outubro 30, 2006
PEQUENA PRINCESA
PEQUENA PRINCESA
Como gostava de ser princesa,
Calçar sapatinhos de cristal
Viver num castelo com boa mesa,
Receber brinquedos p'lo Natal
Quero brincar agora, que sou menina
E de noite muito sonhar
Engano a fome desde pequenina,
Vou levando a vida a trabalhar
Minha idade, é de brincar com bonecas
Mas faço casaquinhos muito bonitos
Gostava de beber leite em lindas canecas
E não vender na rua alguns docitos
Não devia sentir a infância perdida,
E ao acordar, ser feliz com a alvorada
Sonhar com o sabor da boa vida,
Não ter a idade adulta penhorada
Adorava ter minha mãe sempre feliz
E comer com meus irmãos pão de centeio
Não passo de uma menina infeliz
Cheia de vontade em fugir deste meio
Sou uma criança triste e já adulta
Que sofre da ganância que leva ao caos
Queria comer bem, e aprender a ser culta,
Não ser explorada por homens maus
Como gostava de brincar apanhada
E de porta em porta não vender soda
Precisava muito de ser amada
E de vestir roupinhas da moda
Era bom poder jogar à bola
Ir ver a praia e o mar
Não devia mais faltar à escola
E de fome, não voltar chorar
Sou filha de um operário Cristão
Que finge, que a fome não rói
Sonho com arroz e um pedaço de pão
P'ra enganar meu estômago que dói
Trabalho p'ra miséria não me comer
Até sonho com bicicletas de selim já gasto
Nelas vou pedalando a correr
Fugindo desta sorte de mau repasto
Levanto-me ao troar das seis em ponto
P’ra mais um dia de pobreza farta
Trabalho de manhã à noite, e já não conto
Minhas lágrimas límpidas, cor de prata
Sou uma menina que sonha em ser ave
E voar para o mundo das princesas felizes
Poisar junto de gente, que não sabe
Do triste canto das crianças infelizes
de: Fernando Ramos
584
Como gostava de ser princesa,
Calçar sapatinhos de cristal
Viver num castelo com boa mesa,
Receber brinquedos p'lo Natal
Quero brincar agora, que sou menina
E de noite muito sonhar
Engano a fome desde pequenina,
Vou levando a vida a trabalhar
Minha idade, é de brincar com bonecas
Mas faço casaquinhos muito bonitos
Gostava de beber leite em lindas canecas
E não vender na rua alguns docitos
Não devia sentir a infância perdida,
E ao acordar, ser feliz com a alvorada
Sonhar com o sabor da boa vida,
Não ter a idade adulta penhorada
Adorava ter minha mãe sempre feliz
E comer com meus irmãos pão de centeio
Não passo de uma menina infeliz
Cheia de vontade em fugir deste meio
Sou uma criança triste e já adulta
Que sofre da ganância que leva ao caos
Queria comer bem, e aprender a ser culta,
Não ser explorada por homens maus
Como gostava de brincar apanhada
E de porta em porta não vender soda
Precisava muito de ser amada
E de vestir roupinhas da moda
Era bom poder jogar à bola
Ir ver a praia e o mar
Não devia mais faltar à escola
E de fome, não voltar chorar
Sou filha de um operário Cristão
Que finge, que a fome não rói
Sonho com arroz e um pedaço de pão
P'ra enganar meu estômago que dói
Trabalho p'ra miséria não me comer
Até sonho com bicicletas de selim já gasto
Nelas vou pedalando a correr
Fugindo desta sorte de mau repasto
Levanto-me ao troar das seis em ponto
P’ra mais um dia de pobreza farta
Trabalho de manhã à noite, e já não conto
Minhas lágrimas límpidas, cor de prata
Sou uma menina que sonha em ser ave
E voar para o mundo das princesas felizes
Poisar junto de gente, que não sabe
Do triste canto das crianças infelizes
de: Fernando Ramos
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