novembro 06, 2006

MARINHEIO DE NAUS

MARINHEIRO DE NAUS

Minha pobreza, é de Santos
Não de heróis bem abastados
Ando descalço e sem enganos
Subindo a ladeira dos coitados
Outrora fui marinheiro de Naus
Naveguei por mares encrespados
Cheguei a praias em dias maus
Vi corpos doridos, e enfernizados

Eram escravos negros de senhores
Explorados, por quem andava a enganar
Apenas queriam alforria dos libertadores
P’ra sua liberdade desfrutar
E eu rico, com mulheres sedutoras
Aqueles pobres não fui ajudar
Agora choro as horas libertadoras
Que em minha vida, não fui dar

Éramos heróis, da doce pátria que amamos
E, escravas lindas andávamos a fecundar
Filhos mestiços lá deixámos, que os choramos
Nos braços de mulheres puras, de se amar
A vil tristeza invade a alma
Aos bravos soldados daqueles mares
São recordações numa tarde calma
Que amarguram a vida, nos sonhares

Essas lembranças, que de pecado andei
Ao bom Divino peço sua razão
Agora sou pobre, e só eu sei
Porque é que a Deus peço perdão
Sou pecador, assim vou morrer
Nesta pobreza de bens terrenos
Que não mais trouxeram bom viver
Esperando meu espirito, os Santos serenos

De: Fernando Ramos
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