abril 09, 2006

MEU ROSTO VELHO

MEU ROSTO VELHO

Desculpem meu rosto velho
que se arrasta no tempo,
e faz esboçar a revolta
pela falta de compreensão,
por invernos passados
de todos rostos enrugados

Desculpem meu rosto velho,
e o que vai na alma de quem
deu muito aos outros,
e como retribuição tem
a solidão desesperante nas noites,
que teimam não chegar ao fim

Desculpem meu rosto velho,
e da falta de esperança
no amanhã que nunca teve,
porque se foi escapando entre
dedos das mãos, a quem a vida
não perdoa pelo tempo gasto

Desculpem meu rosto velho,
e o de todos os outros
que estão abandonados
à sua sorte,
devido às rugas da vida
que o tempo não perdou

Desculpem meu rosto velho,
como alguém um dia terá
de desculpar o vosso,
e a falta dos amanhãs,
onde sofrerão a mesma solidão
que vos vão deixar, no vosso fim

de: fernando ramos
num. 47

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