maio 26, 2007
OS PUTOS DE ALVALADE
OS PUTOS DE ALVALADE
Eram, os Índios de bate bola
Jogavam até de madrugada
Enganavam o estômago
E não corriam de cartola
Brincavam descalços na estrada
Outros, não eram índios de bola
E no Vává, falavam de amores
Também jogavam, calçados de sola
Alguns deram poetas, e bons cantores
Os índios, na sua forma desprendida
Chutavam a bola pelos cantos
Num chão batido, com pés em ferida
Parecendo pardais, pois eram tantos
Aqueles putos, do bairro de Alvalade
Jogavam uns com os outros, à bola
Numa irmandade de feliz vontade
Marcavam golos de alta escola
Hoje, os índios, já lá não estão
E como era tão bonito vê-los correr
Nos bolsos, não tinham meio tostão
Mas sim, muita vontade de vencer
Por vezes, num drible de mestre
Alguns saiam de sua pobreza
Os outros, de vida menos agreste
Eram os amigos, na sua tristeza
E na boa vontade de Deus
Os putos, entre eles jogavam
Uns pobres, outros com dinheiros seus
Mas o futebol, a vida a todos ensinava
Estas crianças, leves como a pena
Nestas brincadeiras não se perdia
Em dias e noites, era uma bela cena
Vê-los no bairro jogar, cheios de alegria
De: Fernando Ramos
723
Eram, os Índios de bate bola
Jogavam até de madrugada
Enganavam o estômago
E não corriam de cartola
Brincavam descalços na estrada
Outros, não eram índios de bola
E no Vává, falavam de amores
Também jogavam, calçados de sola
Alguns deram poetas, e bons cantores
Os índios, na sua forma desprendida
Chutavam a bola pelos cantos
Num chão batido, com pés em ferida
Parecendo pardais, pois eram tantos
Aqueles putos, do bairro de Alvalade
Jogavam uns com os outros, à bola
Numa irmandade de feliz vontade
Marcavam golos de alta escola
Hoje, os índios, já lá não estão
E como era tão bonito vê-los correr
Nos bolsos, não tinham meio tostão
Mas sim, muita vontade de vencer
Por vezes, num drible de mestre
Alguns saiam de sua pobreza
Os outros, de vida menos agreste
Eram os amigos, na sua tristeza
E na boa vontade de Deus
Os putos, entre eles jogavam
Uns pobres, outros com dinheiros seus
Mas o futebol, a vida a todos ensinava
Estas crianças, leves como a pena
Nestas brincadeiras não se perdia
Em dias e noites, era uma bela cena
Vê-los no bairro jogar, cheios de alegria
De: Fernando Ramos
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