abril 15, 2008

836 - LUGAR NENHUM

LUGAR NENHUM

Hoje recordo quando te ouvia a fala
E tanto me beijavas sem demora
Como belo é o silencio que exala
Estas minhas lembranças agora

Nem a folha que lá fora se agita
Me faz esquecer esses doces tempos
Mesmo que o vento traga a saudade aflita
E nem que meu peito grite seus lamentos

Este é um desejo consumido
Nos subúrbios da minha paixão
Mas nunca é um momento perdido
Que navega em águas de minha desilusão

Agora vejo como um magnifico clarão
O que passa por minha memória
Desses tempos em que te roubei o coração
Que juntinho ao meu era a melosa glória

Hoje todas estas recordações
São como notas de música estranha
Composta na pauta de lamentações
Que p’la minha alma se entranha

Sofro por tua longa ausência
Que a lugar nenhum me conduz
Fica ao abandono toda a vivência
Que nem se resguarda na minha cruz

De: Fernando Ramos
836

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