junho 21, 2006

A CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA

A CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA

A nove de Março de mil e quinhentos,
de Belém partem Naus e Caravelas
Vão p’ra lugares julgados cinzentos,
com nossos valentes, que vão nelas

Pêro Vaz de Caminha, ia na Armada,
Capitaneada por Pedro Alvares Cabral
Foram por mares de água salgada,
procurando novos mundos p’ra Portugal

E, em vinte e dois de Abril, desse mesmo ano
Arribaram a um lugar, que chamaram de Vera Cruz
Talvez ali chegar tivesse sido um engano,
mas foi bom, sentirem a beleza que Deus ali produz

E logo Pêro Vaz de Caminha, o escrivão,
na sua singela escrita, relata na carta ao rei
Sua Alteza Real D. Manuel, e seu patrão,
a nova do achamento, daquela terra sem lei

Nossos homens ficaram deslumbrados,
por ver terras que possuem tanta pureza
E ter gentes de belos corpos pardos,
de bons rostos e narizes, que lhes dão fineza

Mais admirados ainda ficaram,
por eles terem à vista, suas vergonhas
Da sua nudez nossos valentes reparam,
das nativas, que não eram nada tristonhas

E o escritor, a boa terra nova descreve,
na sua mais simples magia de contar
Na carta diz que ao povo lá, pouco serve,
tantas belezas de encantar

E vai relatando ao pormenor,
a vivência de todo este povo
Que deixa os nossos homens na maior,
felicidade do achamento novo

E então, prendas lá se trocaram
com nativos daquelas vidas belas
Alguns, dos homens deles se abeiraram
Recebendo arcos, de penas vermelhas e amarelas

E a primeira missa também foi lá dita,
pelo padre frei Henrique
E foi tal a devoção descrita,
que quiseram que a religião lá fique

E viram lá mulheres e homens pintados,
de algumas cores, mas mais para o vermelho
e muitos nativos de beiços furados,
que dançaram com o nosso pobre gaiteiro

E todos andavam muito felizes,
misturados naquele areal
Fazendo amizades que deram petizes,
donde dai veio, uma cor de pele especial

E Pêro Vaz Caminha escrevia, escrevia
tudo o que naquele achamento se passou
Para sua Alteza Real, que cá depois lia
as belezas que muito os maravilhou

Papagaios e outras aves eles viram,
de várias cores, todas bonitas
As mulheres suas penas as queriam,
que as faziam ainda mais catitas

E lá deixámos homens de fé e fervor,
para fazer dos nativos bons cristãos
Ensinando-lhes o evangelho do Senhor,
que iria fazer deles bons irmãos

E naquelas águas infindas e belas,
os portugueses, o achamento transformaram
Num imenso Brasil de aguarelas,
P’las raças que sempre muito se amaram

E tudo foi descrito até ao pormenor,
por Pêro Vaz de Caminha, na sua escrita natural
Deixando a carta, que é uma preciosidade maior,
que hoje, é considerada património mundial

de; fernando ramos
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