julho 20, 2006
POBRES MENDIGOS
POBRES MENDIGOS
Vou vivendo, dormindo ao frio e à chuva
Na companhia de outros mendigos
Na cidade, na estrada ou numa curva
Somos vidas de passados incompreendidos
O céu de dia ou de noite, é o nosso telheiro
Andamos rotos, descalços, e em desalinho
Temos doença, e a fome como companheiro
Esperando a morte que chegue de mansinho
Vivemos por aí, sem enganos
Procurando a beata deitada fora
Contemplamos a natureza que amamos
Está sempre connosco a toda a hora
Cruzamos gentes, que nem nos olha
E com elas nem falamos
Somos um livro que não se desfolha
Guardado em baús, por muitos anos
Não passamos de pobres mendigos
Em busca de amor, por aqui, e ali
Somos muitos, e temos amigos
Que o distribuem bem, por aí
E em degraus de Igreja, que é nosso trono
Temos as noites frias como retiro
Deitados em velhos cartões, fazemos o sono
Até que um dia, pare nosso suspiro
De: fernando ramos
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Vou vivendo, dormindo ao frio e à chuva
Na companhia de outros mendigos
Na cidade, na estrada ou numa curva
Somos vidas de passados incompreendidos
O céu de dia ou de noite, é o nosso telheiro
Andamos rotos, descalços, e em desalinho
Temos doença, e a fome como companheiro
Esperando a morte que chegue de mansinho
Vivemos por aí, sem enganos
Procurando a beata deitada fora
Contemplamos a natureza que amamos
Está sempre connosco a toda a hora
Cruzamos gentes, que nem nos olha
E com elas nem falamos
Somos um livro que não se desfolha
Guardado em baús, por muitos anos
Não passamos de pobres mendigos
Em busca de amor, por aqui, e ali
Somos muitos, e temos amigos
Que o distribuem bem, por aí
E em degraus de Igreja, que é nosso trono
Temos as noites frias como retiro
Deitados em velhos cartões, fazemos o sono
Até que um dia, pare nosso suspiro
De: fernando ramos
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