junho 28, 2006

MEDOS QUE DANÇAM

MEDOS QUE DANÇAM

Minha casa é antiga e pobre,
nela deambulam pensamentos tristes
que só se perdem quando tenho de sair
Numa viela da parte velha da cidade
é onde moro faz alguns anos
Aí, é onde meu destino está traçado,
e toca meu coração de receios
Da minha janela,
vejo a taberna do homem que à noite
na nossa cama modesta,
me tem quando quer

Naquela janela ouço vozes de outros homens
e mulheres embriagados, discutindo
seus problemas que a miséria
lhes oferece sem retorno
Por baixo de minha janela,
à entrada do prédio, estão duas mulheres
de vida fácil, que vendem seus pecados
a quem por ali passa, em quartos
soturnos e sombrios da casa ao lado
Elas fazem-no, p’lo sonho de ganhar
alguns trocos para a dose de heroina
que seus corpos reclamam, dia a dia

Da minha janela,
vejo os medos da vida, medos que
dançam no espirito de todos que por ali
vagueiam na embriaguez da sua solidão
E eu, naquele lugar tenho imagens
que violam meus pobres olhos,
que apenas aguardam o regresso ansioso
daquele que me vai aquecer o coração,
e me faz louvar ao amor,
que no nosso leito torna minhas noites
menos tristes e sombrias

de: fernando ramos
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