fevereiro 28, 2007

O DIVINO VOU SERVINDO

O DIVINO VOU SERVINDO
(Soneto)

A vida, me deu mais do que pedi
Nem sei bem quanto lhe estou grato
Deus foi muito generoso para mim
Por aí, a vou retribuindo do meu prato

Sou apenas um servo de Deus
Cumprindo um tortuoso caminho
Tento aliviar a frágua a irmãos meus
Assim o Divino, vou servindo

Um dia para ele partirei
E vou de consciência tranquila
Por meu destino ter sido sua lei

Espero por sua decisão, agora
E sua graça, não, irei feri-la
Apenas aguardo, p'la minha hora

Fernando Ramos
629

fevereiro 27, 2007

REGRESSO DO MEU SOLDADINHO

REGRESSO DO MEU SOLDADINHO

A paixão me envolve
Em sonhos que me deixam feliz
Posso sorrir, e voar como o colibri
Ou dançar um tango de Gardel
Onde, num passo mais exuberante,
Sinto a quente saudade de ti, meu amor

Partiste p’ra guerra, de causa ruim
E fiquei só, apenas só
Com tua imagem, e com tuas lembranças
Que agora são estes meus loucos sonhos

Neles, vejo teu sorriso
Ele que é a centelha do meu coração
Alumiando-me o adormecer no nosso leito
Onde sinto tua presença, como se fosse real

Tua imagem, é o meu prazer
Que se prolonga p’las madrugadas
Onde meu corpo, se sente envolvido
Por pétalas de rosas vermelhas
Oferecidas por tua boca
Que em beijos, depositam
Pedaços de amor em meus lábios

Como sofro de saudade...
Que a escrevo em poemas de amor
Saídos de mim num bailado
De emoções, que são minha vida

Envolvida nesta paixão choro, e rio
Existindo leves fragrâncias
De sedução, em mim
Esperando num ardor ansioso
P’lo regresso do meu soldadinho

Fernando Ramos
628

fevereiro 26, 2007

PRIMEIRO BEIJO ROUBADO

PRIMEIRO BEIJO ROUBADO

Vou só na nossa rua,
Olhando as pedras da calçada
Que tanta vez foram por nós pisadas
Eu me lembro que foi aqui
Que te roubei o primeiro beijo,
O nosso primeiro beijo!
Também me recordo, que nós
Com os olhos humedecidos de paixão,
Jurámos amor eterno
Que teu coração sempre o procurou,
Dizes tu agora no doce manso das tardes
E eu, em resposta te digo sempre o mesmo
Desde esse dia:
Que ele seja eternamente doce, e que quero
“Continuar a fazer contigo,
O que a primavera faz às cerejas”

Tantos anos já passaram
Desde esse primeiro beijo dado de fugida
E nós, ainda continuamos juntos
Ele foi o inicio da nossa paixão,
Que no jardim próximo de nossa casa,
O lembramos na suavidade do entardecer
Pedindo nós, ao Redentor
P’ra que este amor, nem termine no paraíso
Que está tão próximo
E que seja como as cerejas na primavera,
Que se não chover,
“Deus as fará crescer muito saborosas”

Fernando Ramos
627

fevereiro 25, 2007

ESCUTAR

ESCUTAR

Se eu escutasse os Anjos
E não os homens maus
Ouviria a voz de Deus
Em meu coração

Se eu escutasse os mistérios da ciência
Repletos de dom à sabedoria
Adubaria de felicidade
O meu aprender

Se eu escutasse da natureza
O tanto que ela tem p’ra dizer
Capinaria as ervas daninhas
Que vão surgindo em meu caminho

Se eu escutasse o amor
Não sofria sem razão
Procurava a centelha da paixão
Que não me ilumina

Se eu escutasse
O murmúrio das ondas
Não teria sede de Deus
Ele, alagaria meu coração
De perfeita humildade

Se seu escutasse a alma
Ouviria seus segredo,
Que me iluminaria
O espírito de amor

Se eu escutasse a fé
Vivia com Deus no coração
Não andaria cego,
E só na vida

Mas não, nunca escutei
Sempre estive ausente
E tenho a solidão,
Espinhos, e tristeza
Como companheiras
Do meu infortúnio

De: Fernando Ramos
626

fevereiro 24, 2007

O MUNDO DE COLOMBO

O MUNDO DE COLOMBO

Enorme fatalidade, atroz
Empesta o mundo de Colombo
Em guerras feias, e contra nós
Sofrendo a paz, enorme tombo

Bandeiras de países tristes
Percorrem a miséria alheia
Pobre soldado, um dia partistes
P’ra guerra de causa feia

Colombo, América descobriu
E não foi p'ra esta desgraça
Do velho mundo ele partiu
Concedendo-lhe Deus essa graça

De nada serve tanto progresso
Nessa Pátria dita virtuosa
Procuram guerras, sem regresso
Que Colombo não acharia ditosa

E as Musas do mar de Colombo
Nunca sonharam com tristes actos
Súplica de esperança leva rombo
Se paz, não se transformar em factos

E Colombo, o descobridor
Por mares tortuosos navegou
Buscando na Nau, terras de amor
Pró mundo novo, que ele sonhou

De: Fernando Ramos
624

fevereiro 23, 2007

POEMA DA NOITE AMADA

POEMA DA NOITE AMADA

Vejo gravado teu fino corpo
Numa rocha coberta de agua
Fico pálido, e um tanto tonto
Beijando-o, sentindo mágoa

Foi um artista da pedra
Quem na rocha o cinzelou
Foi perfeito, na sua regra
E ciúmes, bem me causou

No brilho do entardecer
A rocha esconde-se na onda chegada
Volto, a encontra-la no anoitecer
Com a maré baixa encantada

No clarão da estrela fugida
Surge a brisa fresca da lua
Percorre meus lábios em ferida
Por tanto beijar, essa rocha tua

Uma rosa vermelha e louca
Surge na pedra ao amanhecer
Vem de ti, junto da boca
Filha dum poema de endoidecer

Essa rosa de beleza farta
Nascida no poema da noite amada
Tanto a beijo na pedra amarga
Nos lábios, de tua boca desejada

De: fernando Ramos
623

fevereiro 21, 2007

NÃO ME PODES RECUSAR

NÃO ME PODES NEGAR

Podes recusar-me o pão
Que se esgueira p’la seara
Podes me negar a luz
Que se esconde na noite
Podes recusar-me a água
Que se perde no riacho
Podes me negar a papoila
Que não floriu na primavera
Podes recusar-me a chuva
Que neste Inverno tarda aparecer

Agora o que não podes negar,
Mas não me podes recusar, mesmo
É o sorriso das crianças
Porque então...
Meu mundo desabava

De: Fernando Ramos
622

fevereiro 20, 2007

ACOMPANHO O TEMPO

ACOMPANHO O TEMPO

Acompanho o tempo presente
Ouvindo o vento, olhando as nuvens
Sentindo a chuva em minha pele
Percebendo as horas da vida
Que vão passando, na sua cadência certa,
Sem atrasos, sem falhar minuto algum

Acompanho o tempo presente
Vendo, o ódio, desprezo, a morte
Que me rodeia, neste mundo de injustiças,
Onde a lágrima turva cai num charco
De maldade, e podridão como sonatas
De más notas, que são linhas tortas do Divino

Acompanho o tempo presente,
Perguntando para onde caminha o planeta
E como resposta vejo:
Novos, e velhos de mão dada,
Jardins florindo, animais correndo,
Searas cultivadas oferecendo o pão da vida
Crianças brincando, saltando e sorrindo
E no seu olhar trazendo a esperança
Mostrando a tudo isto, que o relógio não pára
É como, se este gesto fosse Deus
Escrevendo certo p’las tais linhas tortas

E o mundo gira, gira, gira, gira sobre
Um tempo presente que vai
No seu percurso, sem se saber muito bem
Onde tudo isto vai parar
E eu, acompanho este tempo presente
Como meu destino, onde vou criando
Dia, a dia um novo degrau em minha vida
Este é o mundo de contrastes que anima
E desespera quem nele vive
Por isso... Siga a dança
Que o mundo não pode parar

de: Fernando Ramos
620

fevereiro 17, 2007

ADORMECER NA NOITE

ADORMEÇER NA NOITE

Preciso de descansar meus olhos,
da forte luz que incide sobre páginas
de um livro que vou relendo pouco a pouco
Escrito em pequenas letras que me fazem
piscar em demasia minhas cansadas pálpebras
O vento entra por minha janela
trazendo a brisa gélida da escuridão
E eu, já em dificuldade de desfolhear
as paginas do meu livro,
me deixo adormecer
gozando o eterno sossego da noite

Lá fora, vai brilhando a lua cheia
Lua, de luz pura até doer,
que vai alumiando o prazer de casais
que se vão ofuscando de beleza com todas
as cores da paixão
Onde eles, se vão possuindo no sublime gozo,
por debaixo daquela claridade, que é prelúdio
de uma bela história de amor
Eu, no sono dos justos, faço meu percurso
de descanso, ficando-me por esta solidão
no adormecer da noite, que me levará
até ao aparecer do rei sol,
que acontecerá dentro de algumas horas

Depois da noite se esgueirar entre nuvens,
acordarei pronto p’ra começar
outro dia de labuta, ficando por ali até à noite,
onde novamente, voltarei a desfolhear
mais uma vez o livro,
até ao embebedar do meu adormecer,
como uma rotina imposta por meu destino
E a lua lá estará grandiosa e faceira
no seu reinar, espreitando outros namorados
cujos corações se vão saciar,
buscando a beleza do prazer eterno
da doce paixão

de: Fernando Ramos
619

fevereiro 14, 2007

O PREGADOR

O PREGADOR

Sou um simples Pregador
Vagueando por ruas escondidas
Falo a corações com grande fervor
São vidas que se sentem perdidas

Amo a grandiosa natureza, e a paz
E as crianças que vivem na rua
Ao pecador Prego tanto, e mais, se for capaz
Até Deus o perdoar, numa paróquia sua

Sou apenas um simples Pregador
Que todos os dias p’las nove horas em ponto
Oro a Cristo, p’ra me conceder este esplendor
De servir os outros, feliz e sempre pronto

Quero ser sempre assim, e assim viver
Que o Divino me conceda tal graça
P’ra que eu, todos os dias até morrer
Pregue o bem, como o destino traça

de: fernando Ramos
616

fevereiro 13, 2007

PALAVRAS RETIIDAS

PALAVRAS RETIDAS
(soneto)

As palavras retidas em tua mente
Foram guardadas na tarde calma
São pensamentos belos que se sente
Como prazeres gravados na alma

São palavras simples, e de rigor
Evitando momentos dissipados
Estão construídas com tanto amor
Embebedando meus olhos molhados

Brilhando tanto, quando te olham
P’la tardinha no nosso jardim
Fazendo a minha paixão, um festim

Em teus lábios, que os meus molham
Por causa dessas palavras escritas
Que por ti, um dia foram ditas

de: Fernando Ramos
615

fevereiro 11, 2007

A MULHER MAIS NOVA

A MULHER MAIS NOVA

A mulher mais nova,
pisa as pedras da rua da vida
Do bairro mais negro,
mais negro que a noite
Lá, é o seu local de ganha pão
Ela, a prostituta mais
gentil e mais formosa daquela rua,
todos os dias está por ali

Os homens, os cativa
com sua sensualidade,
p’ra seu leito triste
e melancólico,
onde viola sentimentos
sem remorsos descabidos,
no seu cruel e perfumado prazer,
impondo-lhes um destino
solitário e perigoso

Naquela rua da vida,
a prostituta pensa nos dias
da árdua luta de viver,
que a fazem voltar sempre ali
Saciando seu mórbido prazer
de pensamentos retalhados e atrozes,
consumidos p’la droga diária
que seu corpo permanentemente
e pontualmente, anseia

A mulher mais nova,
sofre com estes dramas pungentes,
de cruas verdades,
que a fazem viver naquela rua,
onde a encontrarão sempre,
até que a morte se decida

De: Fernando Ramos
613

fevereiro 10, 2007

TUA VERDADE

TUA VERDADE

Sob a Aura, está a verdade
Que no infinito é apreciada
Ela traz, paz e Liberdade
A uma alma desesperada

Afasta, esse sofrimento aflito
Da voz rouca e cansada
Que canta por um amor bendito
P’ra tua vida desencantada

Um dia ele aparece
E darás graças ao Divino
Na vida, um amor acontece
Está escrito no trilho do destino

Essa será a verdade
E também tua razão
Olha o futuro sem vaidade
Porque não te dará, ilusão

De: Fernando Ramos
612

fevereiro 09, 2007

O GRITO DOS BONS

O GRITO DOS BONS

Oh meu Deus!
Falamos contigo e não respondes!
Qual o teu mundo, qual a tua estrela?
Em que local do céu te escondes
que nem sequer te ouvimos

À mais de dois mil anos
que o mundo grita por ti
em preces de aflição
Onde estás senhor
que não ouves nossas suplicas?

O mundo gira em desespero.
ouve senhor o nosso grito
Ouve pelo menos o grito dos bons,
daqueles que de ti anseiam
a Santa piedade,
o teu perdão para os pecadores

Onde andas senhor?
O que preocupa
é o grito dos sofredores,
e o teu silencio,
para com aqueles
que vão permitindo este
descalabro do mundo,
onde a morte, a ganância,
e a miséria vão ganhando
um lugar injusto

Ouve-nos senhor,
dá a tua razão a este mundo,
e que a paz seja o sonho
constante da vida
A vida está a passar num instante,
e tu sabes que esse instante
é já amanhã,
Dá-nos tempo senhor
p'ra nos perdoares,
dá-nos a tua bondade

Ouve-nos senhor,
pedimos tua clemência
para os não merecedores
de tua graça
Dá-nos sempre, mas sempre
o teu mar de amor

De: Fernando Ramos
608

fevereiro 07, 2007

OUTONO MELANCÓLICO

OUTONO MELANCÓLICO

Esta manhã fria, e chuvosa de Outono
Me deixa triste e melancólica
Por mim deslizam
lembranças do nosso amor
Tenho tanto medo que não voltes
P’ra meu lado,
meu amor

Nesta melancolia de tempo
um sentimento me invade
por não estares
Restando a triste sensação
De vazio p'lo que não fizemos,
e nem dissemos

E a chuva bate na janela
como causa do inverno
que se aproxima,
tão sombrio, como tua ausência

Guardo ainda a esperança
de teu regresso,
que mora num sonho constante,
como constante é o meu
pensamento em ti
Ele me faz viver triste e melancólica
neste Outono
que vai parindo o Inverno

de: Fernando Ramos
605

fevereiro 05, 2007

DEUS É AMOR

DEUS É AMOR

Há um Deus, que é o meu
Que me dá amor e felicidade
Por muitos, muitos ele sofreu
Sem dó, nem piedade

Outros tem, o Deus deles
Que dizem ser de eternidade
Só não sei se é um daqueles
Que distribui amor e caridade

É que há, quem defenda seu Deus
Fazendo a guerra, e não a paz
Matando muitos irmãos seus
O meu Deus, isso não é capaz

Abram a vosso coração à coragem
Sem medo, e deixem de sofrer
Neste mundo, estão só de passagem
Vivam em paz, a vida não é p'ra perder

Nosso Deus é de puro amor
Amem a vida que ele deu
Rezem-lhe sem algum temor
Ele vos dará liberdade e apogeu

Se o teu Deus é tão bom
Nada tens a recear
Respeitar o dos outros, é um dom
Que não te leva a pecar

Esse, é um Deus de amor
Claro que fico contente
O meu também é um Deus Senhor
Porque é teu, e de toda a gente

de: fernando ramos
604

fevereiro 01, 2007

FLORES DO NOSSO JARDIM

FLORES DO NOSSO JARDIM
(soneto)

As flores sorriem quando passas
Naquele jardim, que é meu e teu
Elas perfumam o ar, dando graças
Sempre que dizes que teu amor, sou eu

E os jasmins brotam doces fragrâncias
Quando teus lábios beijam os meus
Nesse jardim onde brincam crianças
As flores embelezam o brilho, de olhos teus

Que sempre vêem o que eu não vejo
Quando estou a contemplar
Teu lindo corpo que tanto desejo

E as flores do nosso lindo jardim
Ficam viçosas por nos ver amar
Por debaixo da arvore na sombra sem fim

De: Fernando Ramos
603

DAR A MÃO

DAR A MÃO

No ódio, só vem a dor
que deixa um coração destroçado
Se a outros não entrar nosso amor
não haverá um futuro esperançado
Será na honestidade, respeito, lealdade,
na atitude, capacidade e luta
Que lhes indicamos com muita humildade
como se deve ser sério, na disputa

Dizem que todos somos iguais,
mas cada um é diferente de capacidade
Vivemos em ambientes naturais
só temos de aproveitar sua qualidade
Não seremos de certo os melhores
se por vaidade, com isso nos deslumbramos
Aí, até seremos bem piores
que aqueles, a quem dizemos que amamos

Num dar a mão, estará a diferença
é sinal que connosco se poderá contar
Só se precisa alguma paciência
porque o amor, acabará por entrar

De: Fernando Ramos
602

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