, fica a lembrança
Na ferida que apareceu naquela hora
A cicatriz que nasce sem pedir
Traz mais lágrimas p’la vida fora
Convivem na saudade que está a ferir
Um coração, onde a tristeza mora
De: Fernando Ramos
600
MARINHEIO DE NAUS
MARINHEIRO DE NAUS
Minha pobreza, é de Santos
Não de heróis bem abastados
Ando descalço e sem enganos
Subindo a ladeira dos coitados
Outrora fui marinheiro de Naus
Naveguei por mares encrespados
Cheguei a praias em dias maus
Vi corpos doridos, e enfernizados
Eram escravos negros de senhores
Explorados, por quem andava a enganar
Apenas queriam alforria dos libertadores
P’ra sua liberdade desfrutar
E eu rico, com mulheres sedutoras
Aqueles pobres não fui ajudar
Agora choro as horas libertadoras
Que em minha vida, não fui dar
Éramos heróis, da doce pátria que amamos
E, escravas lindas andávamos a fecundar
Filhos mestiços lá deixámos, que os choramos
Nos braços de mulheres puras, de se amar
A vil tristeza invade a alma
Aos bravos soldados daqueles mares
São recordações numa tarde calma
Que amarguram a vida, nos sonhares
Essas lembranças, que de pecado andei
Ao bom Divino peço sua razão
Agora sou pobre, e só eu sei
Porque é que a Deus peço perdão
Sou pecador, assim vou morrer
Nesta pobreza de bens terrenos
Que não mais trouxeram bom viver
Esperando meu espirito, os Santos serenos
De: Fernando Ramos
599
Minha pobreza, é de Santos
Não de heróis bem abastados
Ando descalço e sem enganos
Subindo a ladeira dos coitados
Outrora fui marinheiro de Naus
Naveguei por mares encrespados
Cheguei a praias em dias maus
Vi corpos doridos, e enfernizados
Eram escravos negros de senhores
Explorados, por quem andava a enganar
Apenas queriam alforria dos libertadores
P’ra sua liberdade desfrutar
E eu rico, com mulheres sedutoras
Aqueles pobres não fui ajudar
Agora choro as horas libertadoras
Que em minha vida, não fui dar
Éramos heróis, da doce pátria que amamos
E, escravas lindas andávamos a fecundar
Filhos mestiços lá deixámos, que os choramos
Nos braços de mulheres puras, de se amar
A vil tristeza invade a alma
Aos bravos soldados daqueles mares
São recordações numa tarde calma
Que amarguram a vida, nos sonhares
Essas lembranças, que de pecado andei
Ao bom Divino peço sua razão
Agora sou pobre, e só eu sei
Porque é que a Deus peço perdão
Sou pecador, assim vou morrer
Nesta pobreza de bens terrenos
Que não mais trouxeram bom viver
Esperando meu espirito, os Santos serenos
De: Fernando Ramos
599
novembro 05, 2006
ADMIRÁVEL CAMÕES
ADMIRÁVEL CAMÕES
P’ros lados do sol nascente
Certo dia aconteceu poesia
O mundo recebeu de presente
Inspiração que um poeta vivia
Camões, presenteou-nos com lucidez
E como foi sublime, e magnifico
Seus poemas se declamam tanta vez
Alguns históricos, outros de amor rico
Enormes paixões ele tinha
Violante, era uma das musas amada
Nunca a levou ao altar da Capelinha
Porque, com um conde era casada
Inspirou-se, e deixou-nos os Lusíadas
Obra prima de grande esplendor
Descreve os descobrimentos como saídas
De uma Epopeia Portuguesa superior
Nem com Virgílio, nem Homero
Na Eneida, e na Odisseia
Havia tanto brilhantismo sincero
Como na sua obra que se saboreia
Oh! Admirável grande poeta
Portugal de hoje por ti chora
Trouxestes os descobrimentos da época
Ensinado nas escolas em boa hora
O país contigo engrandeceu
Tua obra no mundo é eterna
Andaste nas tormentas de Deus
Quando eras Trinca-Fortes, e não poeta
Em Ceuta, perdeste o olho direito
Contra Mouros de má memória
Foste para a China, e na gruta estreita
Escreveste os Lusíadas p'ra nossa história
Poeta, que pró Divino um dia partiste
Deixaste amores cá na terra
Tiveste um fim, trágico e triste
E a Pátria, de ti nunca renega
De: Fernando Ramos
598
P’ros lados do sol nascente
Certo dia aconteceu poesia
O mundo recebeu de presente
Inspiração que um poeta vivia
Camões, presenteou-nos com lucidez
E como foi sublime, e magnifico
Seus poemas se declamam tanta vez
Alguns históricos, outros de amor rico
Enormes paixões ele tinha
Violante, era uma das musas amada
Nunca a levou ao altar da Capelinha
Porque, com um conde era casada
Inspirou-se, e deixou-nos os Lusíadas
Obra prima de grande esplendor
Descreve os descobrimentos como saídas
De uma Epopeia Portuguesa superior
Nem com Virgílio, nem Homero
Na Eneida, e na Odisseia
Havia tanto brilhantismo sincero
Como na sua obra que se saboreia
Oh! Admirável grande poeta
Portugal de hoje por ti chora
Trouxestes os descobrimentos da época
Ensinado nas escolas em boa hora
O país contigo engrandeceu
Tua obra no mundo é eterna
Andaste nas tormentas de Deus
Quando eras Trinca-Fortes, e não poeta
Em Ceuta, perdeste o olho direito
Contra Mouros de má memória
Foste para a China, e na gruta estreita
Escreveste os Lusíadas p'ra nossa história
Poeta, que pró Divino um dia partiste
Deixaste amores cá na terra
Tiveste um fim, trágico e triste
E a Pátria, de ti nunca renega
De: Fernando Ramos
598
novembro 04, 2006
MINHA PÁTRIA
MINHA PÁTRIA
Amo a Pátria, com tanta raiva
Ela é meu orgulho, e minha dor
Até hoje não há quem saiba
Se à bandeira alguém não tem amor
É o nosso país de gloria
Como Camões bem assinalou
Seus valentes o levaram à vitória
Nos anos quinhentos que passou
O povo sofre chorando por ela
Numa emoção Nacional
A história regista a grandeza bela
Deste mundo, que é PORTUGAL
De: Fernando Ramos
597
Amo a Pátria, com tanta raiva
Ela é meu orgulho, e minha dor
Até hoje não há quem saiba
Se à bandeira alguém não tem amor
É o nosso país de gloria
Como Camões bem assinalou
Seus valentes o levaram à vitória
Nos anos quinhentos que passou
O povo sofre chorando por ela
Numa emoção Nacional
A história regista a grandeza bela
Deste mundo, que é PORTUGAL
De: Fernando Ramos
597
O VENTO DA VARINA
O VENTO DA VARINA
Sopra o vento forte da lezíria
Montado num cavalo alazão
Traz um amor por cortesia
P’ra varina guardar no coração
E o vento vem das estrelas
Gritar por sua razão
Vem vento das noites belas
Ao sentimento dar um abanão
O vento chegou ao entardecer
Soprando ao sol que vai embora
No rio, a gaivota vai desaparecer
Buscando o amor, que a peixeira chora
A ave foi à Caravela saber
Se a paixão aporta p’la noite fora
Chora, chora a minha varina
Gorjeia a gaivota ao vento sem demora
Teu amor, agora não vai chegar
Foi p’ro mar, foi embora
Ali ele é herói, foi p’ra lá navegar
A, avezinha canta p'ra amiga que chora
P'la noite dentro até o dia raiar
O seu herói virá à hora
P’ra com ela casar
De: Fernando Ramos
596
Sopra o vento forte da lezíria
Montado num cavalo alazão
Traz um amor por cortesia
P’ra varina guardar no coração
E o vento vem das estrelas
Gritar por sua razão
Vem vento das noites belas
Ao sentimento dar um abanão
O vento chegou ao entardecer
Soprando ao sol que vai embora
No rio, a gaivota vai desaparecer
Buscando o amor, que a peixeira chora
A ave foi à Caravela saber
Se a paixão aporta p’la noite fora
Chora, chora a minha varina
Gorjeia a gaivota ao vento sem demora
Teu amor, agora não vai chegar
Foi p’ro mar, foi embora
Ali ele é herói, foi p’ra lá navegar
A, avezinha canta p'ra amiga que chora
P'la noite dentro até o dia raiar
O seu herói virá à hora
P’ra com ela casar
De: Fernando Ramos
596
CÁLICE DA VIDA
CÁLICE DA VIDA
Bebo do cálice da vida
Amarguras p’ra não lembrar
Nele, está a lágrima fugida
De meu rosto, cansado de lutar
Anos difíceis tenho levado
De miséria constante e impensada
Tempos loucos e conturbado
Trazem minha vida descontrolada
Sou um marginal na sociedade
Preso em cadeias de mau destino
Em jovem, fui privado de liberdade
Por crimes cometidos sem sentido
Hoje sou um pobre velho
Que carrega tristezas ocultas
Em novo não recebi o conselho
De respeitar regras das vidas justas
Por de trás deste mau viver
Não anseio azar, nem sorte
Apenas, o descanso quero ter
P’ra liberdade ganhar na morte
De: fernando Ramos
595
Bebo do cálice da vida
Amarguras p’ra não lembrar
Nele, está a lágrima fugida
De meu rosto, cansado de lutar
Anos difíceis tenho levado
De miséria constante e impensada
Tempos loucos e conturbado
Trazem minha vida descontrolada
Sou um marginal na sociedade
Preso em cadeias de mau destino
Em jovem, fui privado de liberdade
Por crimes cometidos sem sentido
Hoje sou um pobre velho
Que carrega tristezas ocultas
Em novo não recebi o conselho
De respeitar regras das vidas justas
Por de trás deste mau viver
Não anseio azar, nem sorte
Apenas, o descanso quero ter
P’ra liberdade ganhar na morte
De: fernando Ramos
595
novembro 03, 2006
LUZ PARA ROSAS
LUZ PARA ROSAS
(sonetos)
Entra devagar a luz do dia
P'las frestas finas das janelas
São raios de sol, que dão alegria
A lindas rosas brancas e amarelas
Precisam de tal claridade
Como de agua para viver
São sua fonte de eternidade
Sem ela, decerto irão morrer
Rosas lindas com muita luz
São prenuncio de muito amor
E elas, alguém muito seduz
Sem qualquer temor e ilusão,
Salvando da infelicidade, e da dor
A um pobre coração
de: fernando Ramos
594
(sonetos)
Entra devagar a luz do dia
P'las frestas finas das janelas
São raios de sol, que dão alegria
A lindas rosas brancas e amarelas
Precisam de tal claridade
Como de agua para viver
São sua fonte de eternidade
Sem ela, decerto irão morrer
Rosas lindas com muita luz
São prenuncio de muito amor
E elas, alguém muito seduz
Sem qualquer temor e ilusão,
Salvando da infelicidade, e da dor
A um pobre coração
de: fernando Ramos
594
LOUCA DECISÃO
LOUCA DECISÃO
Vem p’ra casa meu amor
Deixaste só, meu coração
Está chorando de dor
Por tão grande desilusão
Tua ausência, é má sentença
De uma pena atribuída
P’ra mim, foi uma ofensa
Não entendo tua saída
Foste embora sem perceber
Essa tua louca decisão
O que me está acontecer
É um sofrimento sem razão
Disseste que me amavas
E sempre acreditei
Com juras me enganavas
Das promessas só eu sei
Volta p’ra mim meu amor
Acaba com este meu lamento
Traz a paixão viçosa, como a flor
Que me ofereceste no casamento
De: Fernando ramos
593
Vem p’ra casa meu amor
Deixaste só, meu coração
Está chorando de dor
Por tão grande desilusão
Tua ausência, é má sentença
De uma pena atribuída
P’ra mim, foi uma ofensa
Não entendo tua saída
Foste embora sem perceber
Essa tua louca decisão
O que me está acontecer
É um sofrimento sem razão
Disseste que me amavas
E sempre acreditei
Com juras me enganavas
Das promessas só eu sei
Volta p’ra mim meu amor
Acaba com este meu lamento
Traz a paixão viçosa, como a flor
Que me ofereceste no casamento
De: Fernando ramos
593
novembro 02, 2006
O SONHO E O ROCHEDO
O SONHO E O ROCHEDO
Meu sonho, escondo num rochedo
À beira mar onde habita
Deixei-o coberto de manhã bem cedo
Preso e atado com uma fita
É um sonho que num passado pedia
Larguei-o num rochedo que se banha
No futuro irei busca-lo, num certo dia
Com uma sereia, que de tarde o apanha
Ela, a conquistei próximo do rochedo
E logo naquele mar me apaixonei
Falei-lhe do sonho, sem medo
Agora na nossa vida é rei
Ele faz parte do nosso grande amor,
Está no alto do rochedo, acima do mar
Nele mora um desejo avassalador
Querer a sereia p’ra sempre amar
Deus me concedeu este desejo
Que agora me faz estar muito feliz
Viver sempre com a sereia, eu ensejo
Porque ela, é o sonho que sempre quis
De: Fernando Ramos
591
Meu sonho, escondo num rochedo
À beira mar onde habita
Deixei-o coberto de manhã bem cedo
Preso e atado com uma fita
É um sonho que num passado pedia
Larguei-o num rochedo que se banha
No futuro irei busca-lo, num certo dia
Com uma sereia, que de tarde o apanha
Ela, a conquistei próximo do rochedo
E logo naquele mar me apaixonei
Falei-lhe do sonho, sem medo
Agora na nossa vida é rei
Ele faz parte do nosso grande amor,
Está no alto do rochedo, acima do mar
Nele mora um desejo avassalador
Querer a sereia p’ra sempre amar
Deus me concedeu este desejo
Que agora me faz estar muito feliz
Viver sempre com a sereia, eu ensejo
Porque ela, é o sonho que sempre quis
De: Fernando Ramos
591
PIROGA DE DESEJOS
PIROGA DE DESEJOS
Vou na minha piroga
Num rio de amores ardentes
Percorre meu coração que joga
Em puros desejos crescentes
A fragilidade de meus desejos
Leva a piroga por ventos cruzados
Ao leme, encontrar eu almejo
Um porto seguro de pecados
Ao chegar, a piroga encosto
Junto ao amor que me está a esperar
Abraço-a, e lhe beijo o rosto
Murmurando ela, que anseia casar
Já não navego à bolina
E a piroga de desejos fui deixar
Agora, o amor me anima
Nas doces noites de luar
De: Fernando Ramos
590
Vou na minha piroga
Num rio de amores ardentes
Percorre meu coração que joga
Em puros desejos crescentes
A fragilidade de meus desejos
Leva a piroga por ventos cruzados
Ao leme, encontrar eu almejo
Um porto seguro de pecados
Ao chegar, a piroga encosto
Junto ao amor que me está a esperar
Abraço-a, e lhe beijo o rosto
Murmurando ela, que anseia casar
Já não navego à bolina
E a piroga de desejos fui deixar
Agora, o amor me anima
Nas doces noites de luar
De: Fernando Ramos
590
novembro 01, 2006
A TENDINHA
A TENDINHA
Ergue-se uma enorme tendinha
P’ra ela, alguns se vão deslocar
É alta, redonda e bem bonitinha
De tanta gente, vai ser seu lar
Tem um jardim como seu lugar
A tendinha de tantos espíritos bons
Muitos lá se irão aproveitar
Colhendo flores de lindos tons
Na primavera, irá florescer
Rosas de belos perfumes
E na tendinha irá nascer
Crianças, e alguns queixumes
São de lindos amores lá tidos
Que fizeram da tendinha uma aldeia
Ali não há corações sofridos
Mas sim de amores em cadeia
Na tendinha de bom viver
É um prazer lá morar
Até já se fala, em a fazer crescer
P’ra outros mais ela abrigar
De: Fernando Ramos
589
Ergue-se uma enorme tendinha
P’ra ela, alguns se vão deslocar
É alta, redonda e bem bonitinha
De tanta gente, vai ser seu lar
Tem um jardim como seu lugar
A tendinha de tantos espíritos bons
Muitos lá se irão aproveitar
Colhendo flores de lindos tons
Na primavera, irá florescer
Rosas de belos perfumes
E na tendinha irá nascer
Crianças, e alguns queixumes
São de lindos amores lá tidos
Que fizeram da tendinha uma aldeia
Ali não há corações sofridos
Mas sim de amores em cadeia
Na tendinha de bom viver
É um prazer lá morar
Até já se fala, em a fazer crescer
P’ra outros mais ela abrigar
De: Fernando Ramos
589
A FUGA DA VIRGEM
A FUGA DA VIRGEM
A noite vai alta, e espíritos flutuam
Próximo da lua fatal, e de pálida cor
Ilumina Virgens para amantes que suam
Em gemidos de gozo de total furor
E naquele leito de enorme ilusão
Respira-se amor até ao raiar do dia
Entrando um sol, fértil de razão
Liberta uma Virgem que da noite fugia
Lindas orquídeas, que alguém ofereceu
Lembraram-na de um amor, então sonhado
Quer esquecer a fuga, daquele breu
Procurando no dia, esse eterno apaixonado
E por jardins de jacarandás, caminhava
A Virgem sozinha buscando roxas flores
Olhando as grandes arvores que sombra dava
Suplicava a Deus por lindos, e belos amores
E no segredo da tarde acontece magia
Um esplendoroso Cavaleiro dela se aproxima
Trazendo na mão, rosas como cortesia
Sorrindo à virgem, num gesto que estima
Naquele entardecer, o amor aconteceu
Terminando sua fuga das luas pálidas
A Virgem feliz ao Divino agradeceu
P’la chegada do Cavaleiro p’ra noites cálidas
E na garupa do cavalo, ela partiu feliz
Porque uma grande paixão aconteceu
Ele, que este amor era o primeiro, lhe diz:
“Prepara-te Virgem, que meu futuro é teu”
De: Fernando Ramos
588
A noite vai alta, e espíritos flutuam
Próximo da lua fatal, e de pálida cor
Ilumina Virgens para amantes que suam
Em gemidos de gozo de total furor
E naquele leito de enorme ilusão
Respira-se amor até ao raiar do dia
Entrando um sol, fértil de razão
Liberta uma Virgem que da noite fugia
Lindas orquídeas, que alguém ofereceu
Lembraram-na de um amor, então sonhado
Quer esquecer a fuga, daquele breu
Procurando no dia, esse eterno apaixonado
E por jardins de jacarandás, caminhava
A Virgem sozinha buscando roxas flores
Olhando as grandes arvores que sombra dava
Suplicava a Deus por lindos, e belos amores
E no segredo da tarde acontece magia
Um esplendoroso Cavaleiro dela se aproxima
Trazendo na mão, rosas como cortesia
Sorrindo à virgem, num gesto que estima
Naquele entardecer, o amor aconteceu
Terminando sua fuga das luas pálidas
A Virgem feliz ao Divino agradeceu
P’la chegada do Cavaleiro p’ra noites cálidas
E na garupa do cavalo, ela partiu feliz
Porque uma grande paixão aconteceu
Ele, que este amor era o primeiro, lhe diz:
“Prepara-te Virgem, que meu futuro é teu”
De: Fernando Ramos
588
SORRISO DANADO
SORRISO DANADO
Num dia lindo, e muito feliz
algumas crianças de pouca idade
Joãozinho, Carolina e o Luís
visitam o Zoológico de sua cidade
Que bonito que é, como felizes eles estão
suas mamãs tratam-lhes do bom farnel
Que entregam ás educadoras dessa ocasião
p’ra no jardim almoçarem, bifinho, ou pastel
Estão alegres e impacientes, estes pequeninos
sente-se as crianças mais felizes do mundo
Como justa é a vida p’ra alguns meninos
de ricos privilégios, e bem estar profundo
Elas sorriem, brincam, e trocam beijinhos
suas educadoras são de mil cuidados
Como é bonito vê-los, junto dos golfinhos
e de outros bichinhos muito bem tratados
Noutro ponto da cidade, vive o Amadeu
criança sem nada, e também de pouca idade
Mora num bairro sujo, e escuro como breu
onde gritos se ouvem de vidas sem saudade
Seus pais, pobres e de trabalho incerto
vivem mal, dos míseros tostões que ganham
Cortam, e cozem solas p’ra um patrão experto
fazendo lindos sapatinhos, que à moda não falham
Este menino, nascido do ventre da desgraça
também labuta, ajudando seus pobres pais
Que de manhã cedinho, o despertam sem graça
oferecendo-lhe trabalho, e poucas coisas mais
Raramente, Amadeu vai na sua escola
tem pena, e quando vai, vai muito feliz
Leva sempre um pãozinho na sua sacola
para quando a fome aperta, seu estômago petiz
Amadeu ajuda, desde que deixou de gatinhar
já é indispensável, no seu trabalho delicado
São mais uns dinheirinhos p'ra seus pais ganhar
e ele feliz, oferece-lhes seu sorriso danado
Sorriso é tão lindo, como das crianças contentes
de vida generosa, e de futuros menos chorados
Onde tudo lhes dão, até brinquedos de presentes
Custando mais, que pão e leite, dos menos felizardos
de: Fernando Ramos
587
Num dia lindo, e muito feliz
algumas crianças de pouca idade
Joãozinho, Carolina e o Luís
visitam o Zoológico de sua cidade
Que bonito que é, como felizes eles estão
suas mamãs tratam-lhes do bom farnel
Que entregam ás educadoras dessa ocasião
p’ra no jardim almoçarem, bifinho, ou pastel
Estão alegres e impacientes, estes pequeninos
sente-se as crianças mais felizes do mundo
Como justa é a vida p’ra alguns meninos
de ricos privilégios, e bem estar profundo
Elas sorriem, brincam, e trocam beijinhos
suas educadoras são de mil cuidados
Como é bonito vê-los, junto dos golfinhos
e de outros bichinhos muito bem tratados
Noutro ponto da cidade, vive o Amadeu
criança sem nada, e também de pouca idade
Mora num bairro sujo, e escuro como breu
onde gritos se ouvem de vidas sem saudade
Seus pais, pobres e de trabalho incerto
vivem mal, dos míseros tostões que ganham
Cortam, e cozem solas p’ra um patrão experto
fazendo lindos sapatinhos, que à moda não falham
Este menino, nascido do ventre da desgraça
também labuta, ajudando seus pobres pais
Que de manhã cedinho, o despertam sem graça
oferecendo-lhe trabalho, e poucas coisas mais
Raramente, Amadeu vai na sua escola
tem pena, e quando vai, vai muito feliz
Leva sempre um pãozinho na sua sacola
para quando a fome aperta, seu estômago petiz
Amadeu ajuda, desde que deixou de gatinhar
já é indispensável, no seu trabalho delicado
São mais uns dinheirinhos p'ra seus pais ganhar
e ele feliz, oferece-lhes seu sorriso danado
Sorriso é tão lindo, como das crianças contentes
de vida generosa, e de futuros menos chorados
Onde tudo lhes dão, até brinquedos de presentes
Custando mais, que pão e leite, dos menos felizardos
de: Fernando Ramos
587
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