março 30, 2008

LISBOA DO POVO E DO TURISTA

LISBOA DO POVO E DO TURISTA

Lisboa, paraíso de sete colinas
Desperta aos raios da manhã
Brilha o sol nas casas Pombalinas
Da bela cidade amiga e cortesã

Nas ruas a liberdade pulula por ali
Desde cedinho sob um céu majestoso
O povo diz que a cidade é parte de si
Abençoada p’lo seu Santo fervoroso

À noite a lua p’las janelas entra em cheio
Nos becos e vielas do fado submisso
O turista espreita as tascas, e de permeio
Apaixona-se p’la guitarra de timbre castiço

É nesta Capital mágica de mil sois
O visitante se move alegremente
Nas esplanadas prova pratinhos de caracóis
Saboreando-os com cerveja perdidamente

De dia o estrangeiro esta Lisboa visita
As belezas aquecidas p’lo sol encantado
E à noite se perde pela voz da fadista
Que lhes dedica o fado de amor perfumado

É assim a maravilhosa Lisboa
Que muito tem para oferecer
Tantos a querem como sua fada boa
Os turistas já mais a irão esquecer

E no eléctrico turístico vermelho e amarelo
Passeia-se p’la Lisboa cosmopolita e amena
Deslumbrando-se próximo do céu, no Castelo
Olhando o Tejo e a cidade que é poema

O turista, calcorreia os bairros populares
Deambulando por ali sem alguma maçada
O povo lhes oferece em faustos jantares
Vinho tinto, e a bela Sardinha assada

Pelas ruas vai criando suas ilusões
Nesta cidade que para si é um espanto
Falam-lhe do grande poeta Camões
E da poesia que lhes traz tanto encanto

Na hora do visitante ir embora
A tristeza bate com ansiedade
Já amam Lisboa conhecida em boa hora
Levando no peito a palavra SAUDADE

E a cidade para eles bem se agita
Com amor e o calor do céu azul
Gritando muito feliz o turista
“Lisboa é tão bela como as ilhas do mar do sul”

De: Fernando Ramos
821

março 24, 2008

PERDÃO PARA A MÃE

PERDÃO PARA A MÃE

Minha mãe foi rezar
Na Igreja da Virgem Maria
P’ra Virgem perdoar
O pecado que na alma, lhe ia

Senhora perdoai minha mãe
Que é uma Santa mulher
Os pecados que ela tem
Seu pobre coração fere
Carregamos a alma pecadora
Fazendo vida desgraçada
Perdoai-nos Santa Senhora
Para o céu ser boa morada

A Virgem perdoa sempre
Na sua piedosa Divindade
Adoramo-la eternamente
Jurando-lhe fidelidade
Na igreja, minha mãe reza
Pelo o mundo e p’la família
Quando lá vai, leva a promessa
De amor à Virgem Maria

E a Virgem bem a escuta
Nas suas tristezas da vida
Senhora, protege-a nessa luta
P’ra que nunca se sinta perdida

De: Fernando Ramos
819

março 17, 2008

CHOVEM BEIJOS DE AMOR

CHOVEM BEIJOS DE AMOR

Teu sorriso soa por minha alma
Na harmonia que o maestro levanta
Inundando o peito, e o palpitar acalma
Tanta angustia melada, tanta... tanta

Por teu sorriso que dá perdição
Murmura o vento levantando vagas
Num mar de amor perto do coração
Esconde beijos vestidos de pratas

De mil raios chovem desejos de amor
Perdidos por esses lábios gostosos
Caindo na terra, num forte tremor
Aromas teus, em beijos melosos

É com espanto e tanta fantasia
Que o penetrante olhar bem vigia
Tua boca bela de minha tontaria
P’lo brilhar da noite até ao raiar do dia

E no imenso azul de total luar
Beijamo-nos rendidos de olhos cerrados
Com nossos lábios quase a murmurar
Esses doces momentos tão perfumados

E uiva o vento num feliz tormento
Buscando beleza em teu sorriso maroto
Desfraldam velas e Naus não aguentam
O mar de beijos que por teus lábios solto

De: Fernando Ramos
818

março 16, 2008

TEU AMOR É O RUM

TEU AMOR É O RUM

Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu

Nesse teu mergulhar em bebida
Fazes-me sofrer sem razão
À muito, me sinto perdida
Por fazeres doer meu coração
Porquê, porquê tua tristeza
Se desde novinha que sou tua
Hoje penso que não foi beleza
Quando me tinhas à luz da lua

Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu

Estranha é, tua atitude tortuosa
Que me faz cair na solidão
Agora a noite passa vagarosa
Quando antes era só emoção
Meu desespero é tão cruel
Falta-me tua confiança
Esse ciúme na nossa vida é fel
E vai matando o amor de criança

Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu

Agora, teu amor é o Rum
Bebida da tua destruição
Ele te consome, e não sofre só um
Pois eu vivo em total consternação
Esta maldita maleita te alcançou
Como lamina de dor na nossa vida
Toda esta angústia me cansou
E o coração, não sara esta ferida

Diz lá, diz lá meu bem
Porque bebes tanto Rum
O ciúme te persegue, bem sei
Mas o meu amor, és tu

De: Fernando Ramos
816

março 09, 2008

GUITARRA VAIDOSA

GUITARRA VAIDOSA

A nossa guitarra é vaidosa
Põem-se bonita ao trinar
Para a bela voz virtuosa
Que dela se faz acompanhar

Suas cordas são de puro ouro
Tão macias como cetim
Dedilha-se este belo tesouro
Em fados de amor, e dor ruim

A sua riqueza, trina a coragem
Diz o povo, sentindo-a nos fados
Poetas oferecem vassalagem
Nos poemas de amores agitados

Do Tejo, partiram Naus e Caravelas
Levando guitarras, e guitarristas
P’ra num mundo novo, à luz das velas
Se ouvirem, valentes marinheiros fadistas

É sempre num castiço e bonito fado
Que a guitarra tem a nobre missão
Tocar a dor, o amor, e o pecado
Que moram pertinho do coração

Os bairros amam sua Guitarra
E os fadistas choram com ela
Voz ardente nela se amarra
Pró povo, que a ouve à janela

E na sua vaidade de trinar
Ela sorri p’ra noite, e pró dia
Com fadistas a maravilhar
O turista, o povo, e a fidalguia

De: Fernando Ramos
815

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]