março 22, 2007

MUNDO SEM JUIZO

MUNDO SEM JUIZO

Da minha janela,
Avisto as árvores, que se agitam
Cercadas pelo vento
Ouço seu forte soprar,
Como falando comigo
Com elas vem as mágoas do mundo
E eu, na minha triste solidão
Apercebo-me de seus dizeres
Que mais uma vez
Não trazem novidades,
E me fazem ver e sentir os lamentos
Da vida humana

Pressinto o sofrimento
Do outro lado do mundo,
Igualzinho aos deste lado de cá
Vejo crianças angustiadas da fome
E mães, que no choro me dizem
Tanto do seu sofrimento
Isto, dá enorme pancada no coração
Como é possível meu Deus
Andares tão frio, e distraído!

Vejo sem abrigos, sem sustento
Iguais aos da minha cidade,
Deste lado de cá do mundo
Vejo mortos que se espalham
Como numa grotesca cena de Dante
Aqui, a guerra mostra as garras
Do mal com todo o seu cinismo

O vento vai-me falando, falando, falando
E mostrando a miséria da vida humana
Eu, em silencio o escuto sem vacilar,
E vou deitando lágrimas de raiva
Por este pobre mundo desfeito
Que dos dois lados não tem juízo

de: Fernando Ramos
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