outubro 31, 2006
VULCÕES
VULCÕES
(soneto)
Em redor de mim, a calmaria
Vinda do silencio do mundo
E bem do seu fundo mais profundo
Ouve-se um ruído, que é vida
Em tons nada bonitos
Sente-se a lava que escorrega
Como um rio que se entrega
Aos precipícios quentes e aflitos
De vulcões cheios de pó
Que crescem em direcção do céu
Amortalhando vidas, tristes e só
No fim, num sossego imperturbável
Cobre-se a desgraça com um véu
Do olhar estranho, e censurável
De: Fernando Ramos
585
(soneto)
Em redor de mim, a calmaria
Vinda do silencio do mundo
E bem do seu fundo mais profundo
Ouve-se um ruído, que é vida
Em tons nada bonitos
Sente-se a lava que escorrega
Como um rio que se entrega
Aos precipícios quentes e aflitos
De vulcões cheios de pó
Que crescem em direcção do céu
Amortalhando vidas, tristes e só
No fim, num sossego imperturbável
Cobre-se a desgraça com um véu
Do olhar estranho, e censurável
De: Fernando Ramos
585
outubro 30, 2006
PEQUENA PRINCESA
PEQUENA PRINCESA
Como gostava de ser princesa,
Calçar sapatinhos de cristal
Viver num castelo com boa mesa,
Receber brinquedos p'lo Natal
Quero brincar agora, que sou menina
E de noite muito sonhar
Engano a fome desde pequenina,
Vou levando a vida a trabalhar
Minha idade, é de brincar com bonecas
Mas faço casaquinhos muito bonitos
Gostava de beber leite em lindas canecas
E não vender na rua alguns docitos
Não devia sentir a infância perdida,
E ao acordar, ser feliz com a alvorada
Sonhar com o sabor da boa vida,
Não ter a idade adulta penhorada
Adorava ter minha mãe sempre feliz
E comer com meus irmãos pão de centeio
Não passo de uma menina infeliz
Cheia de vontade em fugir deste meio
Sou uma criança triste e já adulta
Que sofre da ganância que leva ao caos
Queria comer bem, e aprender a ser culta,
Não ser explorada por homens maus
Como gostava de brincar apanhada
E de porta em porta não vender soda
Precisava muito de ser amada
E de vestir roupinhas da moda
Era bom poder jogar à bola
Ir ver a praia e o mar
Não devia mais faltar à escola
E de fome, não voltar chorar
Sou filha de um operário Cristão
Que finge, que a fome não rói
Sonho com arroz e um pedaço de pão
P'ra enganar meu estômago que dói
Trabalho p'ra miséria não me comer
Até sonho com bicicletas de selim já gasto
Nelas vou pedalando a correr
Fugindo desta sorte de mau repasto
Levanto-me ao troar das seis em ponto
P’ra mais um dia de pobreza farta
Trabalho de manhã à noite, e já não conto
Minhas lágrimas límpidas, cor de prata
Sou uma menina que sonha em ser ave
E voar para o mundo das princesas felizes
Poisar junto de gente, que não sabe
Do triste canto das crianças infelizes
de: Fernando Ramos
584
Como gostava de ser princesa,
Calçar sapatinhos de cristal
Viver num castelo com boa mesa,
Receber brinquedos p'lo Natal
Quero brincar agora, que sou menina
E de noite muito sonhar
Engano a fome desde pequenina,
Vou levando a vida a trabalhar
Minha idade, é de brincar com bonecas
Mas faço casaquinhos muito bonitos
Gostava de beber leite em lindas canecas
E não vender na rua alguns docitos
Não devia sentir a infância perdida,
E ao acordar, ser feliz com a alvorada
Sonhar com o sabor da boa vida,
Não ter a idade adulta penhorada
Adorava ter minha mãe sempre feliz
E comer com meus irmãos pão de centeio
Não passo de uma menina infeliz
Cheia de vontade em fugir deste meio
Sou uma criança triste e já adulta
Que sofre da ganância que leva ao caos
Queria comer bem, e aprender a ser culta,
Não ser explorada por homens maus
Como gostava de brincar apanhada
E de porta em porta não vender soda
Precisava muito de ser amada
E de vestir roupinhas da moda
Era bom poder jogar à bola
Ir ver a praia e o mar
Não devia mais faltar à escola
E de fome, não voltar chorar
Sou filha de um operário Cristão
Que finge, que a fome não rói
Sonho com arroz e um pedaço de pão
P'ra enganar meu estômago que dói
Trabalho p'ra miséria não me comer
Até sonho com bicicletas de selim já gasto
Nelas vou pedalando a correr
Fugindo desta sorte de mau repasto
Levanto-me ao troar das seis em ponto
P’ra mais um dia de pobreza farta
Trabalho de manhã à noite, e já não conto
Minhas lágrimas límpidas, cor de prata
Sou uma menina que sonha em ser ave
E voar para o mundo das princesas felizes
Poisar junto de gente, que não sabe
Do triste canto das crianças infelizes
de: Fernando Ramos
584
A NOITE NO ADORMECER DAS LUAS
A NOITE NO ADORMECER DAS LUAS
Surge ao fim do entardecer
Em seus encantos misteriosos
É ela que nos vai dizer
Se possui sonhos puros e gostosos
A noite, essa amiga
Companheira nos afazeres
Quer que o coração persiga
Amores nos seus nasceres
E no adormecer das luas
Na mais intima madrugada
Laços se apertam em vidas nuas
Num frenesim de sedução sonhada
Aí florescem murmúrios de amor
Até à orla da noite bem amada
Onde a aurora chega em esplendor
Trazendo o gorjear da passarada
Que é prenuncio de dia feliz
Para amantes do mel divino
Fazem o que a vida lhes diz
Ouvindo na Igreja, o tocar do sino
De:: Fernando Ramos
583
Surge ao fim do entardecer
Em seus encantos misteriosos
É ela que nos vai dizer
Se possui sonhos puros e gostosos
A noite, essa amiga
Companheira nos afazeres
Quer que o coração persiga
Amores nos seus nasceres
E no adormecer das luas
Na mais intima madrugada
Laços se apertam em vidas nuas
Num frenesim de sedução sonhada
Aí florescem murmúrios de amor
Até à orla da noite bem amada
Onde a aurora chega em esplendor
Trazendo o gorjear da passarada
Que é prenuncio de dia feliz
Para amantes do mel divino
Fazem o que a vida lhes diz
Ouvindo na Igreja, o tocar do sino
De:: Fernando Ramos
583
outubro 29, 2006
FADO MAROTO
FADO MAROTO
Nas altas horas da noite boa
A cidade repousa da vida agitada
Numa velhinha tasca de Lisboa
Escuta-se a voz, rouca e cansada
Um fado maroto se faz ouvir
Naquele ambiente castiço e sonhado
Canta-o um fadista a sorrir
P’lo seu poema muito engraçado
Ali se aguarda, p'lo raiar do dia
Que chega de mansinho, e sem brado
Alguém na taberna que o artista ouvia
Pede-lhe um fado triste e chorado
Ele presta-se a tal pedido
E canta um de amor sem sorte
De uma paixão de passado sofrido
Que aguarda p'lo chegar da morte
A aurora entra naqueles corações
Ao som do último fado maroto oferecido
Todos na taberna levaram emoções
Da noite finda, de espírito atrevido
De: Fernando Ramos
582
Nas altas horas da noite boa
A cidade repousa da vida agitada
Numa velhinha tasca de Lisboa
Escuta-se a voz, rouca e cansada
Um fado maroto se faz ouvir
Naquele ambiente castiço e sonhado
Canta-o um fadista a sorrir
P’lo seu poema muito engraçado
Ali se aguarda, p'lo raiar do dia
Que chega de mansinho, e sem brado
Alguém na taberna que o artista ouvia
Pede-lhe um fado triste e chorado
Ele presta-se a tal pedido
E canta um de amor sem sorte
De uma paixão de passado sofrido
Que aguarda p'lo chegar da morte
A aurora entra naqueles corações
Ao som do último fado maroto oferecido
Todos na taberna levaram emoções
Da noite finda, de espírito atrevido
De: Fernando Ramos
582
PROCURA-SE A ESPERANÇA
PROCURA-SE A ESPERANÇA
A esperança, por aí se encontra
Neste profundo mar de contrastes
Onde, vagas alterosas afronta
Uma canoa de sonhos, que herdastes
Nela, buscamos a esperança
Que é causa perdida de tanta gente
Resta a solidão como herança
Da incerteza que se pressente
Penso que a iremos encontrar
Em mar alto, mais dia menos dia
Num lugar a esperança deve acostar
Não desaparece assim por magia
Ela é a grande força de viver
P’ra tantos que andam desiludidos
Se não aparece, alguns vão obscurecer
E seus sonhos nela, perdidos
Esperança, não nos faças mais esperar
Oferece-nos rosas de lindas cores
Porque lágrimas por ti se está a deitar
de tristeza que nos causa dores
Nós, navegamos na velha canoa
À bolina, da crista da onda calma
Esperança, és ilusão de muita gente boa,
Vives em lágrimas gravadas na alma
De: Fernando Ramos
580
A esperança, por aí se encontra
Neste profundo mar de contrastes
Onde, vagas alterosas afronta
Uma canoa de sonhos, que herdastes
Nela, buscamos a esperança
Que é causa perdida de tanta gente
Resta a solidão como herança
Da incerteza que se pressente
Penso que a iremos encontrar
Em mar alto, mais dia menos dia
Num lugar a esperança deve acostar
Não desaparece assim por magia
Ela é a grande força de viver
P’ra tantos que andam desiludidos
Se não aparece, alguns vão obscurecer
E seus sonhos nela, perdidos
Esperança, não nos faças mais esperar
Oferece-nos rosas de lindas cores
Porque lágrimas por ti se está a deitar
de tristeza que nos causa dores
Nós, navegamos na velha canoa
À bolina, da crista da onda calma
Esperança, és ilusão de muita gente boa,
Vives em lágrimas gravadas na alma
De: Fernando Ramos
580
ENCONTREI UMA NINFA
ENCONTREI UMA NINFA
Esta vida triste de vagabundo
me levou a um oceano no norte
Por lá mareei num mar largo e profundo
buscando a estrela de minha sorte
Naquele atlântico grande e frio
uma ninfa de formosura fui encontrar
Navega em minhas veias que são um rio
no curso do coração, onde foi acostar
Uma ancora p’ro fundo arremessei
e, a vida errante fui estabilizar
Agora com a ninfa no oceano morarei
e nas noites, com ela me irei deitar
Deixei de ser vagabundo triste e só,
e desta nova vida, ela me faz gostar
De meu coração, deixaram de ter dó
porque tive a sorte, esta ninfa encontrar
de: Fernando ramos
578
Esta vida triste de vagabundo
me levou a um oceano no norte
Por lá mareei num mar largo e profundo
buscando a estrela de minha sorte
Naquele atlântico grande e frio
uma ninfa de formosura fui encontrar
Navega em minhas veias que são um rio
no curso do coração, onde foi acostar
Uma ancora p’ro fundo arremessei
e, a vida errante fui estabilizar
Agora com a ninfa no oceano morarei
e nas noites, com ela me irei deitar
Deixei de ser vagabundo triste e só,
e desta nova vida, ela me faz gostar
De meu coração, deixaram de ter dó
porque tive a sorte, esta ninfa encontrar
de: Fernando ramos
578
LÍRIOS PARA MEU AMOR
LÍRIOS PARA MEU AMOR
(soneto)
Meus amor não estava contente
E ofereci-lhe lírios para a confortar
Ela diz que amou meu presente
Fiquei feliz p'lo seu gostar
Agora, este amor dá graças a Deus
E já sabe que não estou ausente
Ofereço os lírios como beijos meus
Sabendo ela, o que meu coração sente
Já não sei mais o que faça
Só quero que me vá sempre amar
Esta mulher que meu destino traça
Dar-lhe-ei lírios com muito ardor
A ela, que eternamente vou gostar
Mesmo quando um dia surgir a dor
De: Fernando Ramos
577
(soneto)
Meus amor não estava contente
E ofereci-lhe lírios para a confortar
Ela diz que amou meu presente
Fiquei feliz p'lo seu gostar
Agora, este amor dá graças a Deus
E já sabe que não estou ausente
Ofereço os lírios como beijos meus
Sabendo ela, o que meu coração sente
Já não sei mais o que faça
Só quero que me vá sempre amar
Esta mulher que meu destino traça
Dar-lhe-ei lírios com muito ardor
A ela, que eternamente vou gostar
Mesmo quando um dia surgir a dor
De: Fernando Ramos
577
outubro 27, 2006
GOZO INFINITO
GOZO INFINITO
Vou bebendo a vida
gole, a gole,
com o mesmo prazer
com que aprecio a natureza,
ou como o gozo que sinto
em andar pelas estreitas ruas
da cidade, do meu velho bairro
Nos lábios entoou um fado
De esperança e felicidade,
Que é acompanhado
na minha pura imaginação,
por uma guitarra rebelde,
e tão louca como eu
Em meu coração,
correm como um rio
ilusões de bem viver,
que fortalecem
em exuberância
laços atados de sentimentos
No meu espirito tento
plantar a paz, a minha paz,
com sorrisos que vou cultivando
como sementes,
que um dia irão germinar
na planta mais bela e graciosa
do meu jardim de sonhos
Onde espero, que nele
cresça o amor, o doce amor
na sua essência mais pura,
tornando-se a mais linda
paisagem no horizonte
da paixão, da bela paixão
que nos deslumbra
num gozo infinito
de: Fernando Ramos
576
Vou bebendo a vida
gole, a gole,
com o mesmo prazer
com que aprecio a natureza,
ou como o gozo que sinto
em andar pelas estreitas ruas
da cidade, do meu velho bairro
Nos lábios entoou um fado
De esperança e felicidade,
Que é acompanhado
na minha pura imaginação,
por uma guitarra rebelde,
e tão louca como eu
Em meu coração,
correm como um rio
ilusões de bem viver,
que fortalecem
em exuberância
laços atados de sentimentos
No meu espirito tento
plantar a paz, a minha paz,
com sorrisos que vou cultivando
como sementes,
que um dia irão germinar
na planta mais bela e graciosa
do meu jardim de sonhos
Onde espero, que nele
cresça o amor, o doce amor
na sua essência mais pura,
tornando-se a mais linda
paisagem no horizonte
da paixão, da bela paixão
que nos deslumbra
num gozo infinito
de: Fernando Ramos
576
outubro 26, 2006
PUREZA DE TEU OLHAR
PUREZA DE TEU OLHAR
(soneto)
A pureza de teu olhar
é tão cristalino como o céu
Dei por isso quando o vi brilhar
Nele, quis criar a glória e apogeu
Foram desejos não cumpridos
P’ra teu olhar que continua puro
Nele, o meu, tem sonhos perdidos
Que os encontrarei um dia, eu juro
Meu amor por ele está tão forte
Como luz que engole a escuridão
E, iluminasse a própria morte
Um dia o libertarei de meu coração
Porque esse olhar não é ilusão
Nem mais guardarei na imaginação
De: Fernando Ramos
575
(soneto)
A pureza de teu olhar
é tão cristalino como o céu
Dei por isso quando o vi brilhar
Nele, quis criar a glória e apogeu
Foram desejos não cumpridos
P’ra teu olhar que continua puro
Nele, o meu, tem sonhos perdidos
Que os encontrarei um dia, eu juro
Meu amor por ele está tão forte
Como luz que engole a escuridão
E, iluminasse a própria morte
Um dia o libertarei de meu coração
Porque esse olhar não é ilusão
Nem mais guardarei na imaginação
De: Fernando Ramos
575
outubro 25, 2006
A HORA VAI CHEGAR
A HORA VAI CHEGAR
Vem a morte bater à porta
Mas não a deixo entrar
Diz que comigo assim comporta
É que minha hora vai chegar
Ó minha morte mentirosa
Que estás para aí a dizer?
Levo a vida preguiçosa
Porque bem tarde quero morrer
Minha hora está adiantada
E tu deves estar enganada
Morrerei e deixarei uma carta
Antes que vá p’ra outro lado morar
A carta tem um destino
É para quem me anda atormentar
Por ela, levo a vida num desatino
É comigo, nunca quis casar
Agora que minha hora está aí
É tarde para me conquistar
Pode ser que um dia volte aqui
E por ela irei procurar
De: Fernando Ramos
574
Vem a morte bater à porta
Mas não a deixo entrar
Diz que comigo assim comporta
É que minha hora vai chegar
Ó minha morte mentirosa
Que estás para aí a dizer?
Levo a vida preguiçosa
Porque bem tarde quero morrer
Minha hora está adiantada
E tu deves estar enganada
Morrerei e deixarei uma carta
Antes que vá p’ra outro lado morar
A carta tem um destino
É para quem me anda atormentar
Por ela, levo a vida num desatino
É comigo, nunca quis casar
Agora que minha hora está aí
É tarde para me conquistar
Pode ser que um dia volte aqui
E por ela irei procurar
De: Fernando Ramos
574
DIZEM QUE A POESIA MORREU
DIZEM QUE A POESIA MORREU
A poesia morreu!
Será?
Dizem que foi assassinada
Será?
Coitada da poesia, foi-se!
Será?
O povo lá dos campos silvestres,
Da aldeia, da cidade... Duvidava
A poesia não morre
A poesia é sempre a vida
De que morreu?
Perguntou incrédulo
Um trovador desconhecido
É que, era tão difícil de acreditar
Que a poesia se tivesse finado
A poesia, que é o nosso
Tamborim de paixão,
O mel do nosso paraíso,
A canoa dos namorados
Que os leva ao Tejo,
O banjo do jazz,
O adorno dos nossos sonhos
Não pode ser, ela não nos pode
Abandonar assim, é demasiado
Covarde para ser verdade!
Claro amigos!
Não passou de um reles
E torpe boato
A poesia nunca morre,
Ela é a fonte da vida,
É a natureza do amor,
Ela é paixão, é fornalha
Ela é a felicidade da multidão
Ela é o deleite do infinito viver
É o sorriso da criança,
É a nossa esperança
Que afasta a solidão
É o perfume da primavera
É o brilhozinho do Poeta
A poesia nunca morre!
De: Fernando Ramos
573
A poesia morreu!
Será?
Dizem que foi assassinada
Será?
Coitada da poesia, foi-se!
Será?
O povo lá dos campos silvestres,
Da aldeia, da cidade... Duvidava
A poesia não morre
A poesia é sempre a vida
De que morreu?
Perguntou incrédulo
Um trovador desconhecido
É que, era tão difícil de acreditar
Que a poesia se tivesse finado
A poesia, que é o nosso
Tamborim de paixão,
O mel do nosso paraíso,
A canoa dos namorados
Que os leva ao Tejo,
O banjo do jazz,
O adorno dos nossos sonhos
Não pode ser, ela não nos pode
Abandonar assim, é demasiado
Covarde para ser verdade!
Claro amigos!
Não passou de um reles
E torpe boato
A poesia nunca morre,
Ela é a fonte da vida,
É a natureza do amor,
Ela é paixão, é fornalha
Ela é a felicidade da multidão
Ela é o deleite do infinito viver
É o sorriso da criança,
É a nossa esperança
Que afasta a solidão
É o perfume da primavera
É o brilhozinho do Poeta
A poesia nunca morre!
De: Fernando Ramos
573
outubro 24, 2006
SENHOR, DAI-ME UM AMOR
SENHOR, DAI-ME UM AMOR
Senhor, dai-me um amor,
de olhos cristalinos
Que em seus lábios possa roubar
beijos de sabor a morango
no silencio de murmúrios
Senhor, dai-me a mulher amada,
que tanto busco na multidão
de meus sonhos, como um acto
constante de minha vida
Senhor, dai-me um amor,
P’ra que possa proclamar
ao vento minha loucura
de tanta paixão,
ou gritar à sua mínima ternura
que será meu único destino
sobrevivente da felicidade
empregnada de doçura
Senhor, dai-me um amor,
Para que seu peito
aqueça meu coração
desesperado de sedução.
que apenas anseia a paz suave
dos bons momentos
do mel do paraíso,
como vem citado na página
folheada de um livro vivo
Senhor, dai-me um amor!
De: fernando Ramos
572
Senhor, dai-me um amor,
de olhos cristalinos
Que em seus lábios possa roubar
beijos de sabor a morango
no silencio de murmúrios
Senhor, dai-me a mulher amada,
que tanto busco na multidão
de meus sonhos, como um acto
constante de minha vida
Senhor, dai-me um amor,
P’ra que possa proclamar
ao vento minha loucura
de tanta paixão,
ou gritar à sua mínima ternura
que será meu único destino
sobrevivente da felicidade
empregnada de doçura
Senhor, dai-me um amor,
Para que seu peito
aqueça meu coração
desesperado de sedução.
que apenas anseia a paz suave
dos bons momentos
do mel do paraíso,
como vem citado na página
folheada de um livro vivo
Senhor, dai-me um amor!
De: fernando Ramos
572
outubro 23, 2006
NAUS E CARAVELAS
NAUS E CARAVELAS
No horizonte, avista-se Naus e Caravelas
Vem de mares outrora desconhecidos
Trazem ouro, organdins e canelas
E Valentes que no Bojador navegaram perdidos
No mastro mais alto, vem a bandeira
Que ao vento suporta feitos heróicos
De um povo, de Becos, Vielas e Ladeira
Servindo a Pátria em Descobrimentos históricos
No Tejo, as Naus e Caravelas vão acostar
Comandadas p’la onda que o rio tece
É uma prenda do Céu que vai chegar
Num dia de primavera que floresce
P’los marinheiros estão noivas de atalaia
Trazendo rosas de sorrisos perfumados
Vem vestidas de chita e cambraia
Deslumbrantes p’ra seus heróis amados
E na cidade, o povo canta por estar feliz
Dança, e chora de alegria
Vira-se mais uma página escrita de raiz
P’ra história, governada p’la burguesia
De: Fernando ramos
571
No horizonte, avista-se Naus e Caravelas
Vem de mares outrora desconhecidos
Trazem ouro, organdins e canelas
E Valentes que no Bojador navegaram perdidos
No mastro mais alto, vem a bandeira
Que ao vento suporta feitos heróicos
De um povo, de Becos, Vielas e Ladeira
Servindo a Pátria em Descobrimentos históricos
No Tejo, as Naus e Caravelas vão acostar
Comandadas p’la onda que o rio tece
É uma prenda do Céu que vai chegar
Num dia de primavera que floresce
P’los marinheiros estão noivas de atalaia
Trazendo rosas de sorrisos perfumados
Vem vestidas de chita e cambraia
Deslumbrantes p’ra seus heróis amados
E na cidade, o povo canta por estar feliz
Dança, e chora de alegria
Vira-se mais uma página escrita de raiz
P’ra história, governada p’la burguesia
De: Fernando ramos
571
A GUERRA É COISA FEIA
A GUERRA É COISA FEIA
A guerra é coisa feia
Mantida por guardas pretorianos
Comandados por senhores
Proprietários de armas
Que mantêm o poder p’lo medo
Matam, e ferem quem mais precisa
E são os que buscam
Sensatez, concórdia, e amor
Em troca,
O que recebem, são males e lixo
Da sociedade dos poderosos
O que dói, a quem procura a paz,
É a solidão do olhar
E a tristeza de seu rosto,
Que deixa qualquer coração
Gélido como o orvalho de inverno
Senhores...
A guerra é algo de ruim,
P’ra bem do mundo
O melhor é exterminá-la!
de: Fernando Ramos
570
A guerra é coisa feia
Mantida por guardas pretorianos
Comandados por senhores
Proprietários de armas
Que mantêm o poder p’lo medo
Matam, e ferem quem mais precisa
E são os que buscam
Sensatez, concórdia, e amor
Em troca,
O que recebem, são males e lixo
Da sociedade dos poderosos
O que dói, a quem procura a paz,
É a solidão do olhar
E a tristeza de seu rosto,
Que deixa qualquer coração
Gélido como o orvalho de inverno
Senhores...
A guerra é algo de ruim,
P’ra bem do mundo
O melhor é exterminá-la!
de: Fernando Ramos
570
BEM AOS OUTROS
BEM AOS OUTROS
(soneto)
O bem, que a outros prestamos
É sem interesse, e com afeição
Com eles partilhamos
Amizade de nosso coração
Quando um irmão ajudamos
Estamos amando Deus
Graças, a ele damos
Por todos sermos, filhos seus
Amar o semelhante é um mimo
Que traz exuberância intensa
A nosso sorriso cristalino
Ele nos faz ficar feliz
E aceitarmos com paciência
Os outros, conforme o Divino diz
De; Fernando Ramos
569
(soneto)
O bem, que a outros prestamos
É sem interesse, e com afeição
Com eles partilhamos
Amizade de nosso coração
Quando um irmão ajudamos
Estamos amando Deus
Graças, a ele damos
Por todos sermos, filhos seus
Amar o semelhante é um mimo
Que traz exuberância intensa
A nosso sorriso cristalino
Ele nos faz ficar feliz
E aceitarmos com paciência
Os outros, conforme o Divino diz
De; Fernando Ramos
569
outubro 22, 2006
AJUDA DE DEUS
AJUDA DE DEUS
Deus, achou que mal fizera
Do pecado peço perdão
Ó meu Divino quem me dera
Que me concedas tua razão
Bem tento não pecar
Mas a tentação não deixa
Ajuda-me, o mal ultrapassar
Que meu sentimento veja
Na tua infinita bondade
Torna-me uma ovelha melhor
Dá ao meu destino criatividade
Para de teu filho, não ser o pior
Te agradeço a Santa decisão
Prós meus problemas de vida
Decerto terei melhor coração
Em ajudar uma causa perdida
De: Fernando Ramos
568
Deus, achou que mal fizera
Do pecado peço perdão
Ó meu Divino quem me dera
Que me concedas tua razão
Bem tento não pecar
Mas a tentação não deixa
Ajuda-me, o mal ultrapassar
Que meu sentimento veja
Na tua infinita bondade
Torna-me uma ovelha melhor
Dá ao meu destino criatividade
Para de teu filho, não ser o pior
Te agradeço a Santa decisão
Prós meus problemas de vida
Decerto terei melhor coração
Em ajudar uma causa perdida
De: Fernando Ramos
568
CRIAR COM AMOR
CRIAR COM AMOR
Criar com amor,
poderá ser a emoção
De beijar uma flor,
que nos aquece o coração
Poderá ser a ternura
que entregamos a outros
Que nos amam com doçura
e por vezes nos deixam tontos
Criar, poderá ser o aprender,
que é um dom só para alguns
Aí começa o sonho da posse, do ter
que é só privilégio de uns
Criar poderá ser uma vida
que vem do ventre da mulher
Mais tarde, se poderá sentir perdida
por ser tratada como qualquer
Criar com amor,
é a nossa força de querer
Que dá à vida linda cor,
e que nos acompanha até morrer
Mas criar, criar, além do amor é alegria
que nos seguirá vida fora
Numa loucura desmedida
sempre, sempre, e agora
De: Fernando ramos
567
Criar com amor,
poderá ser a emoção
De beijar uma flor,
que nos aquece o coração
Poderá ser a ternura
que entregamos a outros
Que nos amam com doçura
e por vezes nos deixam tontos
Criar, poderá ser o aprender,
que é um dom só para alguns
Aí começa o sonho da posse, do ter
que é só privilégio de uns
Criar poderá ser uma vida
que vem do ventre da mulher
Mais tarde, se poderá sentir perdida
por ser tratada como qualquer
Criar com amor,
é a nossa força de querer
Que dá à vida linda cor,
e que nos acompanha até morrer
Mas criar, criar, além do amor é alegria
que nos seguirá vida fora
Numa loucura desmedida
sempre, sempre, e agora
De: Fernando ramos
567
NOSSA EXISTÊNCIA
NOSSA EXISTÊNCIA
Existem nuvens negras
neste mundo do faz de conta
Dá até a sensação
que existem dois mundos
Um, onde o capital
é o que o faz girar,
pensando eles
que estão perto do seu céu
Esses são muito poucos
Os do outro mundo ,
que é a maioria,
vive à margem desses
tristes sonhadores
O factor material,
para eles é mais importante
que a solidariedade,
o combate à fome, ou o amor
O dinheiro ganhou
demasiada importância
na vida de cada um
Esquecendo-se todos
que a nossa existência
é simplesmente
uma passagem tão breve,
e tão fugaz como o cometa,
como um click de dedos,
ou tão rápida como o bater
de asas do colibri
Por isso nada é tão importante
como a pessoa humana,
O resto, mas mesmo o resto,
são simplesmente ninharias
De: Fernando ramos
566
Existem nuvens negras
neste mundo do faz de conta
Dá até a sensação
que existem dois mundos
Um, onde o capital
é o que o faz girar,
pensando eles
que estão perto do seu céu
Esses são muito poucos
Os do outro mundo ,
que é a maioria,
vive à margem desses
tristes sonhadores
O factor material,
para eles é mais importante
que a solidariedade,
o combate à fome, ou o amor
O dinheiro ganhou
demasiada importância
na vida de cada um
Esquecendo-se todos
que a nossa existência
é simplesmente
uma passagem tão breve,
e tão fugaz como o cometa,
como um click de dedos,
ou tão rápida como o bater
de asas do colibri
Por isso nada é tão importante
como a pessoa humana,
O resto, mas mesmo o resto,
são simplesmente ninharias
De: Fernando ramos
566
outubro 20, 2006
A CALÚNIA
A CALÚNIA
No meio de enorme tempestade
Fui alvo de triste calúnia
Era um escândalo de inverdade
Quase me deixou na penúria
Felizmente, a verdade apareceu
Para desgosto de alguns
Pergunto como tudo isto aconteceu
De ser caluniado por uns
Foi-me roubado um momento de liberdade
Numa invenção reles, e mentirosa
Perdi anos de credibilidade
Ganhos em minha vida penosa
Agora voltei a viver
Com a certeza da razão
Peço a Deus para me proteger
De nova vil confusão
Aos delatores de mal dizer
Não desejo este castigo errante
Deus lhes perdoe, e os faça aprender
A ter respeito p’lo seu semelhante
De: fernando Ramos
565
No meio de enorme tempestade
Fui alvo de triste calúnia
Era um escândalo de inverdade
Quase me deixou na penúria
Felizmente, a verdade apareceu
Para desgosto de alguns
Pergunto como tudo isto aconteceu
De ser caluniado por uns
Foi-me roubado um momento de liberdade
Numa invenção reles, e mentirosa
Perdi anos de credibilidade
Ganhos em minha vida penosa
Agora voltei a viver
Com a certeza da razão
Peço a Deus para me proteger
De nova vil confusão
Aos delatores de mal dizer
Não desejo este castigo errante
Deus lhes perdoe, e os faça aprender
A ter respeito p’lo seu semelhante
De: fernando Ramos
565
CAUSA PERDIDA
CAUSA PERDIDA
A festa terminou sem ilusão
Num sentimento que morreu
A flor murchou em meu coração
Que sofre de amor p’lo teu
Sei que é uma causa perdida
O amor que tenho por ti
Mas sempre estive dividida
Se o deixava cair por aí
Vivia na alegria e sem razão
Sabia que era um eufemismo
De palavras saídas do coração
Gritando todo meu romantismo
Hoje minha paixão é tristeza
Que se vai sumir no tempo
Viverei por ai na certeza
Que breve esfumará o lamento
De: Fernando ramos
564
A festa terminou sem ilusão
Num sentimento que morreu
A flor murchou em meu coração
Que sofre de amor p’lo teu
Sei que é uma causa perdida
O amor que tenho por ti
Mas sempre estive dividida
Se o deixava cair por aí
Vivia na alegria e sem razão
Sabia que era um eufemismo
De palavras saídas do coração
Gritando todo meu romantismo
Hoje minha paixão é tristeza
Que se vai sumir no tempo
Viverei por ai na certeza
Que breve esfumará o lamento
De: Fernando ramos
564
RECADINHO PARA MARIA
RECADINHO PARA MARIA
Quero ir à tasca, Maria
Lá p’ra rua do Capelão
Ficar ali, até romper o dia
Bebendo vinho, comendo pão
Tenho lá meus amigos, Maria
Que cantam o fado sem ilusão
E p’ra um deles, eu já sabia
Que és mulher de seu coração
Naquele grupo, Maria
Está o João cantadeiro
Pergunta por ti com simpatia
E desse coração, quer ser primeiro
Trago-te este recadinho, Maria
Que é uma quadra do João
A canta num fado com alegria
Pensando em ti com emoção
“Te amo tanto, Maria
Só Deus sabe porque acontece
Teu amor eu bem queria
Porque o meu, de ti padece”
Agora que entreguei o recado, Maria
Que é uma quadra de desejo e paixão
Casa com ele, na Igreja de Santa Luzia
Não faças sofrer mais seu coração
De: Fernando Ramos
563
Quero ir à tasca, Maria
Lá p’ra rua do Capelão
Ficar ali, até romper o dia
Bebendo vinho, comendo pão
Tenho lá meus amigos, Maria
Que cantam o fado sem ilusão
E p’ra um deles, eu já sabia
Que és mulher de seu coração
Naquele grupo, Maria
Está o João cantadeiro
Pergunta por ti com simpatia
E desse coração, quer ser primeiro
Trago-te este recadinho, Maria
Que é uma quadra do João
A canta num fado com alegria
Pensando em ti com emoção
“Te amo tanto, Maria
Só Deus sabe porque acontece
Teu amor eu bem queria
Porque o meu, de ti padece”
Agora que entreguei o recado, Maria
Que é uma quadra de desejo e paixão
Casa com ele, na Igreja de Santa Luzia
Não faças sofrer mais seu coração
De: Fernando Ramos
563
LOBOS NÃO COMEM LOBOS
LOBOS NÃO COMEM LOBOS
Um grande capitalista conhecido
Vestido de fraque e cartola
Grita pró criado desconhecido
Que lhe traga sua valiosa sacola
O pobre do empregado
Não percebeu o que ele queria
Pensou e disse: “Estou desgraçado
Como vou atender sua Senhoria”
O empresário gordo e matreiro
Percebeu aquela aflição
De novo gritou pró tarefeiro
Que era um incompetente, e ladrão
Ele me chamou ladrão?
Diz o trabalhador já zangado
Lá por ele ser meu patrão
De mim não pode estar desconfiado
Esta gente rica de dinheiro
Que tem tudo e umas botas
Julgam que o mundo é deles por inteiro
Só porque tem muitas notas
Tratam os outros com desdém
Julgando que somos uns bobos
Apesar de não termos vintém
Sei que lobos não comem lobos
Porque se protegem uns, aos outros
E deles não sou leal conselheiro
Nem se quer, quero ver seus rostos
Bem podem guardar seu dinheiro
E o empregado foi embora
Deixando o patrão apeado
Pois já estava na hora
De abandonar aquele emproado
de: Fernando Ramos
562
Um grande capitalista conhecido
Vestido de fraque e cartola
Grita pró criado desconhecido
Que lhe traga sua valiosa sacola
O pobre do empregado
Não percebeu o que ele queria
Pensou e disse: “Estou desgraçado
Como vou atender sua Senhoria”
O empresário gordo e matreiro
Percebeu aquela aflição
De novo gritou pró tarefeiro
Que era um incompetente, e ladrão
Ele me chamou ladrão?
Diz o trabalhador já zangado
Lá por ele ser meu patrão
De mim não pode estar desconfiado
Esta gente rica de dinheiro
Que tem tudo e umas botas
Julgam que o mundo é deles por inteiro
Só porque tem muitas notas
Tratam os outros com desdém
Julgando que somos uns bobos
Apesar de não termos vintém
Sei que lobos não comem lobos
Porque se protegem uns, aos outros
E deles não sou leal conselheiro
Nem se quer, quero ver seus rostos
Bem podem guardar seu dinheiro
E o empregado foi embora
Deixando o patrão apeado
Pois já estava na hora
De abandonar aquele emproado
de: Fernando Ramos
562
outubro 19, 2006
SOLDADO NO MEIO DO NADA
SOLDADO NO MEIO DO NADA
Fui soldado, num capim agreste
e desconhecido de parte incerta
Onde à chuva e ao sol
combatia contra medos
que perseguiam
noites de mil perigos,
por debaixo de um camião Berliet,
carregada de areia,
que era o telhado de nossas vida
À noite sentia na pele
o grito do cacimbo Africano
onde se escondia meus receios,
p’la proximidade
de um inimigo bem real,
cuja sua sombra pressentia
E nas terras de fim do mundo,
fui um soldado no meio do nada,
que lutei por meu país,
na África por tantos amada,
e também amada por mim
Terra cheio de valentes
na sua história
E, eu não passei de apenas
como tantos, e tantos outros
de soldado desconhecido
Fui soldado, e homem de bem,
ali estive naquele campo
que rasgava a alma de esperança
com minha dor,
sonhando a paz, e o amor
por um adversário, que como eu,
também era um soldado
no meio de nada
Este final terá de chegar,
pesávamos todos,
p’ra que possamos libertar
a pomba Branca
das gaiolas da loucura do homem
Hoje o tempo passou,
e o sentimento de soldado da paz
se mantém p’la vida fora
de: Fernando Ramos
560
Fui soldado, num capim agreste
e desconhecido de parte incerta
Onde à chuva e ao sol
combatia contra medos
que perseguiam
noites de mil perigos,
por debaixo de um camião Berliet,
carregada de areia,
que era o telhado de nossas vida
À noite sentia na pele
o grito do cacimbo Africano
onde se escondia meus receios,
p’la proximidade
de um inimigo bem real,
cuja sua sombra pressentia
E nas terras de fim do mundo,
fui um soldado no meio do nada,
que lutei por meu país,
na África por tantos amada,
e também amada por mim
Terra cheio de valentes
na sua história
E, eu não passei de apenas
como tantos, e tantos outros
de soldado desconhecido
Fui soldado, e homem de bem,
ali estive naquele campo
que rasgava a alma de esperança
com minha dor,
sonhando a paz, e o amor
por um adversário, que como eu,
também era um soldado
no meio de nada
Este final terá de chegar,
pesávamos todos,
p’ra que possamos libertar
a pomba Branca
das gaiolas da loucura do homem
Hoje o tempo passou,
e o sentimento de soldado da paz
se mantém p’la vida fora
de: Fernando Ramos
560
outubro 18, 2006
DESAPARECEU A BATUTA DO MAESTRO
DESAPARECEU A BATUTA DO MAESTRO
À boca pequena diz-se na cidade
Que o Maestro perdeu sua batuta
Lá, todos pedem por caridade
Encontrem-na, em pressa absoluta
É seu instrumento de trabalho
Dirige uma orquestra com mestria
Os jornais imploram no cabeçalho:
"Volta batuta p’ra nossa alegria"
O pobre do maestro anda desolado
Sua orquestra, de certo vai perde-la
Na penumbra da noite algo foi encontrado
Era a batuta dirigindo uma estrela
E foi magia naquela cidade
A orquestra prontamente tocou
O povo lá, está feliz em liberdade
É que a batuta, ao maestro voltou
De: Fernando ramos
558
À boca pequena diz-se na cidade
Que o Maestro perdeu sua batuta
Lá, todos pedem por caridade
Encontrem-na, em pressa absoluta
É seu instrumento de trabalho
Dirige uma orquestra com mestria
Os jornais imploram no cabeçalho:
"Volta batuta p’ra nossa alegria"
O pobre do maestro anda desolado
Sua orquestra, de certo vai perde-la
Na penumbra da noite algo foi encontrado
Era a batuta dirigindo uma estrela
E foi magia naquela cidade
A orquestra prontamente tocou
O povo lá, está feliz em liberdade
É que a batuta, ao maestro voltou
De: Fernando ramos
558
ARTISTA DO FADO
ARTISTA DO FADO
Sou artista por opção,
O fado é o meu gosto
Canto-o sem ilusão
Nele vai meu rosto
Por aí, passei a cantar
Poemas de amigos meus
Eles me inspiram, e fazem amar
A vida que agradeço a Deus
Meu coração à muito que os canta,
Brevemente vai deixar de bater
Dedilham cordas na guitarra Santa
Desse fado de amor e entristecer
Estou no fim do meu caminho
Que me vai levar na minha hora
Deixarei este meu ninho
Ele foi meu lar, a vida fora
Mas o fado, vai comigo
Porque é minha vontade
A Deus faço este pedido
P’ra dele não sentir saudade
De: fernando ramos
557
Sou artista por opção,
O fado é o meu gosto
Canto-o sem ilusão
Nele vai meu rosto
Por aí, passei a cantar
Poemas de amigos meus
Eles me inspiram, e fazem amar
A vida que agradeço a Deus
Meu coração à muito que os canta,
Brevemente vai deixar de bater
Dedilham cordas na guitarra Santa
Desse fado de amor e entristecer
Estou no fim do meu caminho
Que me vai levar na minha hora
Deixarei este meu ninho
Ele foi meu lar, a vida fora
Mas o fado, vai comigo
Porque é minha vontade
A Deus faço este pedido
P’ra dele não sentir saudade
De: fernando ramos
557
outubro 17, 2006
SEGREDOS EM MURMÚRIOS
SEGREDOS EM MURMÚRIOS
Nossos segredos em murmúrios
Das longas doces madrugadas
Não eram tristes perjúrios
Terminados em manhãs aconchegadas
Os segredos em belas palavras
Tidos em nosso leito de amor
Nem eram promessas furadas
P’ra um futuro rico e incolor
Eles deambulavam no coração
Vindos de lábios em prazer
Sem nunca nos dar ilusão
Que juntos iríamos vencer
E ganhamos os nossos sonhos
Nesse prazer soberbo
Dos murmúrios não tristonhos
Não ficou nosso medo
De: fernando Ramos
556
Nossos segredos em murmúrios
Das longas doces madrugadas
Não eram tristes perjúrios
Terminados em manhãs aconchegadas
Os segredos em belas palavras
Tidos em nosso leito de amor
Nem eram promessas furadas
P’ra um futuro rico e incolor
Eles deambulavam no coração
Vindos de lábios em prazer
Sem nunca nos dar ilusão
Que juntos iríamos vencer
E ganhamos os nossos sonhos
Nesse prazer soberbo
Dos murmúrios não tristonhos
Não ficou nosso medo
De: fernando Ramos
556
outubro 16, 2006
MINHA MÃE, MEU DOCE AMOR
MINHA MÃE MEU DOCE AMOR
Minha mãe é uma estrela
No infinito do céu
Foi embora, e estou a vê-la
No lindo sorriso, que é seu
Ela é a chama da vida
E o sopro da minha razão
Tristeza em mim é descabida
Porque a trago no coração
Para mim, é uma flor
Que alegra minha sala
Aí, a beijo num doce amor
Gravando-a em minha alma
Eu e ela, somos um só
Disse-me quando nasci
De mim não tenham dó
Porque ela e eu, vamos por aí
De: fernando ramos
554
Minha mãe é uma estrela
No infinito do céu
Foi embora, e estou a vê-la
No lindo sorriso, que é seu
Ela é a chama da vida
E o sopro da minha razão
Tristeza em mim é descabida
Porque a trago no coração
Para mim, é uma flor
Que alegra minha sala
Aí, a beijo num doce amor
Gravando-a em minha alma
Eu e ela, somos um só
Disse-me quando nasci
De mim não tenham dó
Porque ela e eu, vamos por aí
De: fernando ramos
554
outubro 15, 2006
PRECÁRIO VIVER
PRECÁRIO VIVER
Quis perguntar a um amigo
Que noticias traz o vento
Preciso de saber se consigo
Ver quantos vivem ao relento
É que, na minha Cidade
Solidariedade é palavra vã
Tantos vivem de caridade
Que não lhes traz vida sã
O vento não soube responder
Quantos não tem vida rica
Disse que uns, lhes dão de comer
E algum amor,
Por ali se pratica
Neste precário viver
A miséria está aumentar
Tantos dela,
Depressa irão morrer
Outros, tristeza vão acusar
Meu amigo não gostou de saber
Que más noticias não vão terminar
Lá, há quem não queira querer
Que é pior o egoísmo,
Que outros amar
De: Fernando Ramos
553
Quis perguntar a um amigo
Que noticias traz o vento
Preciso de saber se consigo
Ver quantos vivem ao relento
É que, na minha Cidade
Solidariedade é palavra vã
Tantos vivem de caridade
Que não lhes traz vida sã
O vento não soube responder
Quantos não tem vida rica
Disse que uns, lhes dão de comer
E algum amor,
Por ali se pratica
Neste precário viver
A miséria está aumentar
Tantos dela,
Depressa irão morrer
Outros, tristeza vão acusar
Meu amigo não gostou de saber
Que más noticias não vão terminar
Lá, há quem não queira querer
Que é pior o egoísmo,
Que outros amar
De: Fernando Ramos
553
outubro 14, 2006
PROCURO MINHA IRMÃ
PROCURO MINHA IRMÃ
Procuro-te minha querida irmã,
Nesta vida que não vai acalma
Deixei-te com nossa mamã,
Resta a lembrança, gravada na alma
Separamo-nos, éramos meninas
Devido ás contingências da vida
Hoje já somos bem crescidas
Queremos terminar essa partida
Até hoje não te encontrei
Vá-se lá saber porque foi
Deus não te trouxe, bem sei
Guardo a saudade que muito dói
Um dia te irei encontrar
E darei louvas ao Criador
Não mais te vou largar
E, irá parar minha dor
Este encontro ansiamos ter
E Nossos coração ficará feliz
Será como Deus vai querer
Viveremos como ele nos diz
De: fernando Ramos
552
Procuro-te minha querida irmã,
Nesta vida que não vai acalma
Deixei-te com nossa mamã,
Resta a lembrança, gravada na alma
Separamo-nos, éramos meninas
Devido ás contingências da vida
Hoje já somos bem crescidas
Queremos terminar essa partida
Até hoje não te encontrei
Vá-se lá saber porque foi
Deus não te trouxe, bem sei
Guardo a saudade que muito dói
Um dia te irei encontrar
E darei louvas ao Criador
Não mais te vou largar
E, irá parar minha dor
Este encontro ansiamos ter
E Nossos coração ficará feliz
Será como Deus vai querer
Viveremos como ele nos diz
De: fernando Ramos
552
PORTUGAL À BOLINA
PORTUGAL À BOLINA
Para onde vais Portugal,
Andas ao sabor da bolina
O Zé, por aí vive mal
Bebendo lágrimas em surdina
Partiste com Santos nas Caravelas,
Destes grandes lições ao mundo
Agora tens-nos nas Capelas
Rezando p’ro país, não ir ao fundo
Ai Portugal, Portugal
A vida aqui está preta
O povo não acha normal
Seus impostos irem p’la valeta
Alguém deles se aproveita
E não é o povo, que pouco tem
À sua sina, mal se ajeita
De pagar tudo, com parco vintém
De: Fernando Ramos
550
Para onde vais Portugal,
Andas ao sabor da bolina
O Zé, por aí vive mal
Bebendo lágrimas em surdina
Partiste com Santos nas Caravelas,
Destes grandes lições ao mundo
Agora tens-nos nas Capelas
Rezando p’ro país, não ir ao fundo
Ai Portugal, Portugal
A vida aqui está preta
O povo não acha normal
Seus impostos irem p’la valeta
Alguém deles se aproveita
E não é o povo, que pouco tem
À sua sina, mal se ajeita
De pagar tudo, com parco vintém
De: Fernando Ramos
550
outubro 13, 2006
ARVORES MALTRATADAS
ARVORES MALTRATADAS
As arvores não tem alma
Algumas se encontram no trilho
À sua sombra de tarde calma,
Alguém as trata como um filho
Será mãe, ou será pai
Que a beija sem cobardia
Como é arvore, não dá um ai
Dá sombra e simpatia
Alguém de rosto feio
Ousa, a retalhar sem paixão
Quem a rega, e de permeio
Não deixa de lhe dar um sermão
A arvore não é para maltratar
Mas dar lhes carinho e amor
É que apesar de não falar
Também morrem tristes de dor
De: Fernando Ramos
549
As arvores não tem alma
Algumas se encontram no trilho
À sua sombra de tarde calma,
Alguém as trata como um filho
Será mãe, ou será pai
Que a beija sem cobardia
Como é arvore, não dá um ai
Dá sombra e simpatia
Alguém de rosto feio
Ousa, a retalhar sem paixão
Quem a rega, e de permeio
Não deixa de lhe dar um sermão
A arvore não é para maltratar
Mas dar lhes carinho e amor
É que apesar de não falar
Também morrem tristes de dor
De: Fernando Ramos
549
LISBOA E OS PREGOEIROS
LISBOA E OS PREGOEIROS
No fins das noites frias
Chega o sol p’la aurora
A Lisboa de alegrias
Ouvindo-se pregões nessa hora
Brilhavam tantos corações,
Ao pregoar da linda Sardinha
Mais a Fava Rica, das ilusões
E um grito, “Olha a Baunilha”
Na Lisboa de outra era,
Também havia o Funileiro
A Língua da Sogra, que não era fera
E a sorte grande do Cauteleiro
Não faltavam sonhos, nem fantasia
A estes bonitos pregões Alfacinhas
Era a Mouraria na sua magia,
Nas aberturas de suas Tasquinhas
Lá estava o Ferro Velho, cantor,
Mais o da Palha Barata
O Queijo Saloio, e o Amolador
Dessa Lisboa pouco farta
Mas não faltava algum comer,
E tinha-se o Bolinhas de Berlim,
Trapos e Garrafas p’ra Vender
Mais o Petrolino, o Carapau, tudo enfim
E as senhoras lá das ruas,
Iam todas ás janelas
Olhavam no Tejo as faluas,
Quem as via, gostava delas
Era assim Lisboa de outras épocas
Na sua limitada liberdade
Os pregoeiros, estavam nas horas certas
Hoje não existem, ficou a saudade
De: Fernando Ramos
548
No fins das noites frias
Chega o sol p’la aurora
A Lisboa de alegrias
Ouvindo-se pregões nessa hora
Brilhavam tantos corações,
Ao pregoar da linda Sardinha
Mais a Fava Rica, das ilusões
E um grito, “Olha a Baunilha”
Na Lisboa de outra era,
Também havia o Funileiro
A Língua da Sogra, que não era fera
E a sorte grande do Cauteleiro
Não faltavam sonhos, nem fantasia
A estes bonitos pregões Alfacinhas
Era a Mouraria na sua magia,
Nas aberturas de suas Tasquinhas
Lá estava o Ferro Velho, cantor,
Mais o da Palha Barata
O Queijo Saloio, e o Amolador
Dessa Lisboa pouco farta
Mas não faltava algum comer,
E tinha-se o Bolinhas de Berlim,
Trapos e Garrafas p’ra Vender
Mais o Petrolino, o Carapau, tudo enfim
E as senhoras lá das ruas,
Iam todas ás janelas
Olhavam no Tejo as faluas,
Quem as via, gostava delas
Era assim Lisboa de outras épocas
Na sua limitada liberdade
Os pregoeiros, estavam nas horas certas
Hoje não existem, ficou a saudade
De: Fernando Ramos
548
outubro 12, 2006
O MEU SONHO
O MEU SONHO
(soneto)
Meu sonho, é pedaço do céu
Que guardo no coração
É tão lindo, é só meu
Por ele vivo na ilusão
Quem vai dizer ao coração
Que é apenas uma tontaria
Se o perco, perco a razão
Só a tristeza me restaria
É o meu grande rio,
E vai correndo p’ro mar
Ele, me surgiu num dia frio
Onde o sonho aconteceu
Nele vi, linda mulher de se amar
E meu coração, embeveceu
de: Fernando Ramos
546
(soneto)
Meu sonho, é pedaço do céu
Que guardo no coração
É tão lindo, é só meu
Por ele vivo na ilusão
Quem vai dizer ao coração
Que é apenas uma tontaria
Se o perco, perco a razão
Só a tristeza me restaria
É o meu grande rio,
E vai correndo p’ro mar
Ele, me surgiu num dia frio
Onde o sonho aconteceu
Nele vi, linda mulher de se amar
E meu coração, embeveceu
de: Fernando Ramos
546
outubro 11, 2006
ATITUDE
ATITUDE
Vou tomar uma atitude,
Como decisão consensual
Dizemos nós na juventude
Quando, a algo reagimos mal
Mas depois mais crescidinhos
Já não pensamos assim
Elas se tomam aos bocadinhos
Porque senão, não teriam fim
E ao dizermos isto
Nossa vida queremos mudar
Estamos cansados, está visto,
O destino tentamos modificar
Atitudes todos tomamos
E algumas sem razão
Das dos outros, até falamos
Mas das nossas é que não
Não daremos o braço a torcer
Se ela tiver um mau final
Ficaremos sempre a perder
Por tomar atitude tal
De: fernando ramos
545
Vou tomar uma atitude,
Como decisão consensual
Dizemos nós na juventude
Quando, a algo reagimos mal
Mas depois mais crescidinhos
Já não pensamos assim
Elas se tomam aos bocadinhos
Porque senão, não teriam fim
E ao dizermos isto
Nossa vida queremos mudar
Estamos cansados, está visto,
O destino tentamos modificar
Atitudes todos tomamos
E algumas sem razão
Das dos outros, até falamos
Mas das nossas é que não
Não daremos o braço a torcer
Se ela tiver um mau final
Ficaremos sempre a perder
Por tomar atitude tal
De: fernando ramos
545
AMORES PERFEITOS
AMORES PERFEITOS
Lentamente vou caminhando,
na rua de todos os meus segredos
Segredos que estão guardados em cada pedra
da calçada que formam a história de vida
de tantos como eu, e que ali depositam
todos os seus dissabores,
ou momentos mágicos que a vida
também lhes oferece
Serpenteando calcorreio meio ébrio,
a pedra agreste deste meu chão sagrado,
apesar de ser tão agreste e frio como esta noite
Onde a brisa rasgada pelo vento
gélido e sem dó, se entrega a meu
pobre rosto, velho e cansado
Mais uma fim de tarde passado junto de companheiros,
onde estupidamente nos entregamos a beber,
como acontece quase todos os dias
Tentamos embebedar nossas mágoas
de vida difícil , só as suportando com o agridoce
do néctar de Baco, que nos vai ajudando na luta que travamos
na fábrica onde trabalhamos, junto a um patrão insensível,
e sem coração, que não percebe ou não quer perceber
as nossas más vivências, e os nossos desgostos
Onde ele lucrando bom dinheiro, nos paga uns míseros cobres
que mal chegam para manter a família,
que dado à pobreza existente, se vai desagregando
pouco a pouco, onde uns numa ânsia infinita
de seguir seus sonhos que lhes trazem fartura,
se esquecem de que a vida passa num instante,
e esse instante é muito pouco tempo para sonhar,
não se sabendo bem para onde seus sonhos os quer levar,
se calhar não à riqueza desejada, mas sim para o fel,
que eles sem nós esperarmos, o oferece
Em casa, minha mulher me espera,
como acontece todas as noites
Ela tem sido o meu farol, e o meu livro aberto,
que noite após noite vê entrar as amarguras,
por nossa porta a dentro
Ela, é o meu destino sobrevivente, e a minha felicidade,
que com sua dedicação e carinho, me faz sentir bem,
dando um brilhozinho maroto a meu olhar
Pacientemente vai assistindo à minha má vontade
para com este mundo, tão avaro
de presas fáceis como eu, dizendo-me
que apesar dos largos anos de vivência comum,
ainda me quer e ainda sente a chama,
aquela chama que a faz aguardar impacientemente
por mim todas as noites
Fazendo com que nosso amor continue fervilhando
de alguma magia
Sussurrando-lhe eu, que por ela meus sentimentos
tem tantos meandros como os rios,
só é preciso é o seu coração segui-los
E que numa das margens, estarei sempre à sua espera
com um lindo ramo de flores azuis, de amores perfeitos
de: fernando ramos
544
Lentamente vou caminhando,
na rua de todos os meus segredos
Segredos que estão guardados em cada pedra
da calçada que formam a história de vida
de tantos como eu, e que ali depositam
todos os seus dissabores,
ou momentos mágicos que a vida
também lhes oferece
Serpenteando calcorreio meio ébrio,
a pedra agreste deste meu chão sagrado,
apesar de ser tão agreste e frio como esta noite
Onde a brisa rasgada pelo vento
gélido e sem dó, se entrega a meu
pobre rosto, velho e cansado
Mais uma fim de tarde passado junto de companheiros,
onde estupidamente nos entregamos a beber,
como acontece quase todos os dias
Tentamos embebedar nossas mágoas
de vida difícil , só as suportando com o agridoce
do néctar de Baco, que nos vai ajudando na luta que travamos
na fábrica onde trabalhamos, junto a um patrão insensível,
e sem coração, que não percebe ou não quer perceber
as nossas más vivências, e os nossos desgostos
Onde ele lucrando bom dinheiro, nos paga uns míseros cobres
que mal chegam para manter a família,
que dado à pobreza existente, se vai desagregando
pouco a pouco, onde uns numa ânsia infinita
de seguir seus sonhos que lhes trazem fartura,
se esquecem de que a vida passa num instante,
e esse instante é muito pouco tempo para sonhar,
não se sabendo bem para onde seus sonhos os quer levar,
se calhar não à riqueza desejada, mas sim para o fel,
que eles sem nós esperarmos, o oferece
Em casa, minha mulher me espera,
como acontece todas as noites
Ela tem sido o meu farol, e o meu livro aberto,
que noite após noite vê entrar as amarguras,
por nossa porta a dentro
Ela, é o meu destino sobrevivente, e a minha felicidade,
que com sua dedicação e carinho, me faz sentir bem,
dando um brilhozinho maroto a meu olhar
Pacientemente vai assistindo à minha má vontade
para com este mundo, tão avaro
de presas fáceis como eu, dizendo-me
que apesar dos largos anos de vivência comum,
ainda me quer e ainda sente a chama,
aquela chama que a faz aguardar impacientemente
por mim todas as noites
Fazendo com que nosso amor continue fervilhando
de alguma magia
Sussurrando-lhe eu, que por ela meus sentimentos
tem tantos meandros como os rios,
só é preciso é o seu coração segui-los
E que numa das margens, estarei sempre à sua espera
com um lindo ramo de flores azuis, de amores perfeitos
de: fernando ramos
544
outubro 08, 2006
POEMA PARA UMA MÃE
POEMA PARA UMA MÃE
Seu soldadinho foi embora
Deixou-lhe no peito a dor que custa
Foi p’ro Iraque, onde um povo chora
P’la Pomba Branca de causa justa
Anseia tanta felicidade
Pró fim dessa guerra feia
Sofre triste e de saudade,
Tem um filho em guerra alheia
Seu coração anda partido
O tesouro da vida foi embora
A Deus, apenas deixa um pedido
Traga o filho em paz, e agora
Das areias do deserto, vai voltar
Porque Deus assim o quer
De novo ele vai abraçar
O coração da pobre mulher
São os senhores da guerra
Que por dinheiro, a alimentam
Quer-se apenas paz na terra
P’ra tantos, que dela se atormentam
As guerras, só trazem dor
Angústias, tristezas e desilusão
Uns vivem deste terror
Por falta de amor no coração
Será a mãe, mais abençoada
Se Deus deitar seu bom olhar
Naquela guerra infernizada
E fazer seu menino, de lá voltar
Num poema p’ra uma mãe
Andam tambores a rufar
Pianos tocam Mozartt, tão bem
P'lo final da guerra, que está tardar
De: Fernando Ramos
543
Seu soldadinho foi embora
Deixou-lhe no peito a dor que custa
Foi p’ro Iraque, onde um povo chora
P’la Pomba Branca de causa justa
Anseia tanta felicidade
Pró fim dessa guerra feia
Sofre triste e de saudade,
Tem um filho em guerra alheia
Seu coração anda partido
O tesouro da vida foi embora
A Deus, apenas deixa um pedido
Traga o filho em paz, e agora
Das areias do deserto, vai voltar
Porque Deus assim o quer
De novo ele vai abraçar
O coração da pobre mulher
São os senhores da guerra
Que por dinheiro, a alimentam
Quer-se apenas paz na terra
P’ra tantos, que dela se atormentam
As guerras, só trazem dor
Angústias, tristezas e desilusão
Uns vivem deste terror
Por falta de amor no coração
Será a mãe, mais abençoada
Se Deus deitar seu bom olhar
Naquela guerra infernizada
E fazer seu menino, de lá voltar
Num poema p’ra uma mãe
Andam tambores a rufar
Pianos tocam Mozartt, tão bem
P'lo final da guerra, que está tardar
De: Fernando Ramos
543
outubro 03, 2006
LETRAS QUE DANÇAM
LETRAS QUE DANÇAM
Dançam fartas letras
Por minha pobre imaginação
São rápidas como cometas
Pousando num universo de razão
As vou colocando aos pedaços
Na folha branca, com minha pena
Sílabas não levam traços
Em estrofes que dão poema
E sua dança continua
Em belos sonetos de amor
Quadras e tercetos de alma nua
Dão rimas surgidas em rigor
A poesia vai crescendo
No papel branco da ilusão
Escrevo o amor, que vai padecendo
De outro que busca um coração
Meu poema está terminado
E outros mais farei nascer
Os editarei em algum lado
P’ra alguém um dia, os ler
De: fernando ramos
542
Dançam fartas letras
Por minha pobre imaginação
São rápidas como cometas
Pousando num universo de razão
As vou colocando aos pedaços
Na folha branca, com minha pena
Sílabas não levam traços
Em estrofes que dão poema
E sua dança continua
Em belos sonetos de amor
Quadras e tercetos de alma nua
Dão rimas surgidas em rigor
A poesia vai crescendo
No papel branco da ilusão
Escrevo o amor, que vai padecendo
De outro que busca um coração
Meu poema está terminado
E outros mais farei nascer
Os editarei em algum lado
P’ra alguém um dia, os ler
De: fernando ramos
542
outubro 02, 2006
MINHA CARTA
MINHA CARTA
Escrevo, esta carta meu amor
Cheia de esperança e ansiedade
Estou só como um perdedor
Na fiel companhia da saudade
Ao escrever estas linhas, sofro
Com mistura de felicidade
Se não o fizer, sei que morro
Aí, perco minha liberdade
Liberdade de te amar e querer
Neste mundo, onde ando perdido
Saíste de meu peito, estou a sofrer
Se não voltas mais, não vivo
Esta ansiedade me agita
E escrever-te, é como fazer amor
Volta minha valiosa pepita
P’ra ir embora, minha penosa dor
De: fernando ramos
541
Escrevo, esta carta meu amor
Cheia de esperança e ansiedade
Estou só como um perdedor
Na fiel companhia da saudade
Ao escrever estas linhas, sofro
Com mistura de felicidade
Se não o fizer, sei que morro
Aí, perco minha liberdade
Liberdade de te amar e querer
Neste mundo, onde ando perdido
Saíste de meu peito, estou a sofrer
Se não voltas mais, não vivo
Esta ansiedade me agita
E escrever-te, é como fazer amor
Volta minha valiosa pepita
P’ra ir embora, minha penosa dor
De: fernando ramos
541
outubro 01, 2006
ACASOS DA VIDA
ACASOS DA VIDA
A vida por vezes, é nos injusta,
insensível, ou descuidada
Poderá ser ingrata, fraca,
estúpida, ou de desilusão
Mas, é o tal farol que nos leva ancorar,
num porto e nos poderá fazer feliz, ou infeliz
Lá, geralmente encontramos outras vidas
que sofrem dos mesmos dilemas, ou de
desilusões totalmente incompreendidas
Achamos que ela nos prega partidas,
E quase sempre poderá ser verdade,
ou talvez não
Teremos de ser justos para com ela,
tem momentos belos de virtuosidade
especialmente quando nos apaixonamos
e nos unimos a outra vida
Algumas vezes desse amor, nossos sonhos
são magias de oiro e completam-se
Criando outra, ou outras vidas que nos
enche de orgulho e nos faz viver em perfeita
harmonia com ela própria, ou talvez não…
Aí, é quando aparece o seu mistério perverso,
mas quando o não, não existe, apesar
de encontros, desencontros, e reencontros,
a vida é o mel da luz de Deus
Mas se persiste esse não, ele nos traz a dor
que é como uma teia que nos vai tecendo
Temos de encontrar forças no fundo de nós
e ir serpenteando brandamente para contrariar
esse trilho mais penoso, que nos anda
a embebedar na sua fatalidade, o que nos leva
aos acasos menos bons, que só de existirem
significa criar a imagem negativa da própria vida
de: fernando ramos
539
A vida por vezes, é nos injusta,
insensível, ou descuidada
Poderá ser ingrata, fraca,
estúpida, ou de desilusão
Mas, é o tal farol que nos leva ancorar,
num porto e nos poderá fazer feliz, ou infeliz
Lá, geralmente encontramos outras vidas
que sofrem dos mesmos dilemas, ou de
desilusões totalmente incompreendidas
Achamos que ela nos prega partidas,
E quase sempre poderá ser verdade,
ou talvez não
Teremos de ser justos para com ela,
tem momentos belos de virtuosidade
especialmente quando nos apaixonamos
e nos unimos a outra vida
Algumas vezes desse amor, nossos sonhos
são magias de oiro e completam-se
Criando outra, ou outras vidas que nos
enche de orgulho e nos faz viver em perfeita
harmonia com ela própria, ou talvez não…
Aí, é quando aparece o seu mistério perverso,
mas quando o não, não existe, apesar
de encontros, desencontros, e reencontros,
a vida é o mel da luz de Deus
Mas se persiste esse não, ele nos traz a dor
que é como uma teia que nos vai tecendo
Temos de encontrar forças no fundo de nós
e ir serpenteando brandamente para contrariar
esse trilho mais penoso, que nos anda
a embebedar na sua fatalidade, o que nos leva
aos acasos menos bons, que só de existirem
significa criar a imagem negativa da própria vida
de: fernando ramos
539
Subscrever Mensagens [Atom]