julho 07, 2006

BOCA DE ROSAS

BOCA DE ROSAS

Hoje não te espero à nossa porta,
mas sim por de trás da janela
de madeira velha e trabalhada
Colando eu o rosto ás cortinas
de cores alegres e vistosas,
que faz da casa o nosso jardim

Por ela, e já noite tarde te vejo chegar
ao fundo da rua, onde a lua meia escondida
comigo observa teu andar calmo e certo
de virtudes e defeitos, subindo a calçada
já gasta p’lo tempo e p’los caminhantes,
que no seu vai e vem trazem vida ao bairro

Vens pensativo e cansado,
de uma vida de trabalho e causas
A brisa desliza por tua face
enrugada pelos anos, e por teus cabelos
em desalinho, curtos e grisalhos, que para mim
ainda te torna atraente apesar da idade

Não me queixo por levar esta vida contigo,
sei que sou a tua âncora,
e ainda por vezes dizes que me amas
Por isso, te espero noite após noite na
porta ou à janela, com o mesmo amor
e satisfação de quando éramos meninos

Fico feliz quando te vejo à entrada
da nossa casa, e tu para mim sorris
Esse sorriso que me encanta todas as noites,
e eu o beijo com minha boca de rosas,
como tu por graça sempre dizes, o que para mim
é como tomar uma chávena de prazer

Nós nos deitamos, com nossos corpos
bem aconchegados um no outro,
deliciando meu corpo o silêncio
dos Deuses, que anseia por muitas
outras noites tranquilas a teu lado,
onde por vezes saboreamos o manjar do amor

de: fernando ramos
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