maio 14, 2008

AMOR ENGANADO

Na simples fresca sala de fado
Sentados em velhas cadeiras
Ouve-se o fadista ousado
Em poemas que são fogueiras

Arde o artista na emoção
Evocando a vida descuidada
Oferecendo-lhe golpes ao coração
Vindos de sua mulher amada

Ao cantor corre-lhe em pranto
Correntes lagrimas da vida
Todos comovem-se com seu canto
Desse fado de dor vencida

Ao lado do homem sofrido
Há quem o ouve com paixão
Sentem-lhe um amor traído
Deixando-os em consternação

Seu amor está tão longe
Nos lados onde sol vem
Já pensou em ser monge
Mas sua vocação não tem

Nesse fado de fogo infinito
Dum amor não correspondido
O artista solta seu grito
Num soluço bem fugido

O povo na sala se agita
P’la frieza da traição
Ninguém ali mais acredita
Que esta vida conceda perdão

Ela traiu um grande amor
Numa atitude grosseira
Deu ao coração a dor
E um olhar que se incendeia

O fadista cala sua voz
Não mais vai cantar o fado
Vive em sofrimento atroz
Por um amor o ter enganado

E bem antes do sol nascer
A sala ficou triste e vazia
Escravo do amor vai ser
O fadista da nostalgia

De: Fernando Ramos
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