maio 24, 2007

BECO DO BEM SABER

BECO DO BEM SABER

No beco do bem saber
Ivone, leva tristeza no coração
Que de olhos colados ao chão
Murmura pelo seu bem querer
Na pura, e cristalina aflição

No parapeito de sua janela
Está a frescura do alecrim
Todos o cheiram com cautela
Não passe seu amor por ali
Ao encontro da outra, na viela

No Beco, se abrem janelas
P’ra anunciar a procissão
Alguém com flores amarelas
Informa o povo de tal decisão
Decidida p’lo prior, à luz das velas

E para a bendita procissão
O Beco se vai engalanar
Ivone, reza sua consternação
Ao amor, que a anda a enganar
Seu pobre, e infeliz coração

E foi no domingo, à tardinha
A procissão levou o povo p’ra rua
No andor pousa uma andorinha
Que traz a verdade nua e crua
P’ra Ivone que vai à igreja velhinha

E diz, que a da viela está chorosa
Por lhe ter acontecido este drama
Foi enganada de maneira horrorosa
P’lo homem que a levou p’ra cama
Causando-lhe enorme aflição

E naquele afamado bairro de Alfama
Um amor perdido, encontrou a razão
Pois é Ivone, a sua Dama
Que preenche seu doido coração

Na velha igreja, junto ao altar
Lá estava a mentira desgostosa
Chorando a lágrima do perdão
Suplicando nova vida amorosa
Tudo não passava de sua ilusão

E no Beco, se acendeu nova chama
P’ra felicidade de um coração
É Ivone que ele muito ama
Terminando ali, sua confusão

de: Fernando Ramos
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