junho 04, 2007

BRANCAS MORTALHAS

BRANCAS MORTALHAS

Surgem mortalhas p’ra corpos
Elas são de algodão, e grosso corte
Vestem tantos sem sorte
Que deambulavam no pecado forte
Terminando assim, inertes e mortos

Irão p’ro céu? Não se sabe!
O inferno talvez seja seu destino
Eram pecadores de pouco tino
Num lugar triste e pouco fino
Onde, o bom futuro lá não cabe

Agora são almas sem regresso?
Cobertas de mortalhas p’ra conforto
Cobrindo o corpo frio e morto
A caminho dum além, nascido torto
Que em vida não mereceram sucesso

Mas afinal, esperam-lhes o céu!
Num paraíso de paz celestial
São almas felizes, e é consensual
Que ir pró inferno, era irreal
Subiram ás nuvens, vestidos de véu

E as mortalhas foram-lhes retiradas
Daqueles corpos mal enfeitados
Deus perdoou tédios pecados
Abrindo sua porta, aos pobres coitados
Enlaçando-lhes, as felicidades desejadas

P’ra traz, ficaram tristes destinos
Foram embora as brancas mortalhas
Chegou paz, a espíritos sem malhas
Vividos em profundos meios de palhas
Que ansiavam por Anjos bem vindos

De: Fernando Ramos
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